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Ary Dantas lembra versos de José Coelho

 


Interessante história me foi passada pelo conterrâneo Ary Dantas, que me autorizou a publicação, lembrando um verso do Professor José Coelho da Nóbrega.

Ary havia chegado de Natal e, mal havia desembarcando do seu carro, quando avistou o Professor José Coelho, iniciando uma amistosa conversa:

- Oi rapaz, está chegando de onde?

- Oi professor, estou chegando de Natal. Perguntei-lhe: o senhor vai pra onde?

- Eu vou ali na bodega de seu Anízio tomar uma alargada de conhaque de alcatrão com limão e mel, tô com a guria seca deve ser começo de gripe – disse o professor. Vai me acompanhar?

- Sim professor, vou tomar uma cana com limão.

E foram os dois pra bodega de seu Anízio.

Sempre em tom educado, perguntou o bodegueiro sobre a mudança par o Rio Grande do Norte:

- Está morando em Natal?

- Sim, seu Anízio estou morando lá.

Era dia das mães de 1968. Seu Anízio serviu os drinques e Ary antes de beber, pediu ao velho mestre que fizesse um verso em homenagem ao dia das mães para que os dois pudessem brindar. O professor pensou um pouco, e depois recitou os versos:

Mãe, criatura Santa,

És o cúmulo do sofrimento

E o altar das alegrias

És o bálsamo dos bálsamos

Que a medicina não cria

 

Ary Dantas não conseguiu esquecer o poema de José Coelho, antigo professor do “Irineu Jóffly” e agrimensor de nossa cidade, o qual tantos versos fez para a sua terra.

Algum tempo depois, em um dos jornaizinhos que circulavam na cidade, encontramos a publicação deste poema intitulado “Mãe”, de autoria de José Coelho, com pequena modificação:

Mãe, túmulo de sofrimento

E berço de toda alegria

Laboratório de bálsamo

Que a medicina não cria.

 

Zé Coelho era figura presente na sociedade esperancense e possuía uma memória invejável. Costumeiramente era visto com um livro na mão ou seu caderno de anotações, onde guardava a sua produção cultural.

 

Rau Ferreira

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