Pular para o conteúdo principal

Paróquia do Bom Conselho: Primeiras cartas pastorais

Os Bispos da Igreja costumam enviar comunicados para o clero e os leigos de sua diocese, exortando os fiéis e traçando o direcionamento de seus paroquianos. A esses comunicados chamamos de “Carta Pastoral”, que devem ser lidas para a assembleia por ocasião da Santa Missa.
A Paróquia de N. S. do Bom Conselho foi criada no dia 20 de maio de 1908, desmembrada da Paróquia de Alagoa Nova, por ato de Dom Adauto de Aurélio de Miranda Henriques. O primeiro padre a assumir essa freguesia foi Francisco Gonçalves de Almeida.
Apesar de jovem, nos dois primeiros decênios de sua existência, já contava com algumas cartas pastorais que ficaram assim registradas na história de nossa igreja.
A primeira delas data de 1908 e foi escrita pelos Arcebispos e Bispos das Províncias Eclesiais da Bahia e Belém do Pará, comunicando ao clero e aos fiéis de suas dioceses a “Angelica Pascendi Dominici Gregis”, de sua Santidade o Papa Pio X.
Na sequência, constam as seguintes cartas recebidas pela Paróquia de Esperança:
1)    1915: Carta Pastoral de D. Manoel de Paiva, Bispo de Ilhéus, saudando os seus diocesanos.
2)    1918: Carta Pastoral de D. Moises Coelho, Bispo de Cajazeiras, sobre a reforma do código canônico.
3)    1918: Carta Pastoral de D. Adaucto Aurélio de Miranda Henriques, Arcebispo Metropolitano da Parahyba, acerca do dever dos padres para com a imprensa.
4)    1918: Carta Pastoral do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, publicando as modificações e aditamentos nas Constituições das Províncias Eclesiásticas Meridionais do Brasil, para a sua Arquidiocese em execução ao novo código canônico.
5)    1919: Carta Pastoral Coletiva do Episcopado das Províncias Eclesiásticas Septentrionais do Brasil, apresentando ao Reverendo Clero e aos fiéis os trabalhos da conferência realizada em Recife de 14 à 19 daquele ano.
6)    1920: Carta Pastoral Coletiva do Episcopado das Províncias Eclesiásticas Septrionais do Brasil sobre os males da sociedade.
7)    1922: Carta Pastoral do Arcebispo Metropolitano D. Aurélio de Miranda Henriques sobre o segredo de nossa felicidade.
8)    1923: Pastoral do Arcebispo Metropolitano D. Aurélio de Miranda Henriques sobre a volta do homem e da sociedade para com Deus.
9)    1926: Pastoral do Arcebispo Metropolitano D. Aurélio de Miranda Henriques sobre a extensão e prorrogação do Ano Santo.

A Paróquia de Esperança, nesse mesmo período, recebeu os Boletins Eclesiásticos do ano de 1910, 1911, 1922 (Fascículos 1 a 12, em um único volume), 1923 (um fascículo de 1922, fascículos 1 a 4, 7 e 10), 1922 (fascículos 11 a 17 de 1923, fascículos 1 a 3 de 1924, fascículos 1 a 8 de 1925), 1925 (fascículos 1 a 3) e 1926 (fascículos 1 e 2).
Esse material foi revisto em visita pastoral em 7 de novembro de 1926.


Rau Ferreira

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dom Manuel Palmeira da Rocha

Dom Palmeira. Foto: Esperança de Ouro Dom Manuel Palmeira da Rocha foi o padre que mais tempo permaneceu em nossa paróquia (29 anos). Um homem dinâmico e inquieto, preocupado com as questões sociais. Como grande empreendedor que era, sua administração não se resumiu as questões meramente paroquianas, excedendo em muito as suas tarefas espirituais para atender os mais pobres de nossa terra. Dono de uma personalidade forte e marcante, comenta-se que era uma pessoa bastante fechada. Nesta foto ao lado, uma rara oportunidade de vê-lo sorrindo. “Fiz ciente a paróquia que vim a serviço da obediência” (Padre Palmeira, Livro Tombo I, p. 130), enfatizou ele em seu discurso de posse. Nascido aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia em 25 de fevereiro de 1951, em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu até julho de 1980. A sua administração paroquial foi marcada por uma intensa at

Escola Irineu Jóffily (Inauguração solene)

Foto inaugural do Grupo Escolar "Irineu Jóffily" Esperança ganhou, no ano de 1932, o Grupo Escolar “Irineu Jóffily”. O educandário, construído em linhas coloniais, tinha seis salões, gabinete dentário, diretoria, pavilhão e campo para atividades físicas. A inauguração solene aconteceu em 12 de junho daquele ano, com a presença de diversos professores, do Cel. Elísio Sobreira, representando o interventor federal; Professor José de Melo, diretor do ensino primário estadual; Severino Patrício, inspetor sanitário do Estado; João Baptista Leite, inspetor técnico da 1ª zona e prefeito Theotônio Costa. Com a direção de Luiz Alexandrino da Silva, contava com o seguinte corpo docente: Maria Emília Cristo da Silva; Lydia Fernandes; Amália da Veiga Pessoa Soares; Rachel Cunha, Hilda Cerqueira Rocha e Dulce Paiva de Vasconcelos, que “tem dado provas incontestes de seu amor ao ensino e cumprimento de seus deveres profissionais”. A ata inaugural registrou ainda a presença do M

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

A origem...

DE BANABUYU À ESPERANÇA Esperança foi habitada em eras primitivas pelos Índios Cariris, nas proximidades do Tanque do Araçá. Sua colonização teve início com a chegada do português Marinheiro Barbosa, que se instalou em torno daquele reservatório. Posteriormente fixaram residência os irmãos portugueses Antônio, Laureano e Francisco Diniz, os quais construíram três casas no local onde hoje se verifica a Avenida Manoel Rodrigues de Oliveira. Não se sabe ao certo a origem da sua denominação. Mas Esperança outrora fora chamada de Banabuié1, Boa Esperança (1872) e Esperança (1908), e pertenceu ao município de Alagoa Nova. Segundo L. F. R. Clerot, citado por João de Deus Maurício, em seu livro intitulado “A Vida Dramática de Silvino Olavo”, banauié é um “nome de origem indígena, PANA-BEBUI – borboletas fervilhando, dados aos lugares arenosos, e as borboletas ali acodem, para beber água”. Narra a história que o nome Banabuié, “pasta verde”, numa melhor tradução do tupi-guarani,