À João [Benedito] Viana dos Santos Nas ruas e praças desta cidade Cantadores e violeiros de repente Em sua simplicidade Declamaram em voz corrente. Um negro alto e valente Cheio de lorota e fogosidade Analfabeto e discrente Da sua triste realidade: Vejo a minha mocidade Comparo o tempo presente Que grande desigualdade Que saudade a gente sente. Ontem fui fogo ardente Com o vigor da mocidade Hoje o velho doente Não encanta mais a sociedade. Na sua fragilidade Dominava o impulso da mente E com tal sagacidade Deixava a todos contente. João Viana – de nascente, João Benedito, de batisdade Surgiu como o sol poente Que se enche de luminosidade. Um precursor indolente Passou com a velocidade E outros a sua historicidade Trouxeram incansavelmente. Não posso almejar felicidade Ah! esse mundo está muito diferente Amparai-me por bondade Pois o tempo me é conveniente. Sigo feliz e contente Ouvindo da juventude a maldade Vou rimando e fazendo repente Enquanto não vem a mortandade. Pois se há duas a
Cidade. Esperança. Parahyba. Brasil.