Pular para o conteúdo principal

Inácio Pereira da Costa

Imagem Andrade Notícias
Era muito conhecido pelos agricultores, que o procuravam no dia de sábado para pedir um adiantamento a título de empréstimo. Quem não conhecesse Goteira, podia se dizer que não era de Esperança.
Chegou a ser proprietário de uma banca de bicho, com mais de 40 funcionários. Nessa época, tinha cambista que vinha da zona rural à pé trazer os talhões para conferênica na banca. O apelido “Goteira”, surgiu porque no sábado não podia dar cachorro ou vaca como resultado, que era prejuízo na certa. Por isso seu Inácio começava a suar já antevendo o prejuízo, sendo logo chamado de “Goteira”.
A sede da banca de Goteira era em Esperança, mas tinha uma filial em Alagoa Nova.
Também bancou 36 (roleta) em diversos município, a exemplo de Esperança, Alagoa Nova e Areial. Acabava a festa com os bolsos cheios, mas quando observava que o jogador estava com sorte, tratava logo de encerrar dizendo: opa, vamos para a última!
Quando negociava com batatinha, pra ele não tinha tempo ruim. E tudo era moeda de troca. Recebia até carro como pagamento e despachava os caminhões para Pernambuco. Chegou a ter até três carros por safra.
Mas a sua grande riqueza era a família. Criou seus onze filhos com a ajuda de sua companheira inseparável dona Rita, que igualmente se destacaram em suas profissões, dentro e fora da cidade de Esperança. Enfrentando as dificuldades da vida, sem que nenhum se desviasse pelo mau caminho. Todos são pessoas de bem e conhecidas de nossa sociedade.
Evaraldo, conhecido por Nego de Goteira, funcionário da Coletoria que mantém um escritório de Contabilidade há mais de 25 anos nesta Cidade. Adriano de Araújo Pereira, Oficial de Justiça desta Comarca, com mais de 25 anos de carreira. Mirian Célia formada em Enfermagem, com atuação há mais de 25 anos nos quadros da Assembléia Legislativa do Estado, apenas para citar alguns exemplos.
Tinha um carinho especial pelos netos, que eram mais de quinze. Fazia questão de conversar com todos e dar-lhes a benção.
Sempre brincalhão e contente, não tinha inimigos. Tinha sim muitos amigos, dentre eles os principais destacamos: Dogê, que também era seu vizinho; Luiz de Tiano; Valdir dos Santos Lima, ex-Secretário de Interior e Justiça; Dr. José Ledo; Didi de Lita, Basto do Bar; Antonio Ferreira, do Cabeço; Vicentão, a quem deu muito trabalho com suas brincadeiras sem má intenção; Luiz Martins, seu cumpadre; Leonel, Antonio Dias do Nascimento, Chico Souto e o médico Armando Abílio, por quem tinha um carinho todo especial.
Era muito bem relacionado na política e foi por muitos anos cabo eleitoral do Deputado Chico Souto e do candidato Zeca Torres.
Com a morte de sua companheira, dona Rita, em 2006, ficou mais calado contudo sem perder a alegria de sempre. É que dentre todos os fatos que aconteceram em sua vida, certamente, este foi o que lhe abalou as estruturas. Goteira não sabia viver sem dona Rita e vice-versa. Foram 56 anos de casados bem vividos, na companhia dos filhos e netos.
Inácio Pereira da Costa faleceu no dia 08 de dezembro de 2006, deixando muitas saudades. O seu velório foi um dos mais concorridos de Esperança, todos queriam acompanhar o velho Goteira e prestar-lhe as últimas homenagens.

Rau Ferreira
Fonte:
- COSTA, Inácio Pereira da. Dados biográficos fornecidos pelo filho do homenageado Adriano de Araújo Pereira, em 16 de março. Esperança/PB: 2012.
- TRIBUNA DO POVO, programa. Apresentação César Bronzeado e participação do médico Armando Abílio. Transmitido pela Ban FM (87,9 Mhz), em 17/03/2012.

- ANDRADE NOTÍCIAS, Blog. Disponível em www.andradenoticias.com/, acesso 16/03/2012.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sitio Banaboé (1764)

  Um dos manuscritos mais antigos de que disponho é um recibo que data de 1º de abril do ano de 1764. A escrita já gasta pelo tempo foi decifrada pelo historiador Ismaell Bento, que utilizando-se do seu conhecimento em paleografia, concluiu que se trata do de pagamento realizado em uma partilha de inventário. Refere-se a quantia de 92 mil réis, advinda do inventário de Pedro Inácio de Alcantara, sendo inventariante Francisca Maria de Jesus. A devedora, Sra. Rosa Maria da Cunha, quita o débito com o genro João da Rocha Pinto, tendo sido escrito por Francisco Ribeiro de Melo. As razões eram claras: “por eu não poder escrever”. O instrumento tem por testemunhas Alexo Gonçalves da Cunha, Leandro Soares da Conceição e Mathias Cardoso de Melo. Nos autos consta que “A parte de terras no sítio Banabuiê foi herdade do seu avô [...], avaliado em 37$735” é dito ainda que “João da Rocha Pinto assumiu a tutoria dos menores”. Registra-se, ainda, a presença de alguns escravizados que vi...

Renato Rocha: um grande artista

  Foto: União 05/12/2001 “A presença de autoridades, políticos e convidados marcou a abertura da exposição do artista plástico Renato Rocha, ocorrida no último final de semana, na Biblioteca Pública Dr. Silvino Olavo, na cidade de Esperança, Brejo paraibano. A primeira exposição de Renato Ribeiro marca o início da carreira do artista plástico de apenas 15 anos. Foram expostas 14 telas em óleo sobre tela, que também serão mostradas no shopping Iguatemi, CEF e Teatro Municipal de Campina Grande já agendadas para os próximos dias. A exposição individual teve o apoio da Prefeitura Municipal de Esperança através da Secretaria de Educação e Cultura, bem como da escritora Aparecida Pinto que projetou Renato Rocha no cenário artístico do Estado. Durante a abertura da Exposição em Esperança, o artista falou de sua emoção em ver os seus trabalhos sendo divulgados, já que desenha desde os nove anos de idade (...). A partir deste (...) Renato Ribeiro espera dar novos rumos aos seus projeto...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

Dica de Leitura: Badiva, por José Mário da Silva Branco

  Por José Mário da Silva Branco   A nossa dica de leitura de hoje vai para este livro, Badiva, voltado para a poesia deste grande nome, Silvino Olavo. Silvino Olavo, um mais ilustre, representante da intelectualidade, particularmente da poesia da cidade de Esperança, que ele, num rasgo de muita sensibilidade, classificou como o Lírio Verde da Borborema. Silvino Olavo, sendo da cidade de esperança, produziu uma poesia que transcendeu os limites da sua cidade, do seu Estado, da região e se tornou um poeta com ressonância nacional, o mais autêntico representante da poética simbolista entre nós. Forças Eternas, poema de Silvino Olavo. Quando, pelas ruas da cidade, aprendi a flor das águas e a leve, a imponderável canção branca de neve, o teu nome nasceu sem nenhuma maldade, uma imensa montanha de saudade e uma rasgada nuvem muito breve desfez em meus versos que ninguém escreve com a vontade escrava em plena liberdade. Silvino Olavo foi um poeta em cuja travessia textual...

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...