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A poesia está de luto: morre Toinho da Mulatinha

Toinho da Mulatinha e o escritor Rômulo Nóbrega

A poesia está de luto pela perda do nosso poeta popular Toinho da Mulatinha.
Nascido Antonio Patrício aos 22 de outubro de 1927, irmão do famoso Dedé da Mulatinha (José Patrício) e outros nove irmãos, este agricultor da Mulatinha, município de Esperança/PB, aprendeu apenas as primeiras letras do ABC. No entanto, estas lhe foram suficientes para ganhar o mundo e a fama, e em especial, a cultura popular.
Começou a cantar coco em 1940 e em 45 já publicava seu primeiro cordel: “A Viagem Sagrada”, seguindo-se outros oitenta e tantos títulos.
Pai de dez filhos, não obteve o retorno do bem que fez a cultura popular, mas guarda no seu âmago as lembranças das viagens que fez pelo Brasil com seu irmão Dedé.
O cordelista era diabético e apresentava outros problemas de saúde. Recluso há algum tempo, sua última aparição em público foi para receber uma homenagem do Museu dos Três Pandeiros, em Campina Grande. Na oportunidade, foi gravada uma mídia que ficou registrada naquela casa de memória, fazendo parte de seu rico acervo sobre a cultura popular.
Em nota, o Vereador João Dantas lamentou a perda irreparável do velho cantador que era reconhecido nacionalmente.
O nosso blog igualmente gostaria de registrar o passamento de um dos maiores repentistas do Brasil. Infelizmente, somente hoje tomamos conhecimento de seu óbito, através de um Email enviado por Rômulo Nóbrega, autor da biografia de Rosil Cavalcante.
Rômulo teve a oportunidade de entrevistar Toinho por ocasião da sua obra “Prá dançar e xaxar na Paraíba”, de publicação recente, pois o cantador foi autor de um cordel sobre o falecimento de Rosil Cavalcanti e outro sobre a cantora Marinês. A foto que ilustra esta notícia nos foi enviada pelo próprio Rômulo, como parte de seu trabalho.
Toinho falaceu na última quarta-feira (10/02/2016), de causas naturais, em sua residência, no bairro de Santo Antônio, em Campina Grande.
 
Rau Ferreira

Fonte:
-         http://rededenoticias.com/, acesso em 12/02/2016.

Comentários

  1. Cheguei a ver ele cantando côco de embolada com seu irmão Dedé na praça da Bandeira e no Calçadão da Cardoso Vieira, naquele tempo existia a feira de troca na praça e eu vendia picolé... velhos tempos.

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