Dizem que o homem é produto do meio; e
que segundo o ambiente assumimos várias personalidades.
No seio social somos um, na família
afrouxamos o nó da gravata para demonstrar um outro eu. E assim vamos nos
adaptando, desde a invenção da roda, num movimento que o vate esperancense
denominou de “Evolucionismo”.
Por isso me veio a pergunta: Quem era
Sol na faculdade?
Para responder a esse questionamento
pesquisei na revista A Época, da qual Silvino era redator.
Para Firmino Pires de Melo – seu colega
de turma – era o “Batel” (do latim battelum ou conforme o francês bateau),
espécie de embarcação maior entre as menores, talvez denotando que, entre os
estudantes, fosse Olavo o seu expoente.
Firmino ainda acentua, em poema
dedicado ao amigo, na sua primeira estrofe:
“Qual
gondola gentil, que não temendo a Morte,
Ignotamente
singra os Mares noite e dia,
Também
no mar da vida, o meu batel sem norte,
Singrando
passa e vai por entre a penedia...”
Pedro Calmon o tinha como um poeta
inspirado, “cujos versos, n'A Época, o elevavam aos cimos do Parnaso...”.
Já Oswaldo do Rego Monteiro via nele “fragilidade”,
poema dedicado n’A Época que encerra com o seguinte terceto:
“Entre
visões da Colchida e do Ophir
Ele,
por não saber o que pedir,
Num
abismo do Nada se abateu”.
Essa “fragilidade” podia ser vista
nos versos de Cysnes, a maioria invocando o amor inatingível.
É cediço que Silvino fora impedido
por sua mãe de namorar uma jovem de sua terra natal, cujas famílias eram rivais
na política, protagonizando assim o conto Shekespeariano, razão pela qual se
mortificava em rimas.
Por esse mesmo tempo, o próprio
Silvino declarava: “Fui outrora zagal do firmamento”.
Mas também era o bom aluno, o orador
da turma, não apenas na ocasião festiva, citada por Calmon, mas nas diversas
ocasiões, com na viagem à penitenciária paulista, destacando-se por não ser um
auno transferido, como a maioria dos seus colegas, e sim por ter ingressado
através dos exames vestibulares.
Rau Ferreira
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