Pular para o conteúdo principal

Sebastião Jesuíno de Lima, por Evaldo Brasil


Jornalismo, odontologia e ensino foram algumas das atividades de Sebastião Lima, esperancense nascido nos idos de 1905, aos 20 de junho e falecido em Campina Grande, aos 90 anos, em 07 de outubro de 1995.
Pai de oito filhos, sendo três mulheres e cinco homens, fora responsável pela formação de muitos outros, sejam os de uma segunda mulher ou dos inúmeros alunos que com ele também aprenderam Inglês, Francês, Latim e Física.
Filho do comerciante Francisco Jesuíno de Lima e Rita Etelvina, amigo de poetas, políticos e educadores, Sebastião Lima conviveu com figuras como Silvino Olavo, Getúlio Vargas e Epitácio Pessoa Filho, com os quais pode mostrar-se um verdadeiro humanista.
Muitas vezes tratado por comunista, poderia ser um “socialista”, pois nunca pensara em fazer fortuna, de acordo com o filho, Abramo Donelli — com ele ficou boa parte do arquivo pessoal do pai.
Sebastião Lima foi um dos grandes professores da vizinha Campina Grande, onde dirigiu a Escola Técnica de Comércio, que deu origem a atual Faculdade de Administração/UEPB, da qual é um dos fundadores.
Antes de lá chegar, em 1952, quando para lá se mudara para poder educar os filhos, viveu por aqui, onde fora trompetista da Filarmônica 1º de Dezembro.
Daqui saía à cavalo até Lagoa Grande para pegar um trem até Recife, onde cursou odontologia.
Estudou em colégio militar, o que lhe levou a participar ativamente da Revolução de 30.
Como jornalista, colaborou com O Rebate, Semanário do Rio de Janeiro e A União, dentre outros, tendo se filiado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado; como professor ensinou também em Itaporanga, no colégio das freiras, e em diversas escolas campinenses a exemplo do Estadual da Prata.
Foi ainda minerador, tendo fundado com Fernando Cunha Lima a “Bentonita”.
Conforme Abramo Donelli, tocava gaita, pertencera a Sociedade Beneficente dos Artistas e, nas horas vagas, era exímio artífice, tendo fabricado pelo menos duas pistolas caneta, estando uma delas no Museu Histórico de Campina Grande.
Faleceu sem deixar muitos bens, porém, uma família educada e um ciclo de amizade de dar inveja, a quem nunca pedira nada.
William Arruda, Severino Cabral, Claudionor Andrade, Senador Djair Falcão, Samuel Duarte, Pedro Gondim e Clóvis Bezerra são alguns dos amigos que conheceram e conhecem o velho mestre Sebastião Lima.

Evaldo Brasil


Comentários

  1. Muito importante esses textos,trazem a questão da cidade atual saber o quanto a Esperança de outrora nos dá lições para os dias atuais, disponha de personalidades que se destacavam não por mero fator de possuir capital financeiro apenas, mas um capital cultural, social, intelectual de grande porte, isso refletia uma sociedade que sabia atribuir valores às coisas e pessoas de virtudes.

    ResponderExcluir
  2. Ele também ganhou o título de cidadão campinense, teve 6 filhos com sua segunda mulher, sendo 5 mulheres e 1 homem o inverso que teve com sua primeira mulher.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

Barragem de Vaca Brava

Açude Vaca Brava, Canalização do Guari (Voz da Borborema: 1939) Tratamos deste assunto no tópico sobre a Cagepa, mais especificamente, sobre o problema d’água em Esperança, seus mananciais, os tanques do Governo e do Araçá, e sua importância. Pois bem, quanto ao abastecimento em nosso Município, é preciso igualmente mencionar a barragem de “Vaca Brava”, em Areia, de cujo líquido precioso somos tão dependentes. O regime de seca, em certos períodos do ano, justifica a construção de açudagem, para garantir o volume necessário de água potável. Nesse aspecto, a região do Brejo é favorecida não apenas pela hidrografia, mas também pela topografia que, no município de Areia, apresenta relevos que propiciam a acumulação das chuvas. O riacho “Vaca Brava”, embora torrencial, quase desaparece no verão. Para resolver o problema, o Governador Argemiro de Figueiredo (1935/1940) adquiriu, nos anos 30, dois terrenos de cinco engenhos, e mais alguns de pequenas propriedades, na bacia do açude,

O Topônimo Banabuyé

Esperança comemora este ano uma data muito especial, relativa aos 300 anos da Sesmaria de Banabuyé. Mas alguém desconfia o que esta palavra significa. Pois bem, este topônimo vem da língua Tupi Guarani e pode significar: Borboleta (Bana) e Brejo (Buy ou Puyú), cuja junção nos vem “Brejo das Borboletas”. Por ser uma palavra indígena, há variações de sua escrita: banabuiú, banaboé, banabuié, banabuyé e banaboê. O etnólogo José Gregório apresenta as seguintes variações: “banabuié, banabuyé, panambi, panapu, banabuiú (borboleta d'água), panapuiú (nome de tribo cariri)”. Com efeito, esse topônimo caracterizou a tribo de índios que estavam aldeados nessa região. Segundo L. F. R. Clerot, citado por João de Deus Maurício, em seu livro intitulado “ A Vida Dramática de Silvino Olavo ”, banauié é um “ nome de origem indígena, PANA-BEBUI – borboletas fervilhando, dados aos lugares arenosos, e as borboletas ali acodem, para beber água ”. Tomás Pompeu de Sousa Brasil (1818-1877), o Senado

Esperança: Sítios e Fazendas

Pequena relação dos Sítios e Fazendas do nosso Município. Caso o leitor tenha alguma correção a fazer, por favor utilize a nossa caixa de comentários . Sítios, fazendas e propriedades rurais do município Alto dos Pintos Arara Arara Baixa Verde Barra do Camará Benefício Boa Vista Boa Vista Cabeça Cacimba de Baixo Cacimba de baixo Caeira Cajueiro Caldeirão Caldeiro Caldeiro Campo Formoso Campo Santo Capeba Capeba Carrasco Cinzas Coeiro Covão Cruz Queimada Furnas Granja Korivitu Gravatazinho Jacinto José Lopes Junco Lages Lagoa Comprida Lagoa da Marcela Lagoa de Cinza Lagoa de Pedra Lagoa do Sapo Lagoa dos Cavalos Lagoa Verde Lagoa Verde Lagoinha das Pedras Logradouro Malhada da Serra Manguape Maniçoba Massabielle Meia Pataca Monte Santo Mulatinha Pau Ferro Pedra Pintada Pedrinha D'água Pintado Punaré Quebra Pé Quixaba Riachão Riacho Am