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Severino Costa e sua harpa "pianeira"

Severino Cândido Costa era “carapina”, e exercia esse ofício na pequena cidade de Esperança, porém sua grande paixão era a música. Conta-se que nas horas de folga dedilhava a sua viola com o pensamento distante, pensando em inventar um instrumento que, nem ele mesmo, sabia que existia. Certo dia, deparou-se com a gravura de uma harpa e, a partir de então, tudo passou a fazer sentido, pois era este instrumento que imaginara. Porém, o moço tinha um espírito inventivo e decidiu reinventá-la. Passou a procurar no comércio local as peças para a sua construção, porém não as encontrando fez uso do que encontrava. Com os “cobrinhos do minguado salário” foi adquirindo peças velhas de carro, de bicicleta e tudo o mais que poderia ser aproveitado. Juntou tudo e criou a sua “harpa pianeira”, como fora batizada. A coisa ficou meia esquisita, mas era funcional, como registrou a Revista do Globo: “Era um instrumento híbrido, meio veículo, meio arco de índio: uma chapa de ferro em forma de arc...
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A Energia no Município de Esperança

A energia elétrica gerada pela CHESF chegou na Paraíba em 1956, sendo beneficiadas, inicialmente, João Pessoa, Campina Grande e Itabaiana. As linhas e subestações de 69 KV eram construídas e operadas pela companhia. No município de Esperança, este benefício chegou em 1959. Nessa mesma época, também foram contempladas Alagoa Nova, Alagoinha, Areia, Guarabira, Mamanguape e Remígio. Não podemos nos esquecer que, antes da chegada das linhas elétrica existia motores que produziam energia, estes porém eram de propriedade particular. Uma dessas estações funcionava em um galpão-garagem por trás do Banco do Brasil. O sistema consistia em um motor a óleo que fornecia luz para as principais ruas. As empresas de “força e luz” recebiam contrapartida do município para funcionar até às 22 horas e só veio atender o horário integral a partir de setembro de 1949. Um novo motor elétrico com potência de 200 HP foi instalado em 1952, por iniciativa do prefeito Francisco Bezerra, destinado a melhorar o ...

Administração Odaildo Taveira (1979)

Odaildo Taveira Rocha foi eleito pela ARENA 1, com apoio de seu Luiz Martins, numa eleição muito acirrada contra José (Zeca) Torres. Ele que já havia sido vice de seu Luiz (1973-1977), agora se elegia gestor do Município de Esperança, tendo como vice o Dr. Severino (Nino) Pereira. Ex-funcionário de banco, iniciou seus estudos no Externado “São José”, da professora Donatila Lemos. Odaildo também chegou a presidir o Conselho de Desenvolvimento de Esperança que, em parceria com o PIPMOI - Programa Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra Industrial, organizava cursos de marceneiros, tratoristas, encanadores e eletricistas a serem ministradas pelo SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.   Com relação a sua administração, colhemos dados em uma publicação do parceiro e blogueiro Evaldo Brasil, em seu site “Reeditadas”, o qual publicou um calendário com o resumo do ano de 1979, que passo a reproduzir.   “ Poder Executivo Prefeito: Odaildo Taveira Rocha Vice-pre...

Bodas de Padre Palmeira (discurso de Wilson Braga)

Quando o Padre Palmeira completou seus 25 anos de sacerdócio, o Deputado Wilson Leite Braga fez uso de sua fala para prestar a sua homenagem ao nosso pároco. Transcrevo, a seguir, o seu discurso:   “O SR. WILSON BRAGA ( Comunicado – Lê) – Senhor Presidente, peço registro nos Anais desta Casa do nome do Monsenhor Manuel Palmeira da Rocha, que nesta data está completando seus 25 anos de vida sacerdotal. De heróis anônimos se alimenta a Pátria, no cotidiano muito mais do que nos momentos épicos que fazem História. E quanto mais nos adentramos no interior do País mais heróis anônimos encontramos na luta do dia a dia. Entre estes está frequentemente a figura do pastor, do líder religioso que no diálogo das almas, tão íntimo quão profundo, extingue os ódios, ensina o perdão, alicerça as bases de toda solidariedade humana. Desta linhagem é o Monsenhor Manuel Palmeira da Rocha, vigário de Esperança, na Paraíba. Não quis apenas salvar as almas. Quis salvar o homem todo. No seu corpo...

Magna Celi, escritora e poetisa

Esperança pode não ser uma cidade de leitores, mas certamente é um município de grandes escritores. Na velha guarda, encontra-se o poeta Silvino Olavo, e mais recente, a escritora e poetisa Magna Celi. Filha do casal Maria Duarte e José Meira Barbosa; irmã do Dr. João Bosco, Benigna, Graça Meira e Paula Francinete. Casada com o eminente Professor Francelino Soares de Souza, que assina uma coluna nesse jornal aos domingos; ela tem se destacado com inúmeras publicações. Graduada em letras pela UPFB, Mestra em Literatura Brasileira e com especialização em língua vernácula inglesa. Estreou nas letras em 1982, com “Caminhos e Descaminhos”. Desde então têm inscrito o seu nome entre os grandes nomes da poesia paraibana. É ela mesma quem nos fala sobre as suas origens: “Nasci na cidade de Esperança, brejo paraibano, de clima frio, chamada, no princípio de sua fundação, de Banabuié. Aconteceu na rua da Areia, nº 70. Fui batizada pelo Padre João Honório, na Igreja Nossa Senhora do Bom ...

Gente nossa

  Assis Diniz editou nos anos 80 do Século passado uma revista comemorativa, alusiva aos 60 anos de emancipação política de Esperança. Neste magazine elencou alguns esperancenses, traçando lhes o perfil biográfico, cujo rol aproveitei para alargar as informações apresentadas, fruto de minhas pesquisas. São eles: Júlia Santiago – prestou relevantes serviços à Paróquia do Bom Conselho. Tocava a serafina (harmônico) e lecionava catecismo. Nascida em Esperança no dia 28 de dezembro de 1884. Faleceu com a idade de 98 anos, às 06:00 horas no Lar da Providência “Carneiro da Cunha”, na capital paraibana, em 23 de abril de 1983. Notificou o Dr. João de Deus Melo, vítima de insuficiência cardíaca, atestada pela médica Dra. Neuza Maria da Conceição Costa. Era filha de Joaquim de Andrade Santiago e Ana de Souto Santiago. Eles residiam na rua Monsenhor Severiano. dona Júlia foi sepultada no cemitério público de Esperança. Eram seus irmãos: Luiz de Andrade Santiago (1860), Antônia de Andrade ...

A posse do Conselho Municipal (1928)

Recém criado, o Município de Esperança precisava ganhar forma. A sua institucionalização, passava, não apenas pelo executivo municipal, mas também pelo legislativo, órgão fiscalizador daquele. Os primeiros conselheiros haviam sido eleitos em 22 de agosto de 1926. Agora, deviam tomar posse, para assim iniciarem o seu exercício. Era uma grande solenidade para a nova comuna, a qual não poderia faltar o governante estadual, que tornou a nossa emancipação política em realidade. O Presidente João Suassuna (1924-1928), em excursão pelo Estado, chegou a Esperança por volta das 16 horas. Antes passara por Serraria e Remígio, onde fez breve parada. Aqui, foi recepcionado por Theotônio Cerqueira Rocha que expressou “ as saudações da villa de Esperança, transbordante de alegria por todas as suas classes sociaes, pela honra de hospedar o sr. presidente do Estado ” (A União: 19/10/1926). Com efeito, João Suassuna ficara alojado na residência do prefeito nomeado, comerciante Manoel Rodrigues de O...

Salathiel, a TV e a Sonoplastia

  Salathiel Coelho (1931-2015) ficou muito conhecido na teledramaturgia por ter iniciado as trilhas sonoras de novela. O primeiro disco foi lançado em 1965, somando ao todo 750 álbuns no Brasil, com sucessos nacionais e internacionais. Conta-se que trabalhava em uma rádio no bairro de Bodocongó, na cidade de Campina Grande (PB), quando foi descoberto pelo jornalista Assis Chateaubriand (Chatô) que o levou para trabalhar na Rádio Tupi, no Rio de Janeiro: “Eu trabalhava na rádio, em Bodocongó, que é um bairro de Campina Grande (PB) e ele perdeu o documento durante uma visita na cidade e me pediu para anunciar nos alto-falantes de uma maneira que insinuava que eu tinha obrigação de conhecê-lo. Mas, foi neste encontro que ele ouviu minha voz e achou que eu tinha potencial para trabalhar com ele” Antes de deixar a Paraíba, havia sido atingido por um tiro na mão esquerda em um palanque, projetil esse que era direcionado a um candidato político, e chegando na “cidade maravilhosa”, f...