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O Carnaval de Evaldo e Jacinto

Não adianta: Evaldo Brasil escreve para poucos! O seu “Carnaval de Seu Jacinto” (Cordel 49:128) é pouco inteligível em seus versos; mas todo luz no contexto do conhecimento das coisas de Esperança.
Isso é compreensível quando o poeta quer se expressar na tênue linha da crítica construtiva. Vejam-se os versos:

“II
Por lá, comovente beleza
Toma conta da iluminada
Praça ao bem consagrada...
Por aqui, mais da realeza
De se repetir um formato
Sem se preocupar, de fato
Com mudar para a clareza”.
E mais adiante ele acrescenta:

“VI
Espere que a intelligentsia
Supere a herança maldita
Assuma o que se acredita
Sem cair em negligência...
E no sangangu do crioulo
Doido papangu meio tolo
Se revele na impotência”.
A sua genialidade é mesmo assim: brinca com as palavras em seu jogo de rimas e faz uso de uma licença poética que sói ele conhece tão bem.
Valeu a lembrança; e acredito que Jacinto aprovaria toda a sua construção. E que bela composição!
Aprendemos um pouco mais de sua arte enquanto lamentamos a ausência que nos faz mais pobres no ponto de vista cultural: Jacinto.

Entendo que o poeta
Gostaria de ver
papaguns e ala-ursas desfilando
num carnaval de plumas e paêtes
pela avenida da folia
Essa é sua letra.

Rau Ferreira

Fonte:
- evaldobrasil.blogspot.com; Cordel 49.128, Em memória de Jacinto Barbosa: post 01/02/2010.
Acompanhe a saga de Evaldo em seu “Banabuye 300” (evaldobrasil.blogspot.com).

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