Raimundo Viturino é um poeta esperancense de grande sensibilidade. Ao ler
o cordel da “Árvore que chorou pedindo
água” fez questão de completar igualmente a rima, acrescentando-lhes os
versos seguintes:
ÁGUA, POR FAVOR !
Parece que Esperança
Caminha na
contramão
Homem, mulher e
criança.
Carrega decepção
Falta água todo
dia,
Meu Deus quanta
agonia
Para um pobre
cristão
A água é coisa
sagrada!
Um direito
universal
Estamos numa
cilada
Que lembro, não vi
igual,
Vaca Brava secou,
Camará desmoronou
É um desmando
total
O que um dia seria
A nossa grande
saída
Num ato de
covardia
Foi sem perdão
esvaída
A nossa reserva de
água
Chorando um chora
de mágoa
Secou, foi
destruída.
Falo pra quem se
esquece
Do Nosso Banabuiê,
A quem elevo uma
prece,
Lamentos de
padecer,
Que sem nenhuma
tutela
Se transformou em
favela
O que se pode
fazer
Deixo aqui meu
lamento
Tristeza e algo
mais
Elevo meu
pensamento
Me declarando
incapaz
Mas sem nenhuma
disputa
Vou me empenhar
nessa luta
Por uma ação
eficaz
Raimundo Viturino
07/04/2011
Apesar de residir em São Paulo há
vinte anos, Raimundo se sensibiliza com a situação caótica da água em Esperança
e a falta de compromisso de alguns em solucionar o problema.
No detalhe da foto, uma antiga
estação na Rua José Andrade onde era distribuída água à população.
Rau Ferreira
Fonte:
- VITURINO,
Raimundo. Água, por favor! Versos que
completam o cordel “A árvore que chorou pedindo água”, de Evaldo Brasil. Via
e-mail. São Paulo/SP: abril de 2011.
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