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Postais amorosos

O coração enamorado procura maneiras para se expressar. Quer ele fazer conhecer, sem ser conhecido. O amor é mesmo um enigma, enquanto não correspondido deixa no ser apaixonado um misto de ânsia e medo.
Na década de ’20 os apaixonados se expressavam através de inscrições e cartas em revistas. A coluna do JORNAL DAS MOÇAS era a mais requisitada.
Revista aceita pela mocidade e com boa aceitação entre as senhorias trazia a moda e as notícias que as jovens tanto desejavam e era o ambiente propício para troca de carinhos.
Os moços publicavam notas postais declarando o seu amor, muitas vezes sob pseudônimos que só os amantes da época puderam conhecer.
Trazemos para o deleite do nosso publico leitor algumas dessas mensagens de amor, resguardando obviamente o sigilo de seus autores:

 “A alguém de Campina Grande
É’s formosa! A sua meiga physionomia captivo-me e fez nascer em meu coração uma ardente paixão por ti. – Esperança – Parahyba. G. D.”.

“Ao A. F. B.
Campina Grande
A’s vezes, lendo os seus escriptos fico suspenso diante de uma inspiração tão rara. – Esperança – Parahyba – G. A”.

Por razões que não podemos aqui declinar, estes dois últimos bilhetes apesar da distinção do pseudônimo, foram assinados pela mesma pessoa.
Já os versos que seguem nos parecem conhecidos, mas não podemos afirmar:

“Sentado na pedra fria,
Lá no Riacho do Matto,
Eu vi n’água que corria,
O teu vulto, o teu retrato!”
Violeiro – Campina Grande”.

“Aquillo que me fascina,
Que me deixa perturbado;
É um olhar que me ensina
Ser poeta e namorado!

Lygio – Campina Grande”

Estes versos mostram-se encantadores e de um SOL inebriante. Entre nós, ficou mais conhecida a quadrinha que o poeta dos Cysnes fez para a senhorita Eunice Londres:
“O repuxo iluminado,
É uma linda rosa de ouro
Esperando o meu noivado
Para o teu cabelo louro”.

O Jornal das Moças funcionava na antiga rua do Senado, 28, Rio de Janeiro. A assinatura anual custava 30$000, e semestral 16$000, e nos Estados o exemplar avulso era negociado a R$ 600, pagava-se adiantado.

Rau Ferreira

 Referência:
- JORNAL DAS MOÇAS, Revista. Ano VII, Edião N° 287. Rio de Janeiro/RJ: 1920.
- JORNAL DAS MOÇAS, Revista. Ano VIII, Edições N° 314, 328. Rio de Janeiro/RJ: 1921.
- JORNAL DAS MOÇAS, Revista. Ano IX, Edições N° 372, 373, 377, 388. Rio de Janeiro/RJ: 1922.

- FERREIRA, Rau. Silvino Olavo. Ed. Epgraf. Esperança/PB: 2010.

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