Pular para o conteúdo principal

Noêmia Rodrigues: primeira Miss Esperança


Não é de hoje que os esperancenses escolhem a mais bela. A primeira miss de que temos notícia, foi a Srta. Noêmia Rodrigues de Oliveira.
A edição de maio da revista “Vida Doméstica” estampava em suas páginas a garota como vencedora do certame de beleza, realizado em nosso Município no ano de 1934.
Noêmia era filha de Esther Fernandes (Teté) e Manoel Rodrigues de Oliveira, eram seus irmãos Bernadete, Wilson e Nilson Fernandes de Oliveira.
O seu pai – que também era criador de gado -, foi o primeiro prefeito municipal (1925 /1928) e proprietário da “Loja Ideal”; e foi por intermédio de sua genitora que se construiu a “Capelinha das Pedras”, sob a invocação de N. S. do Perpétuo Socorro, como graça pela extirpação da “Cholera Morbus” na região. Sabemos, ainda, através do historiador Martinho Júnior, que seu irmão Nilson era aviador.
A jovem que frequentava os principais eventos sociais, era de fato uma mulher bonita, o que se pode perceber pela fotografia que estampa esta matéria. Segundo o Dr. João Batista Bastos, Advogado local:
Noêmia era uma mulher de boa presença, vaidosa, elegante e bonita”.
Ela viveu em Esperança até a década de 50, quando após o falecimento do seu pai, foi residir em São Paulo (SP). Naquela capital, adotou uma criança, casou e enviuvou, segundo nos informa Dr. João em seu blog “Revivendo Esperança”.
O último concurso de “Miss Esperança”, do presente Século, realizado em 2010, elegeu Elizangela Curvêlo seguida de Raissa Bezerra e Dáffylla Silva Grigório, segundo e terceiro lugares.

Rau Ferreira


Referências:
- DIÁRIO DE PERNAMBUCO, Jornal. Edição de 02 de outubro. Recife/PE: 1937.
- REVIVENDO ESPERANÇA, Blog. Editor João Batista Bastos. Disponível em: http://revivendoesperancapb.blogspot.com/, acesso em 31 de outubro de 2019.
- VIDA DOMÉSTICA, Revista. Edição de Maio. Rio de Janeiro/RJ: 1934.

Comentários

  1. Acho que Noêmia merece um poema... Talvez não tenha sido musa do poeta dos Cysnes, mas é inspiradora.

    ResponderExcluir
  2. Seria de boa aceitação que lhe agraciasse mesmo que tardiamente,com um nome de uma artéria na nossa Cidade!

    ResponderExcluir
  3. Pelos anos 50, eu menina, ouvia mto falar de Noêmia Rodrigues, que morava sozinha no casarão de Manuel Rodrigues, seu pai, lindo casarão neo clássico, que foi destruído junto com o prédio do Cinema São José, para, em seus lugares ser construída a sede do Banco do Brasil. (Lesa Urbanidade).
    Então, acredito que Noêmia Rodrigues era contemporânea de minha mãe, Maria Duarte e do nosso grande poeta, Silvino Olavo.
    Ela morava no casarão só com a antiga empregada da família e quase nunca saía de casa, a não ser aos domingos, para a missa na Matriz, mto elegante, bem vestida e luxuosa. Tive de vê-la umas poucas vezes, pois Noêmia não falava com quase ninguém na cidade, mas a minha mãe a cumprimentava, e, num desses cumprimentos eu estava com mamãe, que, agarrada à minha mão, parou para falar com Noêmia. Eu gravei o seu rosto moreno claro com cabelos escuros, cacheados, e sua silhuetaeta alta e elegante, com um belo sorriso nos lábios vermelhos, que eu nunca esqueci. Enfim, uma bela mulher.
    E, por não ter casado na juventude, já era considerada "moça velha", como se dizia em Esperança naqueles tempos de antão, relativamente às solteironas.
    E, por assim viver, trancada no casarão e sem falar com quase ninguém na cidade, ela era tida como orgulhosa e separada de todos da terra, tendo ligações apenas com os seus familiares de João Pessoa.
    Então, como toda cidade pequena, Esperança TB tinha suas lendas sociais, pitorescas, sociológicas, e as pessoas fantasiosas acabaram ligando o nome de Noêmia Rodrigues à lendária estória da "Porca". Um lobisomem em forma de porca gigante, tamanho duma vaca, que percorria as ruas da cidade depois da meia-noite, em noites de 🌙🌒 lua cheia.
    E dizem que foi por causa desses comentários malfadados e maliciosos, que Noêmia Rodrigues foi embora de Esperança pra João Pessoa e a família tratou de vender o casarão.
    Tenho mto respeito pela memória de Noêmia Rodrigues e de sua ilustre família, por fazerem parte dos primórdios da história esperancense, tendo sido o seu pai, Manuel Rodrigues, o nosso primeiro prefeito, e a sua mãe, Dona Ester Rodrigues, a idealizadora da construção da Capelinha, um dos pequenos monumentos mais belos do mundo, devido aos arredores da pedreira onde foi erigida em nossa cidade de ESPERANÇA.
    MARIA DAS GRAÇAS DUARTE MEIRA

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Z...

Esperança, de outrora (Pedro Dias)

Retratando um texto de Violeta Pessoa (Esperança), escreve Pedro Dias : “ Imagino que o Pichaco em referência era o pai dos pichacos que conheci: Honório, Adauto (doido), Zé Luís da sorda e Pedro Pichaco (o mandrião). Quanto ao Chico Pintor, era um baixinho de excelente qualidade em pintura e que também era um baita de um Artesão, como mostra alguns dos seus trabalhos. A Elvira em referência era "Elvira Doida" uma pedinte que vivia rua acima, rua abaixo. De Celestino, não lembro. O Messias citado (por Violeta), era o "Garrancho" do qual já falei dele noutro texto. Sobre os cartazes dos filmes a passar, também lembro. O sr. ZUCA era o ZUCA Ferreira, pai de Zé de Zuca que tinha uma concertina (um fole) que era chamado para tocar nos bailes dos sítios e na cidade... Borboleta não é ave, borboleta ave é, borboleta só é ave na cabeça da mulher. Na época, o Sr. Benício já marcava as quadrilhas. Seu titico com o seu violino era uma atração em festas e no coral ...

A minha infância, por Glória Ferreira

Nasci numa fazenda (Cabeço), casa boa, curral ao lado; lembro-me de ao levantar - eu e minha irmã Marizé -, ficávamos no paredão do curral olhando o meu pai e o vaqueiro Zacarias tirar o leite das vacas. Depois de beber o leite tomávamos banho na Lagoa de Nana. Ao lado tinham treze tanques, lembro de alguns: tanque da chave, do café etc. E uma cachoeira formada pelo rio do Cabeço, sempre bonito, que nas cheias tomava-se banho. A caieira onde brincávamos, perto de casa, também tinha um tanque onde eu, Chico e Marizé costumávamos tomar banho, perto de uma baraúna. O roçado quando o inverno era bom garantia a fartura. Tudo era a vontade, muito leite, queijo, milho, tudo em quantidade. Minha mãe criava muito peru, galinha, porco, cabra, ovelha. Quanto fazia uma festa matava um boi, bode para os moradores. Havia muitos umbuzeiros. Subia no galho mais alto, fazia apostas com os meninos. Andava de cabalo, de burro. Marizé andava numa vaca (Negrinha) que era muito mansinha. Quando ...