Pular para o conteúdo principal

Sinopses das Sesmarias de Esperança

Sesmarias eram lotes de terras incultos ou devolutos que os reis de Portugal cediam para quem se dispusesse cultivá-las. Cada uma media 3 (três) léguas de comprimento por 1 (uma) de largura, sendo uma légua antiga equivalente a 6,6 Km.
Apresentamos uma sinopse das Sesmarias que foram concedidas na região de Esperança, outrora Banabuyé. Anotem para a grafia, a qual pela relevância histórica dos textos foi grafada como de sua época.
a)      Sesmaria nº 107, de 13 de junho de 1713 – Concedida a Mathias (sic) de Araújo Rocha no lugar denominado Lagoa de Pedra, Sertão do Paó, no governo de João da Maia da Gáma;
b)       Sesmaria nº 116, de 3 de agosto de 1714 – Concedida ao Capitão Bento Ferreira Feio, Martin Gomes e José Luiz, nas testadas dos herdeiros de Domingos da Rocha pelo rio Mamanguape;
c)      Sesmaria nº 202, de 28 de julho de 1728 – Concedida ao Coronel Matias Soares Taveira, no sertão do Paó, entre os rios Mamanguape e Araçagy, ao leste com os herdeiros de Domingos da Rocha;
d)     Sesmaria nº 250, de 17 de maio de 1736 – Concedida a Sebastião Gomes Correia, nas terras denominadas Areial, no governo de Pedro Monteiro de Macedo;
e)      Sesmaria nº 261, de 18 de fevereiro de 1739 – Concedida ao Capitão Bento Antonio da Costa, na chamada Embigudas, ribeira do Curimataú, nas ilhargas no sítio Oriá e Araçagy;
f)       Sesmaria nº 620, em 24 de setembro de 1765 – Concedida a Barbara Maria da Pobreza no Sítio Oriá, extremado com o sítio Campinote;
g)      Sesmaria nº 759, de 28 de novembro de 1778 – Concedida a Luiz Barbosa da Silva, que comprou de João de Soares Valcácer em fevereiro de 1672, a qual extrema com as terras dos herdeiros de João da Rocha, denominado de Banabuyé.
h)      Sesmaria nº 930, de 16 de outubro de 1789 – Concedida a Manoel Gonçalves Diniz, José Barbosa, Veríssimo Freire, e Francisco Barbosa dizem que no sertão das Alagoas até Banabuyé, no governo de Jerônimo José de Mello Castro.
i)        Sesmaria 955, em 24 de janeiro de 1791 – Concedida ao Sargento-mór José Thomaz Meira e ao cidadão Antônio Ferreira, denominadas de “Gravatazinho”, extremado com terras do Capitão Francisco de Arruda e Dona Barbara Maria da Pobresa.

Encontramos ainda referência a Sesmaria 199, requerida por Matias Soares Taveira, criador de gado no sertão do Paó de Lagoa Verde entre os rios Araçagi e Mamanguape, nas imediações de Alagoa Nova

Rau Ferreira
Fonte:
- FREIRE, José Avelar. Alagoa Grande – Sua história: de 1625 a 2000. Vol. I. A União: 2002;
- SALES, José Borges de. Alagoa Nova: Noticias para sua história. Fortaleza, Gráfica e Editora. 1990;
- SANTOS, Valter Araújo dos. São Sebastião de Lagoa de Roça: Anotações para a sua históriaia. Gráfica Fabrício: 2001;
- SERAFIM, Péricles Vitório. Remígio: Brejos e carascais. Editora Universitária: 1992;
- TAVARES, João de Lyra. Apontamentos para a História Territorial da Paraíba, Vol. I, Imp. Of., Pb., 1910.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

Versos da feira

Há algum tempo escrevi sobre os “Gritos da feira”, que podem ser acessadas no link a seguir ( https://historiaesperancense.blogspot.com/2017/10/gritos-da-feira.html ) e que diz respeito aqueles sons que frequentemente escutamos aos sábados. Hoje me deparei com os versos produzidos pelos feirantes, que igualmente me chamou a atenção por sua beleza e criatividade. Ávidos por venderem seus produtos, os comerciantes fazem de um tudo para chamar a tenção dos fregueses. Assim, coletei alguns destes versos que fazem o cancioneiro popular, neste sábado pós-carnaval (09/03) e início de Quaresma: Chega, chega... Bolacha “Suíça” é uma delícia! Ela é boa demais, Não engorda e satisfaz. ....................................................... Olha a verdura, freguesa. É só um real... Boa, enxuta e novinha; Na feira não tem igual. ....................................................... Boldo, cravo, sena... Matruz e alfazema!! ........................................

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco

Hino da padroeira de Esperança.

O Padre José da Silva Coutinho (Padre Zé) destacou-se como sendo o “ Pai da pobreza ”, em razão de suas obras sociais desenvolvidas na capital paraibana. Mas além de manter o Instituto São José também compunha e cantava. Aprendeu ainda jovem a tocar piano, flauta e violino, e fundou a Orquestra “Regina Pacis”, da qual era regente. Entre as suas diversas composições encontramos o “ Novenário de Nossa Senhora do Carmo ” e o “ Hino de Nossa Senhora do Bom Conselho ”, padroeira de Esperança, cuja letra reproduzimos a seguir. Rau Ferreira HINO DE NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO (Padroeira de Esperança) VIRGEM MÃE DOS CARMELITAS, ESCUTAI DA TERRA O BRADO, DESCEI DE DEUS O PERDÃO, QUE EXTINGUA A DOR DO PECADO. DE ESPERANÇA OS OLHOS TERNOS, FITANDO O CÉU CÔR DE ANIL, PEDEM VIDA, PEDEM GLÓRIA, PARA AS GLÓRIAS DO BRASIL! FLOR DA CANDURA, MÃE DE JESUS, TRAZEI-NOS VIDA, TRAZEI-NOS LUZ; SOIS MÃE BENDITA, DESTE TORRÃO; LUZ DE ESPERANÇA, TERNI CLARÃO. MÃE DO CARMO E BOM CONSELHO, GLÓRIA DA TERRA E DOS