Literatura de
Cordel
BANHO DE BACIA
Quando menino
mãe dizia:
Bota água na
bacia
Pra tomar
banho de cuia
A água era tão
fria
Que só no
bater ardia
Eu gritava,
ela corria;
Para o que se
assucedia
“Nada não!” -
mãe sorria -
É só medo de
água fria!
E a água sobre
mim caia.
Na minha
geografia
A invernada
conhecia
Era doce a
alegria
A primeira
chuva acontecia
Descendo um
chuá fazia
E nem sabão
havia
Tão pouco se
possuía
Vergonha das
minhas tias
Mas o que mais
queria
Era aposentar
aquela bacia.
Dava gosto quando
vovó dizia
Que tinha
furado a bacia
E o banho
anoitecia
Para acordar
um outro dia
Com o grude
que se via
Só pra não
cair na bacia
E tomar banho
de água fria
Pois o frio
que fazia
Até na alma
doía
E o fôlego de
mim fugia.
Inda hoje
minhas gurias
Não conhecem
banho de cuia
Digo para
minhas fia
No tempo,
chuveiro não existia;
Agente tomava
banho de bacia
Com uma cabaça
que havia
Era aquela
agonia
Que bom quando
chovia
E a garotada
para a bica corria
Um banho a
menos de água fria.
Esperança, 16
de maio de 2013.
Rau Ferreira
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.