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Antes da emancipação

Politicamente, Esperança era distrito de Alagoa Nova. Em relação à justiça, pertencia ao 2º Juizado de Paz criado em 1896, sendo assim constituída:
Juiz de Paz
Escrivão
Subdelegado
Thomaz Rodrigues de Oliveira
José Pereira Brandão
Manoel Martins de Oliveira

Alagoa Nova era administrada por Theotônio Tertuliano da Costa, que foi o nosso segundo prefeito. Era vice José de Crhisto Pereira da Costa, comerciante que foi genitor do Cônego Emiliano de Christo, vigário durante muitos anos em Guarabira.
Manoel Rodrigues de Oliveira fazia parte do Conselho Municipal (antiga Câmara de Vereadores), do qual ainda participava na condição de suplente João Clementino de Farias Leite, que após a emancipação assumiu o registro civil.
José Pereira Brandão, o “Santos Cacheiro”, também exercia a função de agente fiscal da Mesa de Rendas (Coletoria), atuando ainda como professor da Instrução Primária além de ser comerciante de molhados nessa povoação. Este chegou a publicar alguns logogrifos (charadas) nos campinenses “Gazeta do Sertão” e “Gazetinha”.
Emancipada, a nossa povoação ganhou não apenas uma estrutura administrativa própria, mas uma direção que atendia as conveniências locais, enaltecendo cada vez mais a sua vocação comercial, numa visão meramente financeira que tende a apagar o seu passado glorioso, em detrimento de alguns níqueis.

Rau Ferreira

Referências:
- ALVES, Ednaldo. Guarabira – um olhar sobre o passado: 2007.
- FERREIRA, Rau. História da Comarca de Esperança. Memorando n° 005/2012 – DII – Circular de 23 de fevereiro. TJPB. Esperança/PB: 2012.

- LAEMMERT, Almanak. Volume III. Rio de Janeiro/RJ: 1925.

Comentários

  1. Rau, parabéns pelo comentário a respeito de José Pereira Brandão, antes da emancipação política. Todos os seus comentários são dignos de louvor. Acrescento alguns dados sobre José Pereira Brandão. Ele, numa época posterior ao evento- emancipação, foi um dos mais autos comerciantes de Esperança, da década de 50/60- no centro da cidade, esquina da rua Solon de Lucena com a rua Titi Jesuino. Era irmão de Juvino Pereira Brandão. Era pai de Lucila Brandão, uma das moças da elite esperancense, casada com o então coletor estadual, Franklim Dantas, também, ex-presidente do América, na era pós José Ramalho da Costa. Cheguei a conhece-lo pessoalmente, pois, era contemporâneo do meu pai.

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