Pular para o conteúdo principal

Exéquias de Pio XI e Denominação do Salão Paroquial

Pio XI, fonte: Wikipédia

Falecia, em 10 de fevereiro de 1939, o padre Pio XI que governava a Santa Igreja há 17 anos. A notícia foi recepcionada em todo o mundo com dolorosa surpresa, e entre nós comunicada através de telegrama enviado pelo Arcebispo Metropolitano, D. Moisés Coelho:
Vigário – Esperança/PB. Nunciatura Rio acaba de comunicar falecimento Sumo Pontífice Pio XI. Arcebispo”.

A Paróquia de Esperança registrou com profundo pesar, através da seguinte resposta:
Exmo. Arcebispo Metropolitano. João Pessoa/PB. Paróquia Esperança e seu vigário, enviam V. Excia. Revma. mensagem de profundo pesar pelo falecimento glorioso Pontífice da nossa Santa Igreja – S. S. Papa Pio XI. Padre Honório”.

No sétimo dia, celebrou-se em sufrágio da alma de S.S. Papa Pio XI, o luto em nossa paróquia. Assim teve início às 08 horas da manhã solenes exéquias, constando de missa cantada de réquiem, oração fúnebre e absolvição ao túmulo.
A matriz apresentava rigorosa decoração fúnebre, ficando repleta de fieis de todos os cantos que afluíram a prestar homenagem de piedade e carinho filial ao imortal reverendo chefe e pastor do rebanho de Cristo.
O comércio local num gesto louvável cerrou as portas, tomando parte em todos os sagrados ofícios.
Além das preces e sufrágios, foi intenso o número de comunhões por Sua Santidade.
Às 15h30 horas na nave da igreja matriz, a Ordem Terceira de S. Francisco prestou significativa homenagem à memória do insigne Pontífice, realizando uma sessão magna, promovida pelo Revmo. Vigário, Senhor Prefeito Municipal e o Ministro da Ordem.
O Padre João Honório de Melo, abrindo a sessão, disse da finalidade daquela reunião e dissertou por algum tempo sobre a figura do grande Papa.
Em nome da ordem, falou o irmão Severino Torres que leu belíssima e substanciosa conferência sobre a personalidade, a vida e o Pontificado de S. Pio XI.
Em seguida, foi aposto o retrato do glorioso e imortal chefe da igreja, junto ao Salão Paroquial, com que ficou nomeado aquele salão.
Este fato foi comunicado ao Arcebispo Metropolitano, através do seguinte telegrama:
Exmo. Arcebispo Metropolitano. João Pessoa – Passando hoje sétimo dia desaparecimento Sumo Pontífice Pio XI, Paróquia celebrou solene exéquias com comparecimento autoridades, escolares, associações e grande massa de fieis – o vigário”.
Apesar de pouco usual, considerado aquele ato solene, o Salão Paroquial, que no passado era utilizado para as reuniões catequéticas, foram denominado de “Salão Pio XI”, em homenagem ao lutuoso Papa, que no dizer do Padre João Honório: governou “a Santa Igreja de Deus, com segurança, sabedoria, intrepidez e santidade

Rau Ferreira


O confrade do IHGE, ativista cultural Evaldo Brasil, após a publicação deste artigo, apresentou a seguinte:
Nota: O tempo passa e o Salão Paroquial muda de lugar, estando localizado junto à EMEF "Dom Manoel Palmeira". Não sabemos se lá permanece como homenagem o S. Pio XI. Evaldo Brasil

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco

Barragem de Vaca Brava

Açude Vaca Brava, Canalização do Guari (Voz da Borborema: 1939) Tratamos deste assunto no tópico sobre a Cagepa, mais especificamente, sobre o problema d’água em Esperança, seus mananciais, os tanques do Governo e do Araçá, e sua importância. Pois bem, quanto ao abastecimento em nosso Município, é preciso igualmente mencionar a barragem de “Vaca Brava”, em Areia, de cujo líquido precioso somos tão dependentes. O regime de seca, em certos períodos do ano, justifica a construção de açudagem, para garantir o volume necessário de água potável. Nesse aspecto, a região do Brejo é favorecida não apenas pela hidrografia, mas também pela topografia que, no município de Areia, apresenta relevos que propiciam a acumulação das chuvas. O riacho “Vaca Brava”, embora torrencial, quase desaparece no verão. Para resolver o problema, o Governador Argemiro de Figueiredo (1935/1940) adquiriu, nos anos 30, dois terrenos de cinco engenhos, e mais alguns de pequenas propriedades, na bacia do açude,

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................