José Morais
nasceu em Esperança-PB, aos vinte de fevereiro de 1942, filho do casal Severino
Ramos Morais e Maria Nicolau Costa. Ganhou o apelido de “Chiclete”, com o qual
ficou conhecido nos campos.
Aos 16 anos
ingressou nas fileiras da Associação Atlética Portuguesa, integrando a equipe
amadora, onde defendeu o quadro juvenil por duas temporadas, conquistando o
primeiro título: Campeão Juvenil.
Em 1959, o
atleta foi transferido para o Auto Sport de João Pessoa-PB, assinando o seu
primeiro contrato profissional, com participação no time principal, e
sagrando-se Vice-Campeão Paraibano de Futebol.
Não demorou
muito para que os “olheiros” captassem o jogador para o Campinense Clube, assinando
com essa equipe o seu contrato em 1961. Foi campeão pela “Raposa” na divisão de
honra da paraíba.
Após essa
temporada, foi cedido pelo Campinense para defender a Portuguesa de Desportos
no Estado de São Paulo. Na “Lusa Bandeirante”, onde permaneceu por um ano, foi
lançado entre os “Cobras” por Oto Glória, treinador do time, disputando o
certame paulista na equipe principal.
Na sua primeira
partida, no dia 06 de outubro de 1963, enfrentou o Santos F.C. no Pacaembu,
marcando o primeiro gol pela “Lusa” aos 23 minutos do primeiro tento, sendo
esta a única derrota do “Peixe” naquele campeonato.
Sobre a sua
passagem pela Portuguesa de Desportos, assim definiu “Chiclete”:
“Fiz excelentes amizades naquele clube. Oto Glória procurou sanar
algumas tendências negativas do meu estilo de jogar e incentivou-me bastante.
Apesar do campeonato paulista ser ‘duro’ para um atleta, sinto que aprimorei
meus conhecimentos e habilidades no manejo da pelota, o que me anima a aspirar
mais um pouco no futebol brasileiro”.
Por indicador de
Aimoré Moreira, treinador da Seleção Brasileira, Carlos Nascimento foi observar
o centroavante paraibano, que treinava pelo time paulista, fazendo-lhe as
melhores referências. Pouco tempo depois, Moraes deixava a Portuguesa, e
embarcava para o Rio de Janeiro, apresentando-se em setembro daquele ano ao
Fluminense de Álvaro Chaves.
“Encontrei no
Fluminense um ambiente sadio e de bons companheiros. Sinto-me como se estivesse
há muito radicado neste clube. Pretendo continuar agradando e, se possível,
ficar mais tempo nas Laranjeiras”, comentou com os jornalistas e, quando
indagado sobre o confronto com o Vasco da Gama, disse: “Estou fisicamente
bem. Minha única preocupação é a balança, pois estou com um ‘quilinho’ a mais
do meu peso ideal, que é 69 quilos. Porém, espero estar ‘afiado’ se for chamado
a entrar na luta. Depende de ‘seu’ Solich. Ansiedade e vontade não me faltam. Seja
no centro ou na ponta, onde também ‘engano’, estou às ordens”, disse
sorridente o esperancense.
Em início de
carreira, aos 22 anos de idade, Morais já pensava no futuro: “Apesar de
gostar muito de futebol, espero dentre em breve abandonar as chuteiras, pois
pretendo dedicar-me aos negócios que tenho e viver junto a meus familiares”.
A reportagem da época dava-o como sendo funcionário da Universidade da Paraíba,
onde atuava como inspetor de alunos, estando licenciado para dedicar-se ao
futebol; e também participante de duas organizações comerciais em João
Pessoa-PB: Casa da borracha Ltda & Cia e empreendimentos Imobiliários Ltda.
“Minha
situação particular, fora do futebol, é claro, precisa e deve ser encarada com
seriedade, pois tudo o que almejo, futuramente, é viver para meus negócios e
família. Futebol é bom. Muito já me deu a ganhar. Porém não pretendo levar essa
vida muito mais tempo, pois concentrações, regimes e pouca liberdade,
sinceramente, não estão dentro de minhas cogitações futuras”, comentou o jogador,
encerrando este assunto.
Em 1964 jogou
pelo “Mequinha”, em partidas amadoras.
Transferiu-se
então para o Sport Clube de Recife (1963/64). Mas não demorou muito para ser
contratado pelo Vitória de Guimarães, de Lisboa/Portugal (1965/66).
No Brasil, ainda
jogou a temporada de 1967 pelo “Galo da Borborema” (Treze F. Clube), onde foi
artilheiro com 9 gols pela Taça Brasil (atual Campeonato Brasileiro – Série A).
Retornou à
Portugal para defender as cores do Sporting de Lisboa, conquistando o
bicampeonato português; e as taças Tereza Herrera, Badajós e Montilla Moriles na Espanha.
Nos campos da
Europa, segundo as nossas pesquisas, e tal como consta do site do Treze e do
Museu do Esporte Campinense, participou das equipes portuguesas: Vitória de
Setúbal, Esporte Marinho Clube, Esportivo de Nazaré, Atlético Clube de
Portugal, Nazareno, Clube Oriental e Vila Real onde encerraria sua carreira de
jogador, para iniciar a de técnico. Nesta função, dirigiu o Ipiranga da Bahia
(1976).
Há notícias de
que teria jogado em Toronto, no Canadá, e no Bessitas da Turquia. Foi ainda
Supervisor do Treze de Campina Grande.
Formado em
Direito pela Universidade Regional atuou em diversas causas em defesa do
Dentra/PB. Faleceu em 13 de agosto de 2005.
Rau Ferreira
Referências:
- BRASIL, Paraíba, Registros da Igreja
Católica, 1731-2013, FamilySearch: José Ramos de Moraes, 22 de abril de 1942,
consulta em 26/10/2022.
- COMMERCIO, Jornal (do). Ano 137, Nº
18. 2º Caderno: Esporte. Edição de 20 de outubro. Rio de Janeiro/RJ: 1963.
Chegue a conhecer o Chiclete e ainda o vi jogando no América...
ResponderExcluirEra um excelente atacante, só não conhecia toda essa trajetória futebolística dele pelo mundo a fora...
Parece-me que ele era sobrinho de Edmilson Nicolau, o alfaiate, que ainda está vivendo entre nós.
Beleza de resgate sobre o filho famoso de Esperança .
PARABÉNS RAU!