Quando menino, na casa de meu avô paterno, Dogival Costa, descobri um poço que ficava em baixo de uma videira. O meu desejo por um cacho de uvas despertou-me a curiosidade do foço em forma de anel, com tampa de madeira, onde minha avó Nevinha buscava água “para o gasto”, como se diz aqui no Nordeste, quando esse fluído é usado para qualquer coisa que não seja na alimentação. Aproximei-me da tampa e, nem bem a levantei, quando ouvi os gritos de minha avó, chamando-me a atenção: “Cuidado menino!”. Era um poço fundo, cavado há muitos anos, com uns oitenta centímetros de diâmetro, o suficiente para entrar uma lata de zinco, utensílio muito usado na minha terra para coletar água. Passado o susto, fiquei sabendo da construção daquela casa, do quanto meus avós se empenharam; seu Dogival puxando agave para construir a casa da Juviniano Sobreira nº 144, e minha vó Nevinha o ajudando nas feiras (pois ele também era comerciante de roupas) e fazendo artesanato. Foram dias difíceis, contavam
Cidade. Esperança. Parahyba. Brasil.