Esperança
tem origem na Fazenda Banabuyé, surgida em 1860. Devemos ainda mencionar, como
elementos plasmadores do nosso Município, a capela erigida em homenagem à
Virgem do Bom Conselho, concluída dois anos depois, e a feira que surgiu no seu
entorno.
A
pequena povoação se desenvolveu com a chegada de alguns comerciantes, advindos
de Alagoa Nova. E foi ganhando impulso, ao ponto de ser instalada, em 1885, uma
dos Correios e Telégrafos.
A
paróquia foi criada em 20 de maio de 1908, por Dom Adauto, que nomeou o Padre
Francisco Gonçalves de Almeida, para administrar-lhes os trabalhos.
Da
crescente urbanização, veio a necessidade de sua elevação a categoria de
município. Com efeito, as rendas da vila de Esperança eram maiores do que a de
Alagoa Nova, a sua feira bem mais concorrida e o comércio bem organizado,
fazendo com que essas paragens se transformassem em verdadeiro entreposto de
mercadorias. Todavia, Esperança permanecia esquecida pelos administradores
alagoanovenses, que deixavam de realizar benefícios em prol dos esperancenses.
Nessa
época, os homens mais importantes da vila – Manoel Rodrigues de Oliveira,
Theotônio Tertuliano da Costa e Elísio Sobreira – formaram uma comissão com o
objetivo de pleitear junto aos poderes constituídos a nossa independência
política, tendo como porta-voz o poeta Silvino Olavo e o bacharel Severino
Diniz.
Assim
convidaram o governador João Suassuna, que se deslocou a esta comuna a pretexto
de inaugurar o sistema de luz a vapor.
Recebido
com um banquete, o governante foi granjeado, demonstrando-se sensível à
emancipação municipal, após o discurso do poeta, “Esperança – Lyrio Verde da
Borborema”, cujas palavras ainda ecoam em nosso município: “(...) Esperança, árvore nova, tem a nobreza de
querer ser também árvore boa, para prodigalizar, com a esplendidez nutridora do
fruto, a fecundidade da semente e a espiritualidade do perfume”, reforçado
pelo pronunciamento do renomado orador Severino Diniz: “Esperança – Sr. Presidente, ri e não chora, inda que rindo feche no
silêncio de sua resignação, numa vida de sofrimentos e de martírio. Esperança
caia, Sr. Presidente, porque em tempos e mais tempos de escravidão seu povo
humilde e estóico aprendeu a obedecer sem discutir, a sofrer sem chamar e a
chorar sem mostrar o próprio pranto”.
A
partir desta motivação a idéia então foi ganhando adeptos, entre eles o
Deputado Antônio Guedes que apresentou, em novembro de 1925, o projeto de lei
nº. 13, propondo a criação do Município de Esperança.
Seguiu-se
uma luta intelectual e pacífica em prol desta causa, aderindo Antonio Bôto,
Genésio Gambarra e Antonio Lucena. Em contrapartida, havia um ferrenho
opositor, o também deputado Aristides Ferreira. O projeto só viria a ser
aprovado após terceira votação na Assembléia do Estado, no último dia daquele
mês.
Finalmente
era publicada no Jornal A UNIÃO, em 1º. de Dezembro de 1925, a Lei nº 624, que
criava e instituía o Município e Cidade Esperança.
Rau
Ferreira
Telegramas da época:
“Tenho
a honra de comunicar Vossência instalação município toda solenenidade após
compromisso assumi exercicio cargo prefeito. Povo aclama nome vossencia pelo
muito interesse causa Esperança. Protestando a vossencia toda a minha gratidão
honrosa nomeação asseguro incondicional apóio ao brilhante fecundo governo
vossencia. Cordiais saudações. Manuel Rodrigues” (Jornal “A União”, 1925).
“Ao
ilustre líder da maioria desta ilustre Corporação. Esperança livre vem trazer
uma palavra de agradecimento pela apresentação do projeto sua independência. Os
habitantes desta localidade reconhecidos nobres senhores deputados signatários
e interessados passagem aludido projeto rogam a v. ex. Fineza apresentar aos
mesmos a gratidão de Esperança autônoma e vitoriosa. Saudações cordiais.”
(Jornal “A União”, 1925).
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