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Cultura em Esperança, 3ª Parte

Cultura & Arte: síntese de uma estória sem começo nem fim

Por Evaldo Brasil

CULTURA: Cultura, palavra de origem latina, está definida pelo dicionarista Aurélio Buarque de Holanda por pelo menos 15 idéias. Mas, a partir da nossa compreensão, considerando o propósito temático desta publicação, selecionamos os itens que se relacionam. No 5, é “o conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade”; e 6, que a define como “a parte ou o aspecto da vida coletiva, relacionados à produção e transmissão de conhecimentos, à criação intelectual e artística, etc.” Sugiro ainda, a verificação dos itens 7 a 12.

ORATÓRIA: Temos e tivemos contadores de história. Alguns deles estão registrados em livros sobre o município, como Francisco Rodrigues dos Santos, Francisco da Costa Braga e Maria Luiza da Conceição, além de Chico de Pitiu, Arlindo Delgado, Nino Pereira, José Régis e José Torres. Atualmente, pelo trabalho de pesquisa de alguns e pela vivência de outros, destacam-se as figuras de Vicente Simão, Pedro Feliciano, Luiz Martins, Jacinto Barbosa, João de Deus Melo, Odaildo Taveira, Hida Batista e Inacinha Celestino. Todos aptos a contar nossa história, dando ares de pura arte.

CARNAVAL: Essa festa é ensaio-performance, teatro de rua. Bom Porque Pode, 1927, de “Seu Tochico”, reunia operários da indústria sapateira da época. Bumba-Meu-Boi, 1962, com 150 integrantes, de João Marcolino. Seus remanescentes fazem o Arrasta Tudo, talvez o mais autêntico dos blocos carnavalescos da atualidade, também é o mais pobre e mais criativo. Os Índios, dos anos 30, de José Luiz. Escola de Samba Última Hora, 1967, de Luziete Câmara. A Escola de Samba de Papel, 1965, foi sua origem. Grupo Suassuna de Capoeira, 1980, de Jailton Santos. Hoje deu lugar a outros.

Evaldo Brasil

Fonte:
  • Revista Comercial de Esperança, Ano V. Esperança/Pb, dezembro de 2008. Editor Fernando Rocha;
  • Manuscrito: Evaldo Brasil, que foi ator neste cenário (Panela de Barro, Tupiniquim, Semap etc.) e hoje tem a sala de aula como palco no teatro da vida.

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