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Mostrando postagens de março, 2011

O poeta presente, cordel de Rau Ferreira

À João [Benedito] Viana dos Santos Nas ruas e praças desta cidade Cantadores e violeiros de repente Em sua simplicidade Declamaram em voz corrente. Um negro alto e valente Cheio de lorota e fogosidade Analfabeto e discrente Da sua triste realidade: Vejo a minha mocidade Comparo o tempo presente Que grande desigualdade Que saudade a gente sente. Ontem fui fogo ardente Com o vigor da mocidade Hoje o velho doente Não encanta mais a sociedade. Na sua fragilidade Dominava o impulso da mente E com tal sagacidade Deixava a todos contente. João Viana – de nascente, João Benedito, de batisdade Surgiu como o sol poente Que se enche de luminosidade. Um precursor indolente Passou com a velocidade E outros a sua historicidade Trouxeram incansavelmente. Não posso almejar felicidade Ah! esse mundo está muito diferente Amparai-me por bondade Pois o tempo me é conveniente. Sigo feliz e contente Ouvindo da juventude a maldade Vou rimando e fazendo repente Enquanto não vem a mortandade. Pois se há duas a

SOL: Conselho Penitenciário (2ª Parte)

LIVRAMENTO CONDICONAL Os primeiros liberados neste Estado Reportagem especial Em março de 1926, o poeta esperancense Silvino Olavo da Costa era nomeado 1º Promotor Público da Capital paraibana, passando a integrar o Conselho Penitenciário do Estado. Neste mesmo ano entra em vigor o Decreto nº 16.665, que estatuía entre nós o Livramento Condicional, cujos primeiros beneficiários foram egressos das comarcas de Bananeiras e Mamanguape. O Conselho, cuja finalidade era a de emitir pareceres sobre a liberdade dos condicionados, foi instalado em maio, sendo constituído por “ autoridades, advogados e médicos ” (SUASSUNA: 1927, p. 58). Fazendo parte, além do nosso ilustre poeta: Guilherme da Silveira, advogado; José Américo de Almeida, Consultor Jurídico do Estado; Adhemar Vidal, Procurador da República; Irineu Joffily, advogado; os médicos Newton Lacerda e Joaquim de Sá e Benevides; e o Diretor da Cadeia Dr. Arthur Urano. Silvino Olavo ocupava uma vaga em substituição ao Dr. Manuel Paiva, Pro

Família Costa

Beinha, Elza, Nirzo, Fernando e Didi

Sesmaria nº 759 de 1778

Data de uma sesmaria registrada em 1778 onde se menciona as terras de Banabuié, atual município de Esperança: “ Nº 759 em 28 de novembro de 1778 – Luiz Barboza da Silva, diz que comprou a João de Soares Valcácer três léguas de terra de comprido e três de largo, que haviam tocado em uma sesmaria que tirara com outros heréos em fevereiro de 1672 no sertão do Bruxaxá; sendo o sítio da sua situação o denominado Jardim, e porque na conformidade das novas ordens não pode a concessão ser na larga de meia légua para cada banda, pretende que se lhe conceda por nova data as sobras dita légua de larga com três de comprido, pegando na passagem do Riachão, onde assiste Maria Barboza, estrada que vem das Areias para Alagoa Nova pelo dito Riachão acima a fazer extrema com as terras que possuem os herdeiros que ficaram de João da Rocha, denominado o Banabué , enchendo-se de légua da sua largura para o norte, e terras que se acham denominado pela mesma compra de sua escritura, pedindo em concessão por

Livro João Benedito

O escritor Rau Ferreira se prepara para lançar seu segundo trabalho e desta vez a personalidade escolhida foi o Cantador João Benedito . Nascido em Esperança em 1860 e falecido em 1943, João Viana dos Santos recebeu a alcunha de “ João Benedito ”. O velho repentista fez de sua arte profissão e se apresentou em feiras e em diversas cidades da Paraíba, sempre acompanhado de sua viola. Era muito habilidoso e irreverente e mesmo em idade avançada capaz de glosar versos que tinham um pano de fundo filosófico. E m 1934, aos 80 anos de idade, compôs esta sextilha: “ E is o resto da figura Do velho João Benedito Fui gordo igualmente uma bola Estou magro como um palito Hoje é quem canta mais feio Foi quem cantou mais bonito !” Câmara Cascudo cita-o em seu livro e reproduz uma peleja que o mesmo travou com Antonio Correia Bastos, já o repentista Antonio Ferreira da Cruz colocava João Benedito em pé de igualdade com Joaquim Sem Fim, considerando-o como um dos mais temíveis cantadores de sua época

Lubeleza Sensação

A Lubeleza tem chamado a atenção dos internautas. A performance é desenvolvida no Youtube por  Maryette Dilon, da comunidade São Francisco em Esperança, e está virando sensação na web.  O vídeo tem apenas 30 segundos, o suficiente para mostrar todo o gingado da " Lubeleza ", que também é madrinha de bateria em uma das escolas de samba local. Postamos aqui o filme produzido e que também pode ser visto nos diversos portais da cidade, a exemplo do Andrade Notícias e o Notícia Esperancense . Rau Ferreira

Elísio Sobreira no combate à Coluna Prestes

Durante dois anos e meio um grupo de Oficiais do Exército, da Força Pública de São Paulo e alguns civis percorreram o país motivado pelo sonho de transformar a nação. Esses dignos e honrados revolucionários engrossaram as fileiras da chamada “ Coluna Prestes ” numa das mais extraordinárias marchas armadas do país. Transcrevemos a seguir um pouco da história na visão governamentista da Paraíba, segundo um relatório apresentado pelo Tenente-coronel Elísio Sobreira, Comandante da Polícia, ao Governo do Estado: “Ser-me-ia dispensado dizer a V. Ex.* que a tropa do coronel Pedro Silvino (chefe político local) não conduzia dinheiro nem para comprar um cigarro, se assim me posso expressar. Daí a minha preocupação em acautelar os haveres dos nossos sertanejos. Era que os ‘ patriotas ’ extorquiam aqueles que lhe não davam por vontade, conforme documento em meu poder. Eles, os ‘ patriotas ’, satirizavam as famílias e arrombavam as portas, como o fizeram no município de Souza, em a casa do coronel

História do Município de Esperança

Reportagem Especial A história da cidade de Esperança inicia-se efetivamente em 1860, a partir da instituição da Fazenda Banaboié Cariá pertencente aos descendentes dos Oliveira Ledo. Contudo, as terras que compunham esta localidade já eram conhecidas desde 1757 quando, O Capitão-mór Clemente de Amorim e Souza por ordens do Governador da Capitania, percorreu a região descrevendo-as e anotando as suas distâncias. Esta carta existente na Torre do Tombo em Portugal apresentava o Sítio Banabuyé nas proximidades de Campina Grande, situado à beira de um açude. Consta também que os Índios Tapuias quando habitaram estas terras haviam construído um reservatório d'água que chamou a atenção dos nossos colonizadores, denominado de Tanque do Araçá. Mas o Marinheiro Barbosa foi o primeiro homem civilizado a se utilizar desta água, construindo sua habitação nas suas proximidades. Porém, este não se demorou muito tempo Posteriormente fixaram residência os irmãos portugueses Antônio, Laureano e Fr

José de Cerqueira Rocha

Ninguém escreveu tão bem quanto o jornalista José de Cerqueira Rocha sobre a sua terra natal . A sua descrição dos primeiros anos de nossa emancipação é uma das mais belas – Esperança, Recanto aprazível , para o Anuário da Paraíba de 1934. Nascido aos 22 de janeiro de 1914, filho do Adjunto de Promotor e comerciante Theotônio Cerqueira Rocha e de dona Deodata Torres Rocha e neto do Capitão Bento Olímpio Torres. Era casado com a professora Emicléia Nóbrega Rocha, com quem teve três filhos: Maria Lúcia, Thereza Cristina e Paulo Eduardo Nóbrega. Em Esperança foi Professor de 1931 à 1933, como Adjunto Interino da Cadeira do Sexo Masculino (Livro do Município). Em 1934 já figura como repórter, atuando no Anuário da Paraíba. Iniciou sua carreira jornalística no Jornal “A União”, órgão oficial do Governo da Paraíba. Sua trajetória neste periódico foi meteórica, tanto que em 1943 se torna Secretário do Gerente Mardokêo Nacre, assumindo posteriormente a Diretoria (20/02 à 20/10/1946). E

Ednaldo da Silva, Lanco

Ednaldo da Silva é mais conhecido pelo epíteto de “ Lanco ”. Este artista tem se dedicado à pintura desde 1973, mas a sua vocação vem desde criança e com a convivência que manteve com o saudoso pintor José Costa. Faz cartazes, letreiros, faixas e desenhos, a exemplo da charge produzida para o jornal “ A Folha ” que adiante apresentamos. Trabalha ainda como locutor em um programa de grande audiência na rádio comunitária local e tem um pequeno comércio; além de exerce o seu dom musical na Filarmônica “1 ° de Dezembro”. Brincalhão e irreverente gosta de desenhar os símbolos dos principais times de Campina Grande - Galo e Treze - nas paredes ociosas da cidade. Com grande habilidade fez escola e muitos dos letristas de hoje foram discípulos do velho “ Lanco ”, com seu estilo inconfundível que é uma marca registrada desta cidade. Rau Ferreira Fonte: - SOUZA, Inácio Gonçalves de. Esperança e sua gente . Esperança/PB: 1994, p. 35; - A FOLHA, Jornal. Esperança/PB. Ano III, n ° 145. Esperança/P

Sol: Jantar íntimo no Hotel Globo

O dr. Silvino Olavo da Costa participou do jantar íntimo oferecido por advogados e amigos do Des. Flodoardo da Silveira, oferecido no Hotel Globo em João Pessoa por motivo de sua nomeação da alta Corte Paraibana. O ágape teve início às 19h30 min e contou com a presença de Irineo Joffily, então presidente do Instituto dos Advogados da Paraíba, além de outros conterrâneos e simpatizantes do recém nomeado desembargador. Rau Ferreira Fonte: - Jornal “A União”, Órgão Oficial do Governo do Estado: Edições de 16/02 (p. 08); 09/03 (p. 06); 19/03 (capa) e 20/03 (p. 3).

SOL: Últimas unidades

Este livro foi a realização de um sonho de menino, refeito às pressas por falta de incentivo financeiro e seguindo o ideal proposto por Marinaldo Francisco e Roberto Cardoso, iniciado em 1985, com a publicação das poesias do vate esperancense. Senti muitas dificuldades, em especial a falta de apoio. Caminhei sozinho e hoje estou amargando uma certa decepção. Faltam leitores, faltam articuladores, falta mais incentivo a nossa cultura. Esperança sempre fora um celeiro de vocações; mas estas ainda encontram-se enclausuradas. Vamos abrir as portas e mostrar ao mundo nosso potencial! Por fim reclamo que adquiram o livro... e dêem igualmente a sua contribuição para a história da Paraíba. Rau Ferreira

Obra, poema de Karl Marx Valentim

OBRA Um super-homem flutuando no teto Tijolos caindo, um deus-me-livre Creio-em-deus-pai, esta foi perto Uma mão, duas mãos,... ferros no tim-tim... Outras arrastam carroças de concreto Cordas correndo nas calhas, ronron... Um pulo na trilha bamba, um cuidado esperto Puxa-encolhe, vai-volta, serrote roque-roque Calos afagam a lâmina, doloridos afetos Corre-corre, fecha-fecha, abre-abre... Na bóia-fria bóia uma perna de pato Eis-me, eis-te eis-nos,... nessa loucura Bebendo a mesma água, comendo o mesmo prato Janeiro-junho/julho-dezembro; dia, mês e ano Trabalho, trabalho, trabalho,...certos/incertos! Leva e traz, vira e mexe, dia-a-dia, sou operário Esta é uma cláusula da vida, assinada neste contrato. Karl Marx Valentin E-mai: 23/07/2010, 20h18mim

O simbolismo do lírio

Em 1925 o poeta Silvino Olavo exaltou a sua terra chamando-a de “ Lírio verde da Borborema ”. Longe de ser uma simples afirmação esta paráfrase esconde um grande simbolismo. A cidade de Esperança encontra-se nos píncaros da Borborema, a cerca de 640 metros de altura do nível do mar, com posição estratégica e fluxo privilegiado, ligando sertão, brejo e litoral. As suas cores – verde e branco - elevam os mais altos sentimentos: paz e prosperidade. Segundo NOBREGA a figura do lyrio confunde-se com o culto a Nossa Senhora das Neves, sendo ainda sinônimo de pureza e inocência (Linha D’água, p. 81/92). Não é a toa que o nosso vate antevendo esta nossa vocação religiosa, que tem na imagem da Virgem - aqui reverenciada pelo nome de Nossa Senhora do Bom Conselho – adicionou em seu discurso tão belo paradigma. Em um de seus mais belos poemas, nos diz: “Minha felicidade – ó Musa – nem descreves No dia em que eu tiver uma esposa amorosa E pura, assim com um ar de Senhora-das-Neves, Como esse que h

Ala-ursa e seus simpáticos

Foto gentilmente cedida por Marquinhos da Copiadora União.

Esperança: o melhor carnaval do brejo

O carnaval de Esperança é o mais animado do brejo paraibano. No sábado (05/03) tivemos a abertura oficial com arrastão pelas ruas acompanhado de um trio elétrico.  E nas primeiras horas deste domingo (06/03) os foliões ganharam as ruas com o animadíssimo bloco " Zé Pereira ", um dos mais antigos e tradicionais do município. No domingo de manhã foi a vez do " Bloco das Lias " fazer a festa, sendo acompanhado por uma grande multidão de carnavalescos e curiosos. A irreverência é a marca maior deste bloco onde os papeis masculino e feminino são invertidos.  E pela tarde apresentaram-se as Escolas de Samba no corredor da folia, com destaque para as agremiações da comunidade: Última Hora, Nova Esperança e Baixada Jovem . Com suas alas, samba enredo, harmonia, fantasia e comissão de frente as escolas deram um show a parte para o público que foi prestigiar o desfile na rua Manuel Rodrigues.  Hoje tem mais frevança, mela-mela, ala-ursas e muita folia nas sedes espalhadas po