Ninguém escreveu
tão bem quanto o jornalista José de Cerqueira Rocha sobre a sua terra natal. A sua
descrição dos primeiros anos de nossa emancipação é uma das mais belas – Esperança, Recanto aprazível, para o
Anuário da Paraíba de 1934.
Nascido aos 22 de
janeiro de 1914, filho do Adjunto de Promotor e comerciante Theotônio Cerqueira
Rocha e de dona Deodata Torres Rocha e neto do Capitão Bento Olímpio Torres.
Era casado com a professora Emicléia Nóbrega Rocha, com quem teve três filhos:
Maria Lúcia, Thereza Cristina e Paulo Eduardo Nóbrega.
Em Esperança foi Professor
de 1931 à 1933, como Adjunto Interino da Cadeira do Sexo Masculino (Livro do
Município). Em 1934 já figura como repórter, atuando no Anuário da Paraíba.
Iniciou sua
carreira jornalística no Jornal “A União”, órgão oficial do Governo da Paraíba.
Sua trajetória neste periódico foi meteórica, tanto que em 1943 se torna
Secretário do Gerente Mardokêo Nacre, assumindo posteriormente a Diretoria
(20/02 à 20/10/1946).
Eduardo Martins,
ao escrever sobre o Jornal A União, apresenta o seguinte relato:
“Durante o curto
período de 9 de novembro de 1945 a 13 de fevereiro de 1946, esteve na sua
direção Sabiniano Maia. Integravam o seu Estado Maior, Mardoqueu Nacre,
na gerência; José Cerqueira Rocha, na secretaria; na redação – Durval de
Albuquerque, Ernani Batista, Wilson Madruga, chefiados por Silvino Lopes e
auxiliados por Baldomiro Souto, Jader Lessa Feitosa, Péricles Leal e Carlos Romero.
Colunistas – José Leal, Matias Freire” (A União: 1977, p. 49).
Maria de Fátima
S. Araújo nos informa que, em 1943, quando Nardokêo Nacre se tornou gerente,
José de Cerqueira assumiu a secretaria (Paraíba, imprensa e vida: jornalismo
impresso – 1826-1986, p. 154).
Em 1947, motivado
por perseguições políticas, transferiu sua residência para o Rio de Janeiro onde
se estabeleceu. Ali foi recebido pelo então Senador paraibano Ruy Carneiro,
passando a atuar como redator e jornalista do Ministério do Trabalho.
Na escalada
jornalística, José de Cerqueira trabalhou em diversos periódicos cariocas:
“Última Hora”, “Diário Carioca”, “O Dia” e a revista “Mundo Ilustrado”. E por
último n’O Globo por mais de vinte anos, chegando a assumir a Chefia de Redação
daquele jornal. Na sua gestão, o periódico se consolidou como um dos mais
respeitados e lidos do país.
Além disso, colaborou
com diversas revistas, a exemplo do “Mundo Ilustrado” e da “Revista da
Petrobrás”.
No Rio de Janeiro,
foi ainda Chefe de Imprensa do antigo IPASE, Assessor de Comunicação do
Governador Chagas Freitas, e Chefe de Imprensa da Secretaria de Justiça (Jornal
do Commercio/RJ: 04/02/1971), na época do Secretário Cotrim Neto.
Publicou dois
livros e traduziu
um artigo inteiro do beletrista norte-americano A. O. Dillenbeck, da revista
PIC, que falava de um filme da atriz Betty Gable – Pin-Up-Girl.
Fez parte da Associação Paraibana de Imprensa – API (A União: 21/07/1937)
Rau Ferreira
Fonte:
- Dados pessoais fornecidos
por Maria
Lúcia Nóbrega Rocha, filha do biografado, enviados via e-mail em 21/11/2010;
- Annuario da Parahyba. Volumes 1-3. Imprensa Official:
1934, p. 155/157;
- Livro do Município
de Esperança. João Pessoa/PB. Unigraf: 1985;
- Revista da Academia
Paraibana de Letras. Vol. III. 5 Ed. João Pessoa/PB: 1949, p. 272;
- ARAÚJO, Maria de Fátima S. Paraíba,
imprensa e vida: jornalismo impresso 1826 a 1986. 2ª Ed. Editora e
Jornal da Paraíba: 1986, p. 154, 160 e 261;
- MARTINS, Eduardo. A União: jornal e história da Paraíba, sua
evolução gráfica e editorial. 2ª Ed. Editoras N: 1977, p. 274.
- Biblioteca Genalógica Brasileira:
a família Nóbrega. Vol. VIII. 1956.
- BRASIL, Jornal (do). Edição de
sábado, 15 de novembro, 1º Caderno. Rio de Janeiro/RJ: 1980.
- MARTINS, Eduardo. A União: Jornal
e História da Paraíba, sua evolução gráfica e editorial. 2ª Edição. João
Pessoa/PB: 1977.
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