Pular para o conteúdo principal

11 Cruzes: Paróquia de Luto

Gruta das "Onze Cruzes" (Foto: Jailson Andrade)


N
o ano de 1946, um grande houve um grandeacidente envolvendo pessoas da cidade de Esperança, ocorrido nas proximidadesdo Bananal. O episódio ficou conhecido como “Virada das Onze Cruzes.

Na época não existiaasfaltamento e as dificuldades para se chegar ao destino eram muitas. Segundo consta,um chofer esperancense conduzia o seu caminhão Chevrolet 1939, transportandoalgodão e madeira, além de onze comerciantes. O veículo teria tombado naladeira da gruta do Riachão, deixando onze vítimas fatais.
A estrada antigamente passava noVale do Jatobá e saia no bairro do Alto Branco, em Campina Grande, com destinoas feiras e casas comerciais daquele município.
Quem melhor descreve o ocorridoé o motorista José Bento Sobrinho, conhecido por “Careca”, através dos versosseguintes:

Passaram em Camucá
Todos alegres de coração
Desse mesmo jeito
Passaram no Distrito de S.Sebastião
E não sabiam que a morte
Lhes esperavam na Gruta doRiachão

O fato foi ainda registrado pelopadre João Honório no Livro Tombo da Paróquia do Bom Conselho, que escreveu:

Página de luto: Ao terminar a crônica da vida paroquial docorrente ano, quero deixar consignado, neste livro de Tombo, um preito dehomenagem e caridade cristã, aos mortos do terrível desastre de caminhão,verificado a 5 de julho, em que perderam a vida onze chefes de família, destacidade e do interior da paróquia, quando se dirigiam a cidade de CampinaGrande. Foi um dia de dor e desespero nestas terra. Não se pode descrever oquadro terrível que enlutou e xx a nossa boa gente. A paróquia associa-se aoinfortúnio das famílias das vítimas, decretando um dia de luto e saudade ecelebrando solenes exéquias, nas quais tomaram parte o vigário, e os servospadre João Félix (...) Esperança, dezembro de 1946. (As) Padre João Honório”.

Há notícias ainda de que, na época, circularam folhetos de cordéis narrando a história deste acidente. Contudo,não foi possível encontrá-los em nossas pesquisas.

Rau Ferreira

Fonte:
-  ESPERANÇA,Paróquia de. Livro Tombo nº I. Esperança/PB: 1908, p. 92.
- BLOG,Esperança de Ouro. Jailson Andrade, 07 de novembro. Esperança/PB: 2011.
-  Disponível em: http://www.esperancadeouro.com/,07/11/2011.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

Ruas tradicionais de Esperança-PB

Silvino Olavo escreveu que Esperança tinha um “ beiral de casas brancas e baixinhas ” (Retorno: Cysne, 1924). Naquela época, a cidade se resumia a poucas ruas em torno do “ largo da matriz ”. Algumas delas, por tradição, ainda conservam seus nomes populares que o tempo não consegue apagar , saiba quais. A sabedoria popular batizou algumas ruas da nossa cidade e muitos dos nomes tem uma razão de ser. A título de curiosidade citemos: Rua do Sertão : rua Dr. Solon de Lucena, era o caminho para o Sertão. Rua Nova: rua Presidente João Pessoa, porque era mais nova que a Solon de Lucena. Rua do Boi: rua Senador Epitácio Pessoa, por ela passavam as boiadas para o brejo. Rua de Areia: rua Antenor Navarro, era caminho para a cidade de Areia. Rua Chã da Bala : Avenida Manuel Rodrigues de Oliveira, ali se registrou um grande tiroteio. Rua de Baixo : rua Silvino Olavo da Costa, por ter casas baixas, onde a residência de nº 60 ainda resiste ao tempo. Rua da Lagoa : rua Joaquim Santigao, devido ao...

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Z...

História de Massabielle

Capela de Massabiele Massabielle fica a cerca de 12 Km do centro de Esperança, sendo uma das comunidades mais afastadas da nossa zona urbana. Na sua história há duas pessoas de suma importância: José Vieira e Padre Palmeira. José Vieira foi um dos primeiros moradores a residir na localidade e durante muitos anos constituiu a força política da região. Vereador por seis legislaturas (1963, 1968, 1972, 1976, 1982 e 1988) e duas suplências, foi ele quem cedeu um terreno para a construção da Capela de Nossa Senhora de Lourdes. Padre Palmeira dispensa qualquer apresentação. Foi o vigário que administrou por mais tempo a nossa paróquia (1951-1980), sendo responsável pela construção de escolas, capelas, conclusão dos trabalhos do Ginásio Diocesano e fundação da Maternidade, além de diversas obras sociais. Conta a tradição que Monsenhor Palmeira celebrou uma missa campal no Sítio Benefício, com a colaboração de seu Zé Vieira, que era Irmão do Santíssimo. O encontro religioso reuniu muitas...