Pular para o conteúdo principal

Sol: Estudante secundarista


Silvino Olavo iniciou seus estudos secundários no ano de 1916, após sair de casa. Recém-chegado em João Pessoa arrumara um emprego, mas o pequeno salário mal dava para as suas despesas.
A tia Henriqueta de Souza Maribondo cuidou logo de matricular o menino no Colégio Pio X da Capital, pois o jovem tinha grande vocação para as letras e não queria seguir os destinos de comerciante e criador de gado traçados pelo seu genitor Manoel Cândido. O pai resolveu então lhe ajudar, enviando uma mesada mensal.
Eram seus contemporâneos de escola João Lira, Rosil Guedes e Antônio Henriques.
No colégio fora agraciado com a medalha de honra por sua dedicação estudantil, sendo ainda muito atuante no grêmio “A Arcádia”.
Fundado em 1911, a congregação estudantil reunia um seleto grupo, dentre eles: Oscar de Oliveira, Luiz Raimundo Lira, Odon Bezerra e Oscar Neiva, sob a presidência do Padre Manoel Tobias.
Assim é que vemos o nosso poeta, no 6º ano de aniversário d’A Arcádia, celebrado em 21 de junho de 1917, encenando a peça policial “Sherlock Holmes”, em cinco atos. E no final daquele ano, participando do drama em três atos “Os Órfãos de Monfort” e da comédia “Barbeiro em apuros”, ao lados dos alunos Oscar de Castro, Odon Bezerra, Antonio Pinto, Heleno Henriques, J. Muniz, Valdemar Guedes, Rosil Guedes, Osvaldo Trigueiro e Ranulfo França.
Em 1919, SOL toma parte do jornal falado “A Arcádia”, com José Pinto, Américo Maia, José Mariz e Álvaro Alverga. Enquanto as “notícias” da escola eram veiculadas, o subdiácono José Coutinho (Padre Zé), executava belos trechos de música ao piano.
Comemora no ano seguinte a data de fundação da escola (1894), proferindo discurso em nome do corpo discente, por ocasião do 25º aniversário do Pio X.
Concluídos aqueles estudos, submeteu-se a exames no Lyceu Parahybano, à época dirigido pelo Monsenhor Odilon Coutinho, sendo aprovado plenamente em Geografia, Português, Cosmografia, Aritmética e Álgebra, matérias do curso ginasial que lhe asseguravam inscrição no vestibular.

Rau Ferreira

Referência:
- FERREIRA, Rau. Silvino Olavo. Epgraf. Esperança/PB: 2010.
- LIMA, Francisco. D. Adauto: subsídios biográficos. Vol. II. Imp. Official: 1958.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...

Centenário da Capelinha do Perpétuo Socorro

  Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira O Município de Esperança, no Estado da Paraíba, abriga a menor capela do mundo sob invocação de N. S. do Perpétuo Socorro, conhecida como “Capelinha das Pedras”, por se encontrar erigida sobre o lajedo do Araçá (lugar onde primeiro se avista o sol), que neste ano (2025) completa o seu centenário. A construção se deu por iniciativa de Dona Esther Fernandes de Oliveira (1875-1937). Esa senhora era esposa de Manoel Rodrigues (1882-1950), o primeiro prefeito da cidade, a qual havia feito uma promessa preconizando o final da “Cholera morbus”. A doença chegou à Província da Paraíba em 1861, alastrando-se por todo o Estado, e alcançando a sua forma epidêmica por volta de 1855, fazendo com que o Presidente deste Estado adotasse algumas medidas drásticas, pois não havia condições de combater aquele mal, tais como limpeza de ruas, remoção de fezes e outros focos de infecção que exalavam vapores capazes de propagar a epidemia. As condições eram pr...

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco...

Ruas tradicionais de Esperança-PB

Silvino Olavo escreveu que Esperança tinha um “ beiral de casas brancas e baixinhas ” (Retorno: Cysne, 1924). Naquela época, a cidade se resumia a poucas ruas em torno do “ largo da matriz ”. Algumas delas, por tradição, ainda conservam seus nomes populares que o tempo não consegue apagar , saiba quais. A sabedoria popular batizou algumas ruas da nossa cidade e muitos dos nomes tem uma razão de ser. A título de curiosidade citemos: Rua do Sertão : rua Dr. Solon de Lucena, era o caminho para o Sertão. Rua Nova: rua Presidente João Pessoa, porque era mais nova que a Solon de Lucena. Rua do Boi: rua Senador Epitácio Pessoa, por ela passavam as boiadas para o brejo. Rua de Areia: rua Antenor Navarro, era caminho para a cidade de Areia. Rua Chã da Bala : Avenida Manuel Rodrigues de Oliveira, ali se registrou um grande tiroteio. Rua de Baixo : rua Silvino Olavo da Costa, por ter casas baixas, onde a residência de nº 60 ainda resiste ao tempo. Rua da Lagoa : rua Joaquim Santigao, devido ao...