Do Guia
G2, Coluna "Tá Ligado?"
Em 14/11/2010.
Esperança
vai ganhar um livro sobre uma figura ilustre da terra, o poeta Silvino Olavo. Há vários livros
escritos sobre o poeta e sua obra, mas dessa vez, é diferente. A iniciativa
nasce na própria terra onde o poeta ensaiou os seus primeiros passos e “jogou
os seus jogos pueris”. As novas gerações vão conhecer mais sobre um
personagem que fugiu jovem de casa para estudar e se projetar na vida. Não
fosse a esquizofrenia que o acometeu, certamente a História do município seria
contada de forma bem diferente. Estou ansioso para ler este livro que está no
prelo e que brevemente circulará.
A
iniciativa da publicação é de Rau.
Rau nada. Hasenclever.
E não estou falando de Walter Hasenclever, o dramaturgo e poeta alemão do
início do século passado. Estou falando de Hasenclever
Ferreira Costa. Sujeito de jeito para as coisas de cultura. Mantém
blog’s sobre história (historiaesperancense.blogspot.com; memoep.tk,
entre outros) e está sempre antenado quando o assunto é literatura, poesia,
artes e patrimônio cultural. Com idéias e recursos próprios Rau, ao lançar este livro, está
se inscrevendo na galeria dos intelectuais que se preocupam com o futuro
cultural da cidade. A partir deste feito, ele se consolida como o único
esperancense com ousadia e arrojo para, individualmente, empreender um projeto
dessa envergadura. O futuro desde já lhe agradece.
Hasenclever Ferreira Costa é filho do meu saudoso amigo Elzo Dias Costa – Beinha.
Beinha morou na minha rua. Serviu à Aeronáutica, em Natal, capital potiguar.
Trabalhou como apontador da construtora Camargo Correia, durante a construção
da BR 104 Norte - Anel do brejo - feito em 1970, durante o governo João
Agripino. Por longos anos usei os seus serviços como atendente da Empresa
Viação São José, no mesmíssimo lugar onde continua hoje, número 43 da Rua
Manuel Rodrigues. Largou nosso convívio prematuramente, há 22 anos, depois de
padecer por longos meses com um câncer de colo intestinal. Quem ocupa o seu
lugar na São José são os irmãos Djalma e Djair.
Ao
contrário de Sapé, Areia ou Monteiro, cujos administradores sempre tiveram zelo
pela cultura e preservação do patrimônio artístico e cultural, Esperança é meio infeliz nesse
aspecto. Ao longo da sua história tem delapidado o patrimônio
arquitetônico por falta de uma legislação preservacionista. Atualmente nosso
legislativo é composto por homens com bastante respaldo popular mas sem muita
noção do seu papel na Câmara Municipal. Tanto é que estamos defasadíssimos
quando o assunto é atualidade legislativa. O teste aplicado ao deputado mais
votado do Brasil – o palhaço Tiririca -, em São Paulo, caberia também a
alguns parlamentares mirins.
Infelizmente
- coisas da democracia - a cidade tem uma tradição de colocar no poder sempre
pessoas pouco afeitas às iniciativas culturais. Pois bem, nesse aspecto,
Esperança está forjando um herói. É preocupado com a história do município,
escreve para jornais, tem blog sempre atualizado com perfis de figuras do povo
que vem construindo a história da cidade.
Editar um livro não é uma tarefa fácil. Envolve, além da
habilidade com as letras, um seleto grupo de profissionais das artes gráficas.
Nisto consiste transformar idéias em forma palatável e útil para um segmento da
população. Cada livro tem um público específico. Da seleção e preparação dos
originais, passando pelo projeto gráfico, até a impressão vai um bocado de
tempo e muita torração de paciência.
Rau, quero aqui deste espaço
saudá-lo pelo projeto. Sua iniciativa tem a virtude de não ser pela sua
projeção pessoal. Muito antes pelo contrário, visa o coletivo. Soube que você
procurou apoio no Executivo municipal, onde foi recepcionado com pompa e
circunstância, mas recebeu um sonoro NÃO. Claro que esse NÃO, não lhe arrefeceu
os ânimos. Parabéns! Estou para apoiar e contribuir.
Roberto
Cardoso
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