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O que aconteceu/Enigma poético (Pedro Dias)

 

O ano de 1990 foi O ano no qual aconteceu uma mudança brusca e um tano infeliz na minha jornada.

Funcionário de uma empresa pública, concursado havia doze anos, que eu era, a CMB - CASA DA MOEDA DO BRASIL - subordinada ao Ministério da Fazenda, estabelecida no RJ, pedi exoneração da mesma para vir embora para o meu estado, a Paraíba. Isto devido estar crescente a violência naquela capital e também devido a dificuldade de acesso às universidades públicas daquele estado que eram distantes e de difícil deslocamento para os meus cinco filhos.

E na capital, João Pessoa, seria mais fácil frequentar uma Universidade Federal e concluir, cada um, o curso de sua preferência, como aconteceu.

Pois bem, para início enviei metade das coisas encaixotadas por uma transportadora para casa de parentes que se prestaram a guardá-las.

Nessas caixas haviam coisas simples, antigas, porém de alta relevância e de valor literário inestimável.

Na época, não havia notebook, muito menos celulares onde se podia guardar textos e Poesias. O mais seguro e corriqueiro era pôr num caderno de capa de arame o que se escrevia.

Nessas caixas também existiam num caderno desses, cerca de oitenta ou mais escritos meus, entre poemas e sonetos.

Não sei por qual motivo, alguém dentro da família, aborrecido e sem verificar nem consultar, jogou as caixas no lixo e que certamente foram incineradas, dentre elas, a caixa onde estava o caderno com as Poesias e outro escritos.

Hoje, no total, eu teria para publicação nada menos de uns cento e vinte poemas ou mais, se não tivesse acontecido isso.

Pelo acontecido, jurei não escrever  nada mais, e, assim, por algum tempo aconteceu…

Apenas como despedida escrevi um último Poema:

ENIGMA POÉTICO”, que também será publicada como represália ao fato. Vejamos abaixo:

Não foram tantos os versos que escrevi!

Por fim, um só: o “adeus” de quem não chora.

Não por temer do que jamais previ,

Mas pelo canto, ao léu, jogado fora.

 

Mentir é afirmar que já esqueci…

É acreditar no mito de Pandora,

É não expressar sentido o que senti

E não dizer que estou sentindo agora.

 

Retroceder no tempo é infecundo,

É mais querer, mostrando para o mundo

Vã contingência à geração futura.

 

Mas, o porvir reluz conforme o lume

De cada amanhecer, sem mais queixume

Ante a certeza que se lhe assegura.

 

Pedro Dias

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