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América F. C. de Esperança

O América Futebol Clube surgiu de uma dissidência do São Cristóvão. Por questões políticas, vinte e dois jogadores uniram-se e, em caráter irrevogável, assinaram um pedido de desligamento do clube. Após o rompimento, os atletas passaram a treinarem juntos, entre eles estavam: Francisco Cláudio de Lima (Chico de Pitiu), Edmilson Nicoulau, João Laureano (Piaba), Martinho Soares, João Augusto, Antonio Batista e muitos outros, mas até então o time era apenas um ideal, sem diretoria ou sede.
Em 1945, numa noite de sexta-feira, ocorreu a primeira reunião do que viria a ser o América, na calçada da mercearia de seu Severino Grangeiro. Inicialmente pensou-se em vários nomes, os mais cotados eram: Vasco da Gama, Flamengo e Fluminense. Mas foi Edmilson Nicolau que propôs batizá-lo de América Futebol Clube, em homenagem ao time de igual denominação, com sede no Rio de Janeiro, o qual era simpático a todos. Das pessoas acima citadas, participaram dos debates, ainda, Adalberto Delgado e Janduí Lima.
Formando o time faltava então os recursos para a compra de material de treinamento. Daí que cada jogador contribuía semanalmente com uma pequena quantia em dinheiro, além de realizarem a “campanha das garrafas vazias”. Nesse tempo, o plantel era composto por: Caçula, Didier, Máfia, Piaba, Neide, Biu Porto, Zé de Zuca, Noca, Elói e Bida.
Oficialmente ele assumiu a condição efetiva de clube em 21 de abril de 1946, mas a consolidação definitiva veio em 1952, quando foi eleita a diretoria provisória. Já em 1953, teve seus estatutos registrados em Cartório, sendo o primeiro time de futebol de nossa cidade a adquirir personalidade jurídica.
Em 1954, o América projetou-se ainda mais. Nesse ano foi eleito para a Presidência do clube o inesquecível José Ramalho da Costa, comerciante de estivas e grande fomentador do Futebol local. O maior feito desta época foi a construção do Estádio que leva o nome do desportista. Antes, em 1951, o antigo “Campo da Lagoa” havia sido cercado de avelozes, e o Campinense Clube de Campina Grande venceu o América por 1 x 0, que daria origem ao Campo do América, inaugurado em 22 de janeiro de 1956.
A solenidade de inauguração do Estádio contou com a participação do Treze Futebol Clube de Campina Grande, que infelizmente abateu nosso time pelo score de 5 x 0.
Foi José Ramalho da Costa que implantou o profissionalismo no clube, que chegou a ter mais de quinze atletas profissionais em seu departamento esportivo.
No dia 1º de agosto de 1968, foi reconhecido de utilidade pública pela Lei Municipal nº 151.
No fim dos anos 60, a falta de incentivo e apoio financeiro fizeram com que Zé Ramalho se afastasse da direção do clube, assumindo os trabalhos uma junta governativa, que dirigiu a agremiação por três meses, decidindo os destinos do clube e voltando ao amadorismo.
Em 1972, Vitória Régia e seu pai José Coêlho, compuseram o hino do time glorioso.
Em 1974, passando por mais uma crise, o clube esteve na iminência de desaparecer, o que não se deu graças ao seu sólido patrimônio (o estádio).

Rau Ferreira

Fonte:
- “50 Anos de Futebol e Etc.”, de Francisco Cláudio de Lima (Chico de Pitiu), Ed. Rivaisa, 1994.
-         Estatuto Social do América Futebol Clube, aprovado em Assembléia geral no dia 04 de julho de 1976;

-         Site do Treze F. C. (http://www.trezegalo.110mb.com/1956.html).

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