Por
Júlio César (*)
Bola de
eletricidade torna-se um Ovni
Em 1987, talvez um ou dois meses antes de
voltar definitivamente a residir em Campina Grande, fui testemunha de um
fenômeno tão raro que nem mesmo a ciência atual ainda conseguiu explicar
exatamente o que é. Sabe-se apenas que é um fenômeno que tem a eletricidade
como causa. Porém, seu avistamento em Esperança gerou uma série de comentários
sobre o avistamento de um disco voador em plena luz do dia, ou, foi o que todos
imaginaram.
Sempre nos finais da tarde minha mãe me dava
a missão de ir comprar o pão para o jantar, mas como residíamos na parte final
da Rua Antenor Navarro e a padaria mais próxima ficava praticamente no inicio,
já nas proximidades do posto de gasolina, eu admito que particularmente ficava
muito chateado em ir comprar o pão, principalmente se o dia estivesse chuvoso.
Neste dia, recebi a missão de ir comprar o
pão, havia caindo uma forte chuva na cidade e embora não estivesse mais
chovendo, o frio era grande e os relâmpagos faziam a festa no céu, fora os
gritos dos trovões. Ao chegar à esquina anterior a padaria, fui surpreendido
com uma bola de luz forte um pouco maior que duas bolas de futebol juntas.
Todos na rua pararam para ver aquele objeto que simplesmente seguiu todo o
trajeto da rua do inicio até o fim, numa altura equivalente aos postes de
eletricidade. Atrás da esfera, saiam alguns relâmpagos azulados que parecia
fogo, como se aquilo tivesse uma turbina a jato por trás. Foi surpreendente,
pois apareceu do nada e do nada sumiu.
Era por volta de umas 16 ou 17h e as luzes
dos postes, por causa do tempo nublado, já estavam acessas, mas, por onde a
esfera passava faltava energia e as luzes apagavam ficando apenas ela em
destaque iluminando tudo.
Lembro-me que foi um comentário grande em
torno da padaria e na própria rua. Muita gente falando no disco voador que
passou pela cidade queimando as luzes dos postes.
Fiquei ansioso para comprar logo o pão e ir
correndo para casa falar para minha família e meus amigos do estranho objeto
visto. Era gente falando sobre o “disco” e ao chegar em casa, soube que
minha família não tinha testemunhado nada, mas, meus vizinhos, em especial seu
Joca do bar falava que o “disco voador”
tinha simplesmente apagado poucos metros depois do bar dele.
Aquele “disco”
foi assunto para uma semana inteira entre os colegas, já a beata da rua, dizia
que foi um anjo que passou e que ele tinha vindo avisar sobre a chegada da
santa.
Bem, hoje sei que o que todos testemunharam
na época foi um raríssimo globo de eletricidade ou relâmpago globular, causado
por uma descarga, possivelmente concentrada, de energia e que muitos até
atribuem ser plasma. O fato é que acabei fazendo parte do seleto grupo de
pessoas que conseguiu testemunhar esse fenômeno que depois de explicado perdeu
o brilho e caiu no esquecimento. Neste caso, o povo preferia que fosse
realmente um disco voador. No meu caso, a visão me rendeu umas chineladas, pois
na correria para chegar em casa acabei perdendo o troco do pão, que era também
o dinheiro de comprar o leite.
Por
Júlio César (*)
(*)
Cartunista e pesquisador, atualmente desenvolve um projeto que finalizará em
2014 com a publicação de um livro sobre o futebol paraibano.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.