Pular para o conteúdo principal

Digitalização do acervo da União


O Núcleo de Pesquisa e Extensão em História Local (NUPEHL), através de seu coordenador, o Professor Flávio Carneiro de Santana, iniciou essa semana os trabalhos de digitalização dos jornais “A União” existentes na Biblioteca Municipal “Dr. Silvino Olavo”, do município de Esperança/PB.
O projeto que tem a parceria da Secretaria Municipal de Educação, através do Secretário Michael Lopes, pretende fazer a limpeza, restauração do acervo e captura das imagens dos mais de 20 volumes deste jornal, que compreendem as décadas de 20 a 1960 do século passado.
Esse valioso acervo teve seu início na gestão do prefeito Manoel Rodrigues de Oliveira no ano de 1925, e tem sido conservado pela municipalidade, servindo de objeto de pesquisa para trabalhos científicos e históricos de todos os recantos da Paraíba.
O Jornal “A União” foi fundado pelo Presidente da Província Álvaro Machado no ano de 1893, constituindo o principal periódico do Estado para veiculação dos atos oficiais, notícias, reclames etc, interligando a Capital com o interior.
Além de seu cunho histórico, o jornal trazia o suplemento de arte e literatura com os escritos dos mais importantes autores paraibanos, a exemplo de José Américo de Almeida, Eudes Barros, Perillo D’Olliveira, José Lins do Rego entre outros.
Suas páginas contam muito de nossa história, por exemplo, o discurso do Dr. Silvino Olavo – Esperança, Lyrio verde da Borborema – que foi por assim dizer o estopim da nossa emancipação política, além de outros fatos de suma importância para o município de Esperança.
Os volumes desta coleção encontram-se encadernados e em bom estado de conservação, servindo a acadêmicos e historiadores. O processo de digitalização, em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura, facilitará ainda mais o acesso a esse material, sem falar na preservação que irá proporcionar para as gerações futuras.
Segundo a professora Luíra, uma das pessoas envolvidas neste projeto, "o NUPEHL a partir de hoje (27/02), iniciará o processo de higienização e digitalização da notável coleção esperancense de A União. A digitalização se dará em formato Jpeg e ficará à disposição da secretaria de educação do município, para uso público. Trata-se de um esforço conjunto entre a UEPB/NUPEHL e a Secretaria de Educação de Esperança na preservação das fontes histórica das localidades paraibanas".
Por sugestão do historiador Rau Ferreira, autor do livro "Banaboé Cariá", sobre a história do Município de Esperança, foi proposto disponibilizar os arquivos em PDF ou JPG na própria biblioteca, evitando-se o manuseio dos livros já gastos pelo tempo; e para um futuro próximo, ancorar em algum site para a leitura virtual dos jornais.
As informações e imagens que ilustram esse artigo foram obtidas a partir da página do Facebook da Prefeitura Municipal, incrementadas com o conhecimento próprio de quem é frequentador assíduo da biblioteca.

Rau Ferreira

Comentários

  1. Já digitalizaram algum jornal da A União?? se sim, onde está disponível ???

    ResponderExcluir
  2. O acervo digital do jornal A UNIÃO está disponível no site: https://auniao.pb.gov.br/servicos/arquivo-digital/jornal-a-uniao
    Nele você encontra os jornais dos de 1893 e 1895; e das décadas iniciais dos Séculos XIX e XX. Boa consulta!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................

Hino da padroeira de Esperança.

O Padre José da Silva Coutinho (Padre Zé) destacou-se como sendo o “ Pai da pobreza ”, em razão de suas obras sociais desenvolvidas na capital paraibana. Mas além de manter o Instituto São José também compunha e cantava. Aprendeu ainda jovem a tocar piano, flauta e violino, e fundou a Orquestra “Regina Pacis”, da qual era regente. Entre as suas diversas composições encontramos o “ Novenário de Nossa Senhora do Carmo ” e o “ Hino de Nossa Senhora do Bom Conselho ”, padroeira de Esperança, cuja letra reproduzimos a seguir. Rau Ferreira HINO DE NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO (Padroeira de Esperança) VIRGEM MÃE DOS CARMELITAS, ESCUTAI DA TERRA O BRADO, DESCEI DE DEUS O PERDÃO, QUE EXTINGUA A DOR DO PECADO. DE ESPERANÇA OS OLHOS TERNOS, FITANDO O CÉU CÔR DE ANIL, PEDEM VIDA, PEDEM GLÓRIA, PARA AS GLÓRIAS DO BRASIL! FLOR DA CANDURA, MÃE DE JESUS, TRAZEI-NOS VIDA, TRAZEI-NOS LUZ; SOIS MÃE BENDITA, DESTE TORRÃO; LUZ DE ESPERANÇA, TERNI CLARÃO. MÃE DO CARMO E BOM CONSELHO, GLÓRIA DA TERRA E DOS

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco