Esperança
também é terra da poesia e do repente. Muitos cantadores passaram por estas
plagas, em suas feiras declamaram versos e venderam seus folhetos. Aqui nasceu
João Benedito, precursor desta vertente que se chama cordel, Campo Alegre e
tantos outros.
Por
aqui gozou da amizade com Egídio Gomes de Lima, folhetista patrono da Cadeira
nº22 da Alane [Academia de Letras e Artes do Nordeste] e autor do
livro-referência "Os Folhetos de Cordel" (Editora Universitária:
1978).
E
cantou com Josué da Cruz quando este ainda morava na rua João Mendes,
denunciando um homicídio que recebeu a seguinte sextilha de Limeira:
“Isso de morrer à toa
Já vem de tempo passado
São José morreu de velho
São João morreu degolado
Jesus morreu numa cruz
Judas morreu enforcado. ”
José
Nêumanne reproduz um comentário de Zé Alves Sobrinho que disse ter conhecido o
Zé Limeira que deu origem ao mito e que foi hospedado por Heleno Firmino num
sítio a poucas léguas de Esperança. E todos sabem da família “Firmino” de José,
Sebastião e Patrício que hoje descansam na glória eterna.
Orlando
Tejo – o pseudo criador – chegou mesmo a comentar o desgosto de Limeira “por
modo já botar o João Benedito” num livro. Com efeito, o Viana de Esperança já
era bem conhecido, citado por Átila Coutinho em seu magistral “Dicionário
Bio-biográfico de repentistas”.
Quem
bebeu desta fonte, sorvendo os bons fluídos da poesia esperancense, não passou
despercebido. E por essa razão, o poeta-popular já cantou a vertente: “Lima, limão e limonada/ Na terra da
Esperança/ Todo cantador é de expressão”.
Rau
Ferreira
Referências:
- ALMEIDA, ÁTILA
Augusto F. (de). SOBRINHO, José Alves. Dicionário bio-bibliográfico de
repentistas e poetas de bancada, Volumes 1-2. Ed. universitária: 1978.
- PINTO, José
Nêumanne. Zé Limeira: O surrealismo em repente de viola. Jornal do Brasil.
Edição de 04 de maio. Rio de Janeiro/RJ: 1976.
- TEJO, Orlando. Zé
Limeira: poeta do absurdo. 5ª Ed. Centro Gráfico. Senado Federal: 1980.
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