Em 1850 a povoação de Alagoa Nova foi elevada à categoria de Vila, e assim desmembrada do termo de Campina Grande (Lei n. 10, de 05/09/1850).
No território recém criado encontravam-se as terras que formariam o Sítio Lagoa do Açude. A sua posse tem origem nas sesmarias requeridas de 1713 a 1753 e que estão registradas no Cartório de Alagoa Nova.
Naquele tempo, essas terras pertenciam a grandes latifundiários que a utilizavam na criação de gado. A Fazenda Banabuyê, que deu origem ao nosso município, teria surgido com esse objetivo, por volta de 1860.
Segundo Irineo Joffily, Banabuye foi sempre o nome deste lugar. Ela fica ao pé de uma grande rocha que se estende encoberta por baixo de suas casas e por sua feliz situação foi escolhida para o estabelecimento de uma feira. As gameleiras com que a rua principal estava arborizada haviam sido estacas da antiga fazenda. E conclui finalmente que deveria ter permanecido o nome indígena por maus auspicioso que “Esperança” pudesse ser (p. 208/209).
Corroborando esta tese, existe um documento escrito por volta de 1757 e que se encontra na Torre do Tombo em Lisboa, em que descreve a nossa “Banabuyê”, situada a duas léguas do sítio denominado Oriá (Areal), a beira de um açúde.
Diz Reinaldo de Oliveira Sobrinho “apud” Coriolano de Medeiros, que o local era ocupado por um aldeamento dos Índios Cariris, que se assentavam nas proximidades do Taque do Araçá. Informa ainda o historiador que um reservatório d'água construído pelos índios foi motivo para atrair colonos que expulsaram os antigos moradores. O primeiro habitante do lugar teria sido o Marinheiro Barbosa.
Posteriormente, os irmãos Laureano e Antônio Diniz vieram residir na atual rua Manuel Rodrigues, construindo três casas de taipa.
É de se pensar que ali se tornou parada dos antigos tropeiros, tendo se desenvolvido a base do comércio que se seguia para Campina, a “Rainha da Borborema”. E certamente muitos caxeiros-viajantes ou mascates tinham Esperança como rota de seus negócios. O fato é que, em 1943 já existia aqui uma Estação Fiscal, para recolhimento dos tributos.
Aquele povoado chamou a atenção da Igreja Católica, que em 1908 criou a freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho, “em consideração as necessidades espirituais” da povoação (Livro Tombo I, p. 01/02).
As principais denominações da cidade foram: Banabuyê (1860), Boa Esperança (1872) e finalmente Esperança (1908).
A cidade emancipou-se em 1925, por força da Lei n. 624, no qual se empenharam intelectuais e políticos, além de pessoas influentes como Silvino Olavo e o Coronel Elísio Sobreira.
Rau Ferreira
Fonte:
- A vida dramática de Silvino Olavo, autoria de João de Deus Maurício, João Pessoa/PB, Unigraf, 1992 – p. 23/25;
- Livro do Município de Esperança. Ed. Unigraf, João Pessoa/PB, 1985 - p. 33/35;
- Notas sobre a Parahyba, Irineo Joffily, Editora Typographia do "Jornal do Commercio": 1892, p. 208/209;
- Freguesia do Cariri de Fora, Tarcízio Dinoá Medeiros, São Paulo: 1990, p. 40 e 43;
- Anotações para a história da Paraíba, Volume 2, Reinaldo de Oliveira Sobrinho: 2002.
- Livro Tombo I, Paróquia de Esperança: 1908, p. 01/02.
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