Silvino Olavo da Costa |
Revejo a terra onde vivi criança
E onde joguei meus jogos pueris -
A encantadora vila de Esperança,
Cuja recordação me faz feliz...
- Meu castanheiro e sua sombra mansa
minha casinha perto da Matriz,
meus pais e meus irmãos (quanta lembrança)
minha menina - a que mais bem me quis!
Beiral de casas brancas e baixinhas
Onde se agitam, quando a gente dorme,
Num estivo rumor, as andorinhas!
Ó vida boa de ócio ingênuo e lindo,
Ao recordar-te vem-me agora um enorme
Desejo alegre de chorar sorrindo...
Aquele moço triste que anda pelas
noites de luz, com os olhos da Quimera,
procurando os teus olhos nas estrelas...
Sei que a varinha mágica da fada,
trançando o fado que me vês cumprindo,
em símbolo de luz deixou gravada
a inicial desse teu nome lindo...
E desde então fiquei andando a esmo
pela vida, perdido dentro dela,
A procura não sei se de mim mesmo,
se de tua alma que sombra estreita.
E, se entre sombra e luz não há nuança,
o nosso amor é um poema em claro-escuro
- tu és a luz daquela estrela mansa
e eu sou a sombra do destino muro...
Meu destino é uma sombra iluminada
Por isso eu bendirei, mesmo na Cruz,
o Senhor dos destinos, minha amada,
que me fez sombra sob a tua luz!
-
MAURÍCIO,
João de Deus. A vida dramática de Silvino Olavo. Unigraf: 1992.
-
OLAVO,
Silvino. Cisnes/ Sombra Iluminada. 2ª Ed. Pequena Biografia do Poeta
Silvino Olavo, por Roberto Cardoso - Jornalista. Epgraf: 1985.
Estou fazendo uma pesquisa sobre Silvino Olavo e foi muito bom encontrar este blog. Silvia
ResponderExcluir