Na
primeira edição deste livro esforcei-me para traçar em linhas gerais a
importância do Coronel Elysio Augusto Sobreira de Carvalho, patrono da PMPB,
discorrendo sobre a sua carreira militar e chefia política que exerceu na
Parahyba no livro desenvolvido por Inácio Gonçalves.
Tal
tarefa me foi confiada, também, nesse segundo volume da obra, revista e atualizada
pelo seu autor, com os cuidados que lhe são peculiares, resultado de sua
incansável pesquisa.
Inácio
Gonçalves de Souza é escritor, desportista, cordelista e
historiador. Nascido no Sítio Timbaúba (Esperança/PB), é graduado em história
pela Universidade Estadual do Vale do Acaraú – UVA e pós-graduado em História
da Paraíba e do Brasil pela Faculdade Integrada de Patos – FIP.
Sócio
do Instituto Histórico do Cariry Paraibano e do Instituto Histórico e
Geográfico de Esperança, tem publicado os livros: Esperança e sua gente (1994);
Esperança em verso e prosa (1998); América Futebol Clube – Patrimônio histórico
de Esperança (2001); Ratos e Amuados: A guerra das cores na política
esperancense (2008), Coronel Elísio Sobreira: do heroísmo ao patronato (2010) e
Memorial do Carnaval de Esperança (2016).
Com
muita honra, integra os quadros da Polícia Militar da Paraíba e a exemplo do
seu biografado tem alcançado os postos mais altos da “Briosa” com esmero e
dedicação.
* *
* * * *
Nasceu
Elysio Sobreira numa terça-feira de 20 de agosto de 1878, ano em que era
suprimida a Cadeira de Instrução Primária do sexo masculino na povoação de
Banabuyé (Lei Provincial nº 651/1877), regida desde o ano de 1869 pelo seu avô,
o professor Manuel Gomes de Araújo Sobreira (Lei nº 339).
Os
seus pais, Juviniano e Maria Sobreira, também se dedicaram ao magistério; o
genitor era proprietário de um externato nessa cidade, enquanto sua mãe
lecionava a Instrução Primária (1887), assumindo uma Cadeira Mista, criada pelo
governo em 1889.
Quando
o seu pai percebeu, nas aulas de música de seu externato, a vocação musical do
filho, inscreveu-o nas fileiras da Banda de Música do Batalhão de Segurança da
Parahyba (1907).
A
habilidade com a flauta aprendeu com Tonheca Dantas e o talento precoce fez com
que ele comandasse a banda de música do Grêmio Literário Recreativo “Peregrino
de Carvalho”, da cidade de Alagoa Grande-PB, apresentando-se já como Alferes em
1910.
Em
1912, juntamente com o Ten. Rangel Farias, o Sargento Pedro Medeiros e o seu
companheiro de farda Luiz Riscão, participou do primeiro confronto que a
Polícia Militar (à época denominada Força Policial), enfrentando grupos
armados, fato ocorrido na região polarizada por Monteiro, no Cariri Paraibano.
Elevado
ao posto de Capitão da Força Pública (1920), e nomeado Assistente do Governador
Sólon de Lucena, foi designado para o combate aos Cangaceiros, na cidade de
Sousa (1924).
Pouco
tempo depois, nomeado Comandante Geral da Corporação (1926), o Tenente-coronel
Sobreira dirigiu pessoalmente os combates à Coluna Prestes, em São João do Rio
do Peixe, registrando o Presidente João Suassuna em Mensagem à Assembleia
Legislativa do Estado o seguinte elogio por sua ação vitoriosa:
“Senhores,
as palmas, e os aplausos são de Elysio Sobreira, esse bravo a quem em boa hora
entreguei o comando da Força Pública; esse filho de Esperança, cuja rigidez e
frieza dos telegramas traduziam a decisão de ficar no posto, embora esmagadora
contingência da luta” (A União: 09/02/1926).
Liderou
ainda o cerco a Princesa Isabel (1930), onde rebeldes, conturbavam a ordem
pública para provocar uma intervenção federal no Estado, e por ocasião da “Revolução
de Outubro” (1930), foi comissário das tropas federais e estaduais, com atuação
nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Bahia, comandando o Grupo de Batalhão de
Caçadores.
Na
política atuou como chefe político de Esperança (1926) e Prefeito interventor nos
municípios de Alagoa Grande (1935) e Pombal (1938).
Após
se tornar o primeiro militar a ocupar a recém criada patente de Coronel, servir
a corporação por 35 anos, ocupando por suas vezes o comando da PMPB, faleceu em
João Pessoa no dia 13 de maio de 1942.
Por
sua força e bravura, foi escolhido para “Patrono da Polícia Militar da Paraíba”
pelo Governador Flávio Ribeiro (Decreto nº 1.238/57).
* *
* * * *
Inácio
Gonçalves com brilhantismo, acrescenta-nos novas histórias a
este baluarte da força pública, que serve de exemplo às novas gerações, e soma
ao seu cabedal de livros uma merecida segunda edição do livro: CORONEL ELISIO
SOBREIRA: DO HEROÍSMO AO PATRONATO.
É
com muita propriedade um dos maiores produtores da escrita literária da cidade
de Esperança que, sem muito esforço, merecia uma Academia de Letras,
considerado os inúmeros escritores que essa terra reúne.
A
obra de Inácio Gonçalves reaviva a memória do Coronel Elysio Sobreira,
os nuances de sua trajetória militar e política, relegando a pequenina Paraíba
este livro que é também uma homenagem a nossa Polícia Militar.
Rau
Ferreira
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.