A capela de Banabuyé era “a melhor da freguesia”
(Notas: Irineo Joffily), considerada “um moderno e vasto templo” (A
Parahyba, 1909), uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho”
(Diccionario: Coriolano de Medeiros).
O Monsenhor João Honório, quando administrou a paróquia
(1937-1951), alterou a fachada do templo. Foram retiradas as antigas torres,
permanecendo apenas a central, com uma altura aproximada de 14 metros.
Na parte interna, foram feitos “consertos no forro de
toda a nave e corredores, limpeza e pintura geral e nova instalação elétrica”
(Livro Tombo I: 03/02/40).
O novo formato, como o conhecemos até hoje, o qual
abandonou a estética antiga, de uma simples capela, para uma imponente catedral
foi inaugurado em 14 de abril de 1940.
O Dr. João Batista Bastos, em seu blog “Revivendo
Esperança”, nos informa que em “meados dos anos 60, houve a reforma do Altar
principal, talvez para acompanhar as regras da nova liturgia imposta pelo
Vaticano II. O Altar seria mais simples, com o celebrante de frente para a
assembleia” (BASTOS: 2012).
De fato, se observarmos a imagem que ilustra esse artigo,
infere-se que o padre celebrava a liturgia de frente para o altar e de costas
para a assembleia. O celebrante apenas volta-se para o povo no “Dominus
Vobiscum” (O Senhor esteja convosco), ou seja, na benção sacerdotal.
Em muitas igrejas os altares coloniais foram derrubados,
dando lugar aos modelos mais simples. Há quem atribua a mudança ao II Concílio
Vaticano, instalado por João XXIII (1962), e concluído no pontificado do seu
sucessor, Paulo VI (1965).
Ricart Torrens, nos esclarece que:
“A
Constituição sobre a Liturgia não diz nada acerca da colocação do altar. A
Instrução do Consilium diz que, nas igrejas novas ou reconstruídas, o altar
esteja separado da parede, de maneira que possa celebrar-se de frente para o
povo. Mas não há nenhuma disposição que obrigue a ter o altar ou a celebrar de
frente para o povo. Ainda mais: na própria Roma e em outras dioceses,
necessita-se de permissão da autoridade competente para mudar a posição do
altar. A celebração de frente para o povo, diz o Cardeal Lercaro na carta
mencionada, ‘é a mais conveniente sob o aspecto pastoral’. Mas – acrescenta – ‘cumpre-nos
frisar que a celebração de toda a Missa de frente para o povo não é
absolutamente indispensável para uma ação pastoral eficaz’” (TORRENS: 1969,
p. 100).
Alguns padres interpretaram de forma equivocada as ordens
do vaticano, enquanto outros aderiram ao “moderno”, justificando assim a
destruição de muitos altares.
O altar da Igreja era dedicado à invocação de
N. S. do Bom Conselho, com Jesus na parte mais alta; sob a efígie da Santa
havia os dizeres: “Altare -
privilegiatum ad perpetuum”,
embaixo, era provável que houvesse a inscrição: “Mater boni consilii”.
Rau Ferreira
Referências:
-
CENTENÁRIO DA PARÓQUIA, Revista. Ed. Jacinto Barbosa. Esperança/PB: 2008.
-
ESPERANÇA 82 ANOS, Revista. Ed. Jacinto Barbosa. Esperança/PB: 2007.
-
ESPERANÇA, Livro do Município. Ed. Unigraf. João Pessoa/PB: 1985.
-
ESPERANÇA, Reivendo. Blog do Dr. João Batista Bastos. “As Reformas da Igreja
Matriz e seus Altares”. Texto publicado em 04 de novembro de 2012, disponível
em: https://revivendoesperancapb.blogspot.com/2012/11/as-reformas-da-igreja-matriz-e-seus.html, acesso em 24/06/2024.
-
FERREIRA, Rau. Banaboé Cariá: recortes da historiografia do Município de
Esperança. 1ª Edição. Esperança/PB: 2015.
-
TORRENS, José Ricart. O que o concílio não disse. Ed. Hora Presente. São
Paulo/SP: 1969.
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