Além do que já se sabe
A Esperança primitiva
era habitada pelos índios que, no conceito de José Elias Borges[1] constituíam a tribo “Banabuyé”. Estes silvícolas moravam
em cabanas, nas proximidades do Araçá, permanecendo naquela aguada até que o
esgotamento do solo, quando partiram para terras mais produtivas.
O holandês Elias
Herckmans que governou a Parahyba (1636-1639), comandou em 1641 uma expedição de
entrada com mais de cem homens, partindo do Recife e adentrando no “Sertão da
Cupaoba”, alcançando assim o Planalto da Borborema.
Subindo um
monte, puderam ver torrentes, lagoas, campos, matas e canaviais bravos. Este
monte ficou conhecido como “Monte do Retorno”, no atual Município de Esperança[2].
Os primeiros
sesmeiros foram Matheus de Araújo Rocha, cujas terras confrontavam com Domingos
da Rocha, proprietário do “Rancho Banabuié”; e Dionísio Gomes Pereira, que adquiriu
os sítios Camucá, São Tomé e Gravatá, tornando-se proprietário de metade do
Campos de Oriá; abarcando os atuais municípios de Areial, Montadas e boa parte
de Esperança.
Quando
Dionísio faleceu deixou as terras para sua viúva Barbara Maria da Pobresa,
então com 34 anos, dona do Sítio Oriá. Os três filhos de Bárbara requisitaram
para si o Sitio “Marias Pretas”, cuja tradição oral consolidou como “Maris Preto”
onde tinham feito um açude.
Barbara casou-se
em segundas núpcias com Joaquim Vieira da Costa, seu vizinho de Alagoa Nova,
requerendo as terras do Cabeço. O seu filho Gaspar Pereira de Oliveira casou-se
com Águida Pessoa Cavalcante, de quem nasceu José Luis Pereira da Costa, pai de
Irineu Jóffily.
O sertanejo percorria
as cercanias da Parahyba seguindo a rota de comércio conhecida como “Estrada do
Seridó”, que por mais de um século foi a principal entrada. O caminho iniciava
na Pedra Lavrada, passando pela Vila Nova da Rainha, Pocinhos e seguindo pelos
Campos do Oriá (Areal) e Banabuié (Esperança), em direção de Alagoa Nova e
Areia.
A emancipação
esperancense foi tumultuada devido aos seus opositores alagoa-novenses.
Temia-se perder muito, já que os impostos do distrito de Esperança eram maiores
do que a sede Alagoa Nova. Além disso, boa parte da terra agricultável poderia
servir ao novo município. Emancipada, recebeu terras de Pocinhos (Lagoa Montada)
e metade da fazenda Cabeça de Boi.
Hoje - 19/08 - eleito dia do historiador, publico estas pequenas notas que dão conta de nossas origens. Falta dizer que ao término do sistema de Sesmarias, os marcos e limites foram desrespeitados; assim como a própria República aos 1889, despojou muita gente de suas terras, fazendo com que surgissem "novos" proprietários cujos títulos nunca foram contestados. Mas essa é fica pra depois.
Rau Ferreira
Referências:
- FERREIRA, Rau. Banaboé Cariá: Recortes
da Historiografia do Município de Esperança. Esperança/PB: 2015.
- RIBEIRO, Roberto da Silva. Pocinhos: o
local e o geral. 2ª ed. RG Editora. Campina Grande: 2013.
[1] Súmula Histórica dos Índios Cariris-Fagundes de
Campina Grande, Paraíba. Periódicos. UFPB. Campina Grande/PB: 2009.
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