Pular para o conteúdo principal

A Pracinha - Pavilhão XV de Novembro, por João de Patrício

A Pracinha - Pavilhão XV de Novembro

A PRACINHA - Carinhosamente era chamada de "A Pracinha", era o lugar de todos, dos encontros, do bate-papo, do cafezinho e da cervejinha aos domingos. Foi palco de grandes acontecimentos da vida social, cívica e política do nosso município. O prédio tinha o "Coreto", onde, muitas vezes, a população assistia aos fatos da nossa história. Grandes celebrações litúrgicas da Igreja Católica, Missas solenes no átrio da Matriz, apresentações e desfiles cívicos da semana da Pátria, a recepção a governadores e políticos importantes, bem como, uma das maiores solenidades cívico-religiosas, a despedida de Monsenhor Palmeira, para ser bispo da Diocese de Pesqueira, PE, com uma Missa concelebrada por 40 padres de outras paróquias e Dioceses da Paraíba.  A pracinha situava-se onde hoje é o "CALÇADÃO". 

COMO TUDO COMEÇOU - Não existia nada naquele local. Foram desapropriadas pelo poder publico várias casas, com o fim de dar nova vida ao centro da cidade, o que, hoje, chamamos de revitalização do centro da cidade. Antes de ser a Praça Getúlio Vargas, era a praça Dr. João Tavares, sem nenhuma edificação, apenas aquele espaço ficou denominado de “Praça”. Por Decreto de nº 26 de 08 de junho de 1927, foi nominada de “Praça Getúlio Vargas”, em homenagem ao Presidente da época, que inaugurava um novo governo, cheio de esperanças para o povo brasileiro.
Durante vários anos, aquela praça permaneceu sem nenhuma edificação, apenas o espaço vazio. No início da década de 40, foi edificado o coreto, com funcionamento de bar, cafezinho e passou a ser ponto de encontros. Era o ambiente chique da cidade e, depois, o bar foi denominado de "Bar Noite de Natal".

A INAUGURAÇÃO - Esse 10 de novembro de 1941, deu-se a inauguração da Praça Getúlio Vargas e do Pavilhão 10 de Novembro. A essa solenidade compareceram diversas autoridades, escolas e a sociedade de Esperança representada por figuras importantes do meio social esperancense. O prefeito da cidade era o Sr. Sebastião Vital Duarte, Severino de Alcântara Tôrres usou da palavra, representando o então chefe do executivo. Em sua oratória, como consta da Ata, exaltou o Governo Federal, na pessoa do Presidente Getúlio Vargas, que estava comemorava o quarto aniversário do Estado Novo. Quem lavrou a Ata foi a Sra. Maria José Tôrres, Secretaria e escrivã da Prefeitura. Entre as pessoas presentes àquela solenidade, além do Prefeito Municipal, estavam o Monsenhor João Honório de Melo, vigário da Paróquia, Joaquim Virgulino da Silva e Fausto Bastos.
 
Ata de Inauguração
O MOMENTO MAIS TRISTE DA PRACINHA - Nos meados da década de 70, foi destruído todo aquele patrimônio histórico, sem dó, nem piedade, com o intuito de imitar o calçadão de Campina Grande e, lamentavelmente, a praça deixou de existir, não somente a Praça, mas os encontros, os bate-papos aconchegantes, o espaço da sociedade esperancense. A sociedade assistiu a tudo, emudecida.  Hoje, resta apenas a sua imagem, uma lembrança do que fora.


João de Patrício

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Sitio Banaboé (1764)

  Um dos manuscritos mais antigos de que disponho é um recibo que data de 1º de abril do ano de 1764. A escrita já gasta pelo tempo foi decifrada pelo historiador Ismaell Bento, que utilizando-se do seu conhecimento em paleografia, concluiu que se trata do de pagamento realizado em uma partilha de inventário. Refere-se a quantia de 92 mil réis, advinda do inventário de Pedro Inácio de Alcantara, sendo inventariante Francisca Maria de Jesus. A devedora, Sra. Rosa Maria da Cunha, quita o débito com o genro João da Rocha Pinto, tendo sido escrito por Francisco Ribeiro de Melo. As razões eram claras: “por eu não poder escrever”. O instrumento tem por testemunhas Alexo Gonçalves da Cunha, Leandro Soares da Conceição e Mathias Cardoso de Melo. Nos autos consta que “A parte de terras no sítio Banabuiê foi herdade do seu avô [...], avaliado em 37$735” é dito ainda que “João da Rocha Pinto assumiu a tutoria dos menores”. Registra-se, ainda, a presença de alguns escravizados que vi...

Renato Rocha: um grande artista

  Foto: União 05/12/2001 “A presença de autoridades, políticos e convidados marcou a abertura da exposição do artista plástico Renato Rocha, ocorrida no último final de semana, na Biblioteca Pública Dr. Silvino Olavo, na cidade de Esperança, Brejo paraibano. A primeira exposição de Renato Ribeiro marca o início da carreira do artista plástico de apenas 15 anos. Foram expostas 14 telas em óleo sobre tela, que também serão mostradas no shopping Iguatemi, CEF e Teatro Municipal de Campina Grande já agendadas para os próximos dias. A exposição individual teve o apoio da Prefeitura Municipal de Esperança através da Secretaria de Educação e Cultura, bem como da escritora Aparecida Pinto que projetou Renato Rocha no cenário artístico do Estado. Durante a abertura da Exposição em Esperança, o artista falou de sua emoção em ver os seus trabalhos sendo divulgados, já que desenha desde os nove anos de idade (...). A partir deste (...) Renato Ribeiro espera dar novos rumos aos seus projeto...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

Dica de Leitura: Badiva, por José Mário da Silva Branco

  Por José Mário da Silva Branco   A nossa dica de leitura de hoje vai para este livro, Badiva, voltado para a poesia deste grande nome, Silvino Olavo. Silvino Olavo, um mais ilustre, representante da intelectualidade, particularmente da poesia da cidade de Esperança, que ele, num rasgo de muita sensibilidade, classificou como o Lírio Verde da Borborema. Silvino Olavo, sendo da cidade de esperança, produziu uma poesia que transcendeu os limites da sua cidade, do seu Estado, da região e se tornou um poeta com ressonância nacional, o mais autêntico representante da poética simbolista entre nós. Forças Eternas, poema de Silvino Olavo. Quando, pelas ruas da cidade, aprendi a flor das águas e a leve, a imponderável canção branca de neve, o teu nome nasceu sem nenhuma maldade, uma imensa montanha de saudade e uma rasgada nuvem muito breve desfez em meus versos que ninguém escreve com a vontade escrava em plena liberdade. Silvino Olavo foi um poeta em cuja travessia textual...

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...