Esperança-PB sempre foi conhecida por ser uma
cidade de gente bonita, e moças mais belas ainda. A nossa primeira Miss foi a
Srta. Noêmia Rodrigues de Oliveira, vencedora do concurso de beleza realizada no
Município em 1934.
Segundo o Dr. João Batista Bastos, Advogado
local: “Noêmia era uma mulher de boa presença, vaidosa, elegante e bonita”.
Ela era filha de do Sr. Manoel Rodrigues de Oliveira e dona Esther Fernandes.
Entre as beldades, a que mais se destacou foi
a Srta. Maria das Mercês Morais, que após eleita em vários concursos na
Capital, foi escolhida “Miss Paraíba de 1960”, certame esse promovido pelos
Diários Associados:
“Maria Morais, que foi eleita Miss Paraíba, depois de
um pleito dos mais difíceis, ao qual compareceram várias candidatas do
interior. Mercês representa o Clube Astréa, que vem, sucessivamente, levantando
o título da mais bela paraibana, e que é, também, o ‘mais querido’ do Estado”
(O Jornal-RJ, 29/05/1960).
“Mercês Morais, eleita Miss Paraíba 1960, no concurso
promovido pelos ‘Diários Emissoras e Televisões Associados’, num patrocínio de
Flamerin – uma criação CIAESA – está vivendo os movimentos preliminares
inerentes de seu reinado estadual. Ontem Mercês Morais foi recebida no Palácio
da Redenção pelo governador José Fernandes de Lima, visitando posteriormente o
prefeito Miranda Freire, em seu gabinete de trabalho na Edilidade.
‘Miss Paraíba 1960’ tem sido homenageada
pelas inúmeras casas comerciais, com a oferta de vários objetos de uso pessoal,
nesssa preliminar de movimentos que poderão elevá-la ao título de Miss Universo
no concurso de Long Beach California, nos Estados Unidos” (O Jornal-RJ, 01/06/1960).
Maria das Mercês Morais nasceu em
Esperança-PB, no dia 18 de outubro de 1939, filha do casal Severino Ramos de
Morais e Maria Nicolau Costa, e irmão do atleta profissional José Morais
(Chiclete).
O acirrado concurso aconteceu na capital
paraibana, na presença de três mil pessoas, representando a jovem o Clube Astréa,
como se vê das notícias, as quais delineiam a formosura da jovem:
“Escolhida ‘Miss’ Paraíba de 1960. João Pessoa, 24 – A
Srta. Mercês Morais é a nova ‘Miss’ Paraíba. Sua eleição se verifico numa festa
a que estiveram presentes cerca de três mil convidados. A ‘Miss’ foi
apresentada pelo ‘Astréa Clube’, que, assim, pela terceira vez consecutiva
detém o título máximo de beleza neste Estado.
As medidas da srta. Mercês Morais: 1m58 de
altura, 94 cm de busto, 59cm de cintura, 93 de quadris, 56 de coxas, 23 de
tornozelos. Pesa 55 quilos, tem olhos castanhos e seu manequim é 44. Nasceu em
setembro de 1939” (Diário
de Notícias-RJ, 25/05/1960).
Naquela oportunidade, disputou o título
paraibano com as srtas. Socorro Gonçalves, Else Helga Hofmann, Julita Aranha
entre outras beldades. A Comissão Julgadora que elegeu Mercês Morais estava
assim constituída: José Pinto Lyra (fotógrafo), Amaury Vasconcelos (advogado/fundador
da Academia de Letras de Campina Grande), Hilton Mota (jornalista/fundador da
Campina FM), Djalma Gusmão, Miranda Freire (prefeito da Capital) e Heitor
Falcão (cronista social).
Eleita “Miss Paraíba”, embarcou para a “Cidade
Maravilhosa” (Rio) no dia 08 de junho de 1960, onde representaria o nosso
Estado no Concurso de Miss Brasil:
“O embarque de Mercês Morais foi muito concorrido,
comparecendo a sra. Maria Lima, esposa do dr. Clovis Lima, presidente do ‘Astréa’;
sra. Lair Peixoto Guimarães, esposa do sr. Luiz Hugo Guimarães e srta. Wanda Trigueiro,
entre outras figuras da sociedade pessoense” (Diário de Pernambuco,
10/06/1960).
Ao concorrer ao Miss Brasil, que aconteceu no
Maracanãzinho, no Rio de Janeiro-RJ, em um dos desfiles, usou vestido chifon
azul, chegando a comentar com os repórteres que “A bossa nova já deveria
passar a ser novíssima” (O Jornal-RJ, 19/05/1960).
Assim se apresentou Mercês Morais, como ficou
conhecida, no concurso brasileiro:
“Miss Paraíba: Maria Mercês Morais: vestido de chifon
azul, Ciaesa, todo drapeado com cinto largo bordado em rafia e missangas. Luvas
brancas, sapato forrado da mesma cor do vestido” (O Jornal-RJ, 12/06/1960).
O Júri Carioca estava assim constituído:
Helena Silveira, Lêda Ribeiro, Eunice Modesto Leal, Martha Rocha, Herbert
Moses, Leão Veloso, Oscar Santana Maria, Zacharias do Rêgo Monteiro, Carlos
Machado, José Amádio e João Calmon (Diário da Noite-RJ, 11-06-1960).
A Revista “O Cruzeiro” chegou a comentar que “Mercês
Morais é ‘Miss’ Paraíba, sim senhor. É a feminilidade com sotaque e tudo” (O
Cruzeiro-RJ, 11/06/1960).
Com merecido destaque, Mercês Morais retornou
à Paraíba, não antes de visitar diversas capitais, representando o nosso
Estado, e colhendo os mimos por onde passava:
“Retornou a capital ‘Miss Paraíba de 1960, Srta. Maria
Mercês Morais, que depois de participar do concurso de Miss Brasil no
Maracanãzinho realizou várias viagens a São Paulo, Brasília, Recife. Sem
regatear elogios a organização do certame, e ‘ao sonhador tratamento que
recebemos na Cidade Maravilhosa’, ‘Miss’ Paraíba estendeu-se em considerações
também elogiosas a Brasília, lamentando apenas não ter tido oportunidade de
assistir o pôr do sol no planalto ‘que é o hobby na nova capital’. Mercês
Morais vai cumprir agora extenso programa de visitas a várias capitais
nordestinas” (O Jornal-RJ, 23-07-1960).
Mercês Morais – Miss Paraíba 1960 – casou-se
com o Sr. Francisco de Assis Camelo, na Paróquia do Rosário, em João Pessoa-PB,
no dia 25 de abril de 1962. Assis Camelo foi Deputado Estadual pelo PDS durante
a 10ª Legislatura (1983-1987).
A esperancense ilustre ostentou
ainda os títulos de “Miss Boêmios Brasileiros” (1956) e “Miss Astréa” (1960),
tendo concorrido ainda ao “Miss João Pessoa”.
Rau Ferreira
Referências:
- DIÁRIO DA NOITE,
Jornal. Edição de 11 de junho. Rio de Janeiro/RJ: 1960.
- DIÁRIO DE
NOTÍCIAS, Jornal. Edição de 25 de maio. Rio de Janeiro/RJ: 1960.
- DIÁRIO DE
PERNAMBUCO, Jornal. Edições de maio e junho. Recife/PE: 1960.
- O CRUZEIRO,
Revista. Edição de 11 de junho. Rio de Janeiro/RJ: 1960.
- O JORNAL,
Edições de maio à julho. Rio de Janeiro/RJ: 1960.
- O NORTE, Jornal.
Edição de abril e maio. João Pessoa/PB: 1956.
- VIDA DOMÉSTICA,
Revista. Edição de Maio. Rio de Janeiro/RJ: 1934.
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