Silvino Olavo da Costa |
Um
dos livros menos comentados de Silvino Olavo é “Cordialidade”, de cuja obra não
se tem um único exemplar, conhecendo-se apenas as notícias que anteverem a sua
publicação, e aquelas mencionadas pelo próprio autor, em seus livros de
poesias.
Agora,
pois, faço o resgate desta obra, com os comentários de jornal de sua época, e
com o pouco conhecimento que consegui amealhar, em minhas pesquisas.
Corria
o ano de 1927. Há pouco havia o autor se licenciado (junho) do seu cargo de 1º
Promotor da Capital Parahybana para rever amigos na capital federal (Rio de
Janeiro), onde foi banqueteado por Murilo Araújo, Pereira da Silva, Théo Filho,
Haroldo Daltro, Adelino Magalhães, Pádua de Almeida, Gastão Franca Amaral e
outros literatos no Club Assyrio.
Viajara
o vate ao Rio para tratar de suas publicações: “Sombra Iluminada”, que estava
para ser editado naquele ano (1927) e, “por
motivo também de regozijo do próximo aparecimento, volume de estudos literários
em que o celebrado poeta de ‘Cysnes’ focalizará os nomes mais em evidência de
sua geração em estudos críticos já alguns publicados em jornais do Rio, Paraíba
e Pernambuco” (Gazeta de Notícias: Ano LII, Nº 176).
O
primeiro, editado por “Batista de Souza”, se divide em três pares: “Legendas do
meu Destino”, “Poemas da Enviada” e “Ritmos da paisagem luminosa”.
Já
o segundo, “Cordialidade”, que seria lançado naquele mesmo ano (1927), foi
editado em Nova York. O livro continha 300 páginas e estava centrado em 12
personalidades do maior relevo literário de sua contemporaneidade.
Seria
este o seu “livro de prosa”, que todos aguardavam, onde o autor traçava um
perfil literário de algumas figuras, dentre as quais, podemos imaginar: Augusto
dos Anjos, José Américo de Almeida, Guerra Junqueiro, Murilo Araújo e João do
Rio.
Era
este a primeira série, de dois livros, a exercer a crítica literária e
biográfica de sua predileção.
Em
nota, publicada no “Beira-Mar”, no mês de agosto, Graciema Silva anunciava o
seu lançamento para dezembro daquele ano, exaltando as qualidades do seu autor:
“cristalino poeta de ‘Cysnes’ e ‘Sombra
Iluminada’ (...), sairá brevemente,
no próximo verão, talvez em dezembro”.
Retornaria
em agosto para o Recife, onde permaneceria alguns dias, para só depois aportar
na Paraíba, assumindo as suas funções públicas.
Apesar
do anúncio, acredita-se que “Cordialidade” foi anterior à “Sombra Iluminada”,
pois neste último, havia informações sobre o seu lançamento, com a notícia de
uma segunda série.
Há
quem comente que esta obra foi vertida para a língua inglesa, informação essa
que não conseguimos confirmação.
Rau
Ferreira
Referência bibliográfica:
- BEIRA-MAR, Revista. Ano X, Nº 113. Rio de
Janeiro/RJ: 1927.
- CIDADE, Revista (da). Ano II, Nº 61. Recife/PE:
1927.
- NOTÍCIAS, Gazeta (de). Ano LII, Nº 176. Rio de
Janeiro/RJ: 1927.
- BIBLIOGRÁFICA, Revista. Edição de outubro. Rio de
Janeiro/RJ: 1927.
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