A batatinha inglesa alavancou o progresso do município de
Esperança, notadamente nas décadas de 40 do Século passado. Nos anos que se
seguiram, essa indústria vital contribuiu sobremaneira para a economia local,
gerando emprego e renda para os esperancenses. Nessa época, a leguminosa era
exportada para outros Estados da federação.
Predominava a existência de minifúndios. Eram 1.540 proprietários
que cultivavam 172 hectares de terras.
Nos anos 50 houve um decréscimo desta monocultura, em razão da
falta de assistência governamental. Surgiu, então, um novo ciclo que passou a
ser privilegiado pelos grandes proprietários de terras – O SISAL.
Muito mais vantajoso economicamente, com grande aceitação
comercial e preços em alta, o sisal passou a ser a bola da vez. Todavia, esta
plantação favoreceu apenas um pequeno grupo de intermediários que enriqueceu em
pouco tempo, enquanto que o agricultor sofria as duras penas nas máquinas,
puxando a fibra dourada.
Esperança tinha assim duas fontes de renda, por assim dizer. A
batatinha e o sisal. A primeira sofrendo as conseqüências de um descaso dos
órgãos públicos; enquanto que o segundo encontrava respaldo nos mercados
internacionais.
Diante desse quadro, o município experimentou um grande impulso,
alavancado que fora pela fibra do sisal. Em menos de três anos foram instalados
três moinhos de torrefação de café (Dona Branca, Imperador e Lyrio Verde), uma
indústria de beneficiamento de fibra de sisal, com cerca de duzentos operários
(Nogueira & Cia), uma agência bancária (Banco do Comércio de Campina Grande
S/A), uma coletoria, uma escola com 600 alunos (Ginásio Diocesano), uma escola
de comércio (curso que funcionava no Irineu Jóffily) e um mercado público.
Nos anos 1960 o desenvolvimento municipal era tal que o índice de
construção de residências passou de três para dez, graças a força do sisal.
Nas décadas seguintes, tanto o sisal como a batatinha sofreram
decréscimo na produção, abalando a economia municipal, passando o município os
anos 70 com cerca dificuldade. Por outro lado, os agricultores passaram a
praticar uma agricultura familiar com plantação de feijão, milho e erva-doce
garantindo certa subsistência.
Rau Ferreira
Referência:
- ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB:
1985.
- NOTÍCIAS, Diário de. Ano XXXIV, N. 12.523. Edição de 16 e 16 de
setembro. Rio de Janeiro/RJ: 1963.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.