Pular para o conteúdo principal

Esperança: um sonho possível (?)

Com a instituição da Fazenda Banaboé Cariá pelos herdeiros dos Oliveira Ledo - fundadores de Campina Grande -, com o objetivo de constituir um entreposto de gado, na antiga propriedade Bela Vista que depois passaria às mãos de José Luiz, genitor de Irineu Jóffily,; o povoamento ascendeu a nossa Banabuié, notadamente com a construção de uma capela sob a invocação da Virgem do Bom Conselho, pelos “elementos plasmadores” desta Vila, consoante descrito por Padre João Honório, e formação de uma feira semanal, no caminho que dava acesso aos sertões e brejo.
Esta terra de pastagem verde atraíra a atenção de muitos. Decerto, por tal razão, lhe valera o nome indígena de Banabuié ou Banabuyu, que na língua tupi significa pantanal ou brejo das borboletas. Atual Esperança.
Berço de grandes intelectuais e de uma reserva moral coragem e empreendedorismo, verdadeiros desbravadores, pessoas não só de idéias mas de ação e que fazem o amanhã se tornar hoje, e o sonho realidade, Esperança tem contribuído muito para o engrandecimento do seu Estado.
Eu não me canso de lembrar o poeta Silvino Olavo, o Coronel Elísio Sobreira, o jurista Samuel Duarte, e o incansável Titico Celestino. Mas não posso negar a valorosa contribuição dos empresários como José Pereira da Silva e Matias Grangeiro, do político Arnaldo Monteiro da Costa, da família ALMEIDA e do médico Manuel Cabral, além de incontáveis personalidades.
Eles traduzem o âmago de cada esperancense, o seu desejo mais íntimo, a sua vontade de realização. Mesmo aqueles que são filhos por adoção, conjugam o mesmo sentimento, e juntos constroem esta cidade, a pequena que mais se destaca no cenário paraibano.
Esperança sempre acolhedora, tem recebido ainda pessoas vindas de todos os recantos da Parahyba e do Brasil. Talvez por isso encontrássemos a nossa “casa” em cada uma de suas esquinas, e por essa razão nos sentimos filhos tão amados.
Somos uma gente vencedora, que não desanima no primeiro tropeço. Mas que insiste que persiste, até atingir os seus objetivos. Um povo ordeiro e pacato, mas que não faz cerimônia quando necessita defender suas opiniões. E apesar do pessimismo que rege o mundo lá fora, acreditamos que tudo é possível e que podemos fazer do nosso sonho realidade. O otimismo é a nossa maior riqueza.


Rau Ferreira

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco

Hino da padroeira de Esperança.

O Padre José da Silva Coutinho (Padre Zé) destacou-se como sendo o “ Pai da pobreza ”, em razão de suas obras sociais desenvolvidas na capital paraibana. Mas além de manter o Instituto São José também compunha e cantava. Aprendeu ainda jovem a tocar piano, flauta e violino, e fundou a Orquestra “Regina Pacis”, da qual era regente. Entre as suas diversas composições encontramos o “ Novenário de Nossa Senhora do Carmo ” e o “ Hino de Nossa Senhora do Bom Conselho ”, padroeira de Esperança, cuja letra reproduzimos a seguir. Rau Ferreira HINO DE NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO (Padroeira de Esperança) VIRGEM MÃE DOS CARMELITAS, ESCUTAI DA TERRA O BRADO, DESCEI DE DEUS O PERDÃO, QUE EXTINGUA A DOR DO PECADO. DE ESPERANÇA OS OLHOS TERNOS, FITANDO O CÉU CÔR DE ANIL, PEDEM VIDA, PEDEM GLÓRIA, PARA AS GLÓRIAS DO BRASIL! FLOR DA CANDURA, MÃE DE JESUS, TRAZEI-NOS VIDA, TRAZEI-NOS LUZ; SOIS MÃE BENDITA, DESTE TORRÃO; LUZ DE ESPERANÇA, TERNI CLARÃO. MÃE DO CARMO E BOM CONSELHO, GLÓRIA DA TERRA E DOS