Pular para o conteúdo principal

Por que não imprensamos?

Desde O FAROL de José Maria Passos Pimentel e A SETA de Tancredo Carvalho tivemos uma série de jornais e folhetins de festa em Esperança. Nenhum vingou! Tudo bem que Vitória continua a editar todo janeiro O GILLETE, herdado por assim dizer de seu pai o Prof. José Coêlho; mas todas as tentativas de se criar uma imprensa duradoura em nossa cidade foram por água abaixo. Efemérides publicações acontecem de tempos em tempos e desaparecem em meio às dificuldades.
Assim aconteceu com O CORREIO DE ESPERANÇA (1930), O TEMPO (1932), a VANGUARDA ESPERANCENSE (1960), o LÍRIO VERDE DA BORBOREMA (1975), o JORNAL ESTUDANTIL (1984), o NOVO TEMPO (1985), o JORNAL DE ESPERANÇA ou TRIBUNA INDEPENDENTE (1986), A FOLHA (1988) e, finalmente, a FOLHA DE ESPERANÇA (2010).
Este último era editado no Recife, na gráfica do Jornal do Commércio, e deixou de circular a bem pouco tempo. Contava com uma série de colaboradores que com muita galhardia abrilhantavam as suas páginas: José Henriques da Rocha, Eudes Donato, Marilda Coêlho, Rodolpho Raphael, Macambira & Querindina, Inácio Gonçalves de Souza, Maurício Nascimento de Oliveira, Bruno Mota Braga e Marco Aurélio (?).
Por um tempo pensei em editar meu próprio jornal com os parcos recursos de que disponho, cheguei a fazer dois fanzines do História Esperancense que circularam na cidade sem muita evidência.
Em conversas com alguns leitores me foi dito que o jornalismo escrito e periódico perdeu a sua importância e fecharão todas as portas os grandes veículos. Ao que parece, hoje em dia, a mídia cibernética comanda o noticiário. Com efeito, sites de notícias têm veiculado de forma eficaz os acontecimentos, com a vantagem de não se esperar a próxima edição para atualizar o seu conteúdo. Este me parece também ser o destino da imprensa televisionada. Sinais dos novos tempos!
Para nós, restam apenas duas alternativas: envelhecer com o passado e com ele padecer das mesmas agruras; ou ceder à modernidade, que é ágil, barata e imediata.
Embora a era digital seja uma realidade para muitos, não é acessível a todos tal quais os periódicos matutinos. O Brasil ainda é um país de analfabetos, mau leitores, desinformados e carentes; não fosse assim não haveria bolsas disso ou daquilo para aumentar a nossa renda familiar.
Tenho fé que esta realidade cruel que ocorre no cenário nacional não venha a atingir também a nossa literatura. Com pesar digo-lhes que o número de bares em nosso país é igual ao de bibliotecas na Argentina, e o de bares argentinos semelhantes ao de bibliotecas brasileiras. O nosso "gigante adormecido" sequer se dá o luxo de ler em seu "berço esplêndido"; mas beber ele bebe!
Aproveito a crítica para acrescer: por que não inventaram ainda uma bolsa-cultura, para financiar o custeio de livros e afins? E digo não só com vistas à leitura, mas também o fomento de novos autores.
Esperança carece de uma imprensa escrita. Como também necessita da radiofônica, da internética... Enfim no mundo de hoje – como dizia o Chacrinha – “Quem não se comunica...”.
Então, por que não imprensamos?

Rau Ferreira


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

Pai Neco e o Cangaceiro

  Pai Neco morava no Sítio Cabeço (ou Cabeça de Boi). Era um pequeno criador e bodegueiro. Praticava a agricultura de subsistência para criar a família. A esposa dona Santa cuidava da casa, das galinhas e dos porcos. Era uma vida simples no campo, com a mulher e os filhos. O Sítio Cabeço era uma vasta propriedade no Cariri, na extrema com o município de Esperança. O imóvel passou por algumas mãos, sendo os mais antigos que se conhece uma senhora que era pecuarista e, que ao negar as “missangas” do gado aos índios, provocou uma revolta que culminou com a morte dos silvícolas na famosa “Pedra do Caboclo”. Também o Padre José Antunes Brandão foi um importante pecuarista e um de seus proprietários; e Manoel Gomes Sobreira, Mestre-escola em Banabuyé, avô do Coronel Elysio Sobreira. Os Decretos-Lei nºs 1.164/38 e 520/43, citados por Reinaldo de Oliveira, colocavam o Cabeço nos seus limites: “ ESPERANÇA: Começa na foz do Riacho do Boi, no Riachão [...] prossegue pelo referido caminho

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, re

Mercês Morais - Miss Paraíba 1960

  Esperança-PB sempre foi conhecida por ser uma cidade de gente bonita, e moças mais belas ainda. A nossa primeira Miss foi a Srta. Noêmia Rodrigues de Oliveira, vencedora do concurso de beleza realizada no Município em 1934. Segundo o Dr. João Batista Bastos, Advogado local: “ Noêmia era uma mulher de boa presença, vaidosa, elegante e bonita ”. Ela era filha de do Sr. Manoel Rodrigues de Oliveira e dona Esther Fernandes. Entre as beldades, a que mais se destacou foi a Srta. Maria das Mercês Morais, que após eleita em vários concursos na Capital, foi escolhida “Miss Paraíba de 1960”, certame esse promovido pelos Diários Associados: “ Maria Morais, que foi eleita Miss Paraíba, depois de um pleito dos mais difíceis, ao qual compareceram várias candidatas do interior. Mercês representa o Clube Astréa, que vem, sucessivamente, levantando o título da mais bela paraibana, e que é, também, o ‘mais querido’ do Estado ” (O Jornal-RJ, 29/05/1960). “ Mercês Morais, eleita Miss Paraíba 196