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IHGAN - Fundação


Ontem (25/10) foi erigida mais uma casa de memória que tem objetivo prevacionista-histórico. O silogeu foi estabelecido na vizinha cidade de Alagoa Nova (PB) e engrossa a fileira dos institutos municipais, a exemplo do IHGE (Esperança) e IHGSB (Serra Branca).
Alagoa Nova e Esperança tem pontos em comum em sua origem e história, assim como na formação do território da qual esta vila pertenceu no passado. Muitos são os vultos que delinearam o caráter desta terra e que dignificam a história paraibana. Apenas para citar Severino Carvalho de Toledo, Manuel Tavares Cavalcante, Analice Caldas Barros, Gonzaga Rodrigues e Wilis Leal.
A região antes habitada pelos Índios Bultrins era conhecida por “Aldeia Velha”, de onde nasceu, nas terras do Olho D´água da Prata, pertencente ao alferes José Abreu Tranca, a “Civilização da Farinha” referenciada por Epaminondas Câmara.
Elevada à condição de distrito (Lei Provincial nº 06/18370), permaneceu por um longo período subordinado ao município de Campina Grande, até que foi desmembrada, com a criação da Villa de Alagoa Nova (Lei Provincial nº 10/1850) e, finalmente, Município e sede através da Lei Estadual nº 215, de 10 de novembro de 1904.
A fundação do IHGAN – Instituto Histórico e Geográfico de Alagoa Nova se deu em sessão magna por ocasião da “Semana da Leitura” e contou com palestra e apresentação dos patronos e respectivas cadeiras, realizada na Escola Municipal "Professora Violeta Costa de Souza", no Parque da Lagoa Manoel Pereira. Estão a frente dos trabalhos a Professora Lucinha e o Professor Luiz Carlos que não medem esforços para a realização deste sonho.
Possui o IHGAN, de acordo com os seus estatutos 17 cadeiras, dentre as quais destacam-se os patrícios: Monsenhor José Borges, Arlindo Collaço, Antônia Rodrigues, Francisco Galdino (Gavião), Josaphat Rodrigues, Maria das dores Barros, Analice Caldas, Osvaldo Lima, Apolônio Borges e Jaime Floro; religiosos, políticos, poetas e escritores que deram importante contribuição para a formação alagoa-novense.
O Professor Thomas Bruno de Oliveira, abnegado memorialista se fez presente com a sua turma de alunos da especialização em História Local e também o pesquisador Ismaell Bento, ambos representantes do IHGE.
Também registraram presenças ao evento os institutos Histórico de Campina Grande (IHCG), de Serra Branca (IHGSB), do Cariri (IHGC) e de Areia (IHGA); além do Núcleo de Pesquisas e Estudos em História Local (NUPEHL).
O Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP) justificou a ausência em razão das solenidades ocorridas em João Pessoa (entrega de título honorário à Laurentino Gomes) e em Bananeiras.
Nossos votos são de vida longa ao IHGAN e que os laços que nos aproximam cada vez mais se estreitem na busca pela preservação da história local.

Rau Ferreira

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