O ano de 1990 foi O ano no qual aconteceu uma
mudança brusca e um tano infeliz na minha jornada.
Funcionário de uma empresa pública, concursado
havia doze anos, que eu era, a CMB - CASA DA MOEDA DO BRASIL - subordinada ao
Ministério da Fazenda, estabelecida no RJ, pedi exoneração da mesma para vir
embora para o meu estado, a Paraíba. Isto devido estar crescente a violência
naquela capital e também devido a dificuldade de acesso às universidades
públicas daquele estado que eram distantes e de difícil deslocamento para os
meus cinco filhos.
E na capital, João Pessoa, seria mais fácil
frequentar uma Universidade Federal e concluir, cada um, o curso de sua
preferência, como aconteceu.
Pois bem, para início enviei metade das coisas
encaixotadas por uma transportadora para casa de parentes que se prestaram a
guardá-las.
Nessas caixas haviam coisas simples, antigas,
porém de alta relevância e de valor literário inestimável.
Na época, não havia notebook, muito menos
celulares onde se podia guardar textos e Poesias. O mais seguro e corriqueiro
era pôr num caderno de capa de arame o que se escrevia.
Nessas caixas também existiam num caderno
desses, cerca de oitenta ou mais escritos meus, entre poemas e sonetos.
Não sei por qual motivo, alguém dentro da
família, aborrecido e sem verificar nem consultar, jogou as caixas no lixo e
que certamente foram incineradas, dentre elas, a caixa onde estava o caderno
com as Poesias e outro escritos.
Hoje, no total, eu teria para publicação nada
menos de uns cento e vinte poemas ou mais, se não tivesse acontecido isso.
Pelo acontecido, jurei não escrever nada mais, e, assim, por algum tempo
aconteceu…
Apenas como despedida escrevi um último Poema:
“ENIGMA POÉTICO”, que também será
publicada como represália ao fato. Vejamos abaixo:
Não foram tantos os versos que escrevi!
Por fim, um só: o “adeus” de quem não chora.
Não por temer do que jamais previ,
Mas pelo canto, ao léu, jogado fora.
Mentir é afirmar que já esqueci…
É acreditar no mito de Pandora,
É não expressar sentido o que senti
E não dizer que estou sentindo agora.
Retroceder no tempo é infecundo,
É mais querer, mostrando para o mundo
Vã contingência à geração futura.
Mas, o porvir reluz conforme o lume
De cada amanhecer, sem mais queixume
Ante a certeza que se lhe assegura.
Pedro Dias
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.