do
Revivendo Esperança PB de João Batista
Bastos
FATOS QUE
FIZERAM A HISTORIA DE ESPERANÇA.
João de Patrício |
NA MIUDEZA
DO MEU PAI
Na miudeza do meu pai
vendia de tudo,
Menos comida, menos
cachaça,
Era na rua principal da
nossa cidade,
O povo dizia agente
procura e acha.
Tinha tudo mesmo! de
todo tipo de botão
a agulha, fina e grossa,
e de costurar bisaco
Agulha de sapateiro, de
crochê e de costurar saco,
Alfinete, broche,
colchete e botão de pressão.
Tinha perfume dos mais
variados e até Royal Briar,
Sabonete fino e são
aristolino pra coceira passar
Talco de pó pra criança
e talco pra tirar chulé,
Loção de barba e todo
tipo de loção pra mulher.
Kit pra defunto: meia marrom
e meia preta,
vela, cordão de São
Francisco e incenso,
e se o espírito não me
engana eu penso
que tinha fumo de luto
em sinal de tristeza.
Enxoval de batizado com
um par de meiote branco,
Também leva a vela,
perfume de alfazema,
tôca de lã, luvas, e do
menino Jesus um emblema,
pra ficar no quadro da
parede, junto do santo.
Tinha quite de noiva:
buquê e capela,
brinco de ouro ou de
fantasia e também aliança,
o noivo trazia no
bolso medida do dedo dela
e fazia questão da
qualidade pra ficar de lembrança.
E pra costureira: fita,
bico de cambraia e renda,
dedal, tesoura, agulha
de máquina e fita métrica,
óleo pra máquina manual
e máquina elétrica,
sianinha, inviéis, dedal
de plástico pra fazer emenda.
Desodorante mistral e
perfume desejo,
incenso 102, brilantina
glostora e zezé
pasta kolinos, gessy e
branquelejo,
pasta colgate, creme pra
espinha de mulher.
Linha zebra, linha urso
e linha bispo,
linha de tricô, de
crochê e de pescar,
de pescar piaba, traira
e até o caniço,
espoleta de papel e
pólvora pra caçar,
Era coisa demais e como
tinha coisa,
friszo, lápis de
sobrancelha e bico de caneta,
sim, boneca de pano e
boneco de boina,
calunga que dorme,
mamadeira e chupeta.
Pros cabra macho, bala de
38 e cartucheira,
765, bala "U",
ouvido de espingarda calibre trinta e dois
faca de sapateiro,
canivete e peixeira,
e de cozinha peneira e
escorredeira de arroz.
Pra meninada, binquedo
de todo tipo,
bola de assopro, bola
pelé, garrincha e rivelino,
e, pra encher a bola
tinha também o pito,
tênis conga de menina e
de menino.
E, pra escola,
caderneta, lapiseira e carta do abc,
bico de pena, giz e luza
pra escrever,
mata borrão, tinteiro e
caneta de pau,
era tanta coisa , tinha
até papeiro de mingau.
Também tinha meia
soquete para os mais antigos,
gilete azul, pincel,
espuma de barba branquinha,
suspensório, cinturão de
plástico e de couro pros amigos,
escova de dente dura,
média e maciinha.
Esmeril de amolar
navalha de aço soligem,
espelho redondo e quadrado,
creme pra impigem,
pó de arroz, rouge e
camisa de malha,
bolsa de escola, maleta
e alça de mala.
Era coisa demais, até
comprimido pra dor,
cibalena, cibazol, melhoral
e água rabelo,
sonrisal, gaiacol pra
dor de dente e anador,
e, se não me falha a memória,
tinta pra cabelo.
João Batista Bastos
Em resposta, improvisei
os versos seguintes:
Comentando
o blog do amigo
Desconhecia
do jurista
Esta
grande vocação
Poeta!
o nobre artista
O
escritor João Batista
de
Patrício da Miudeza
Procurador,
Tratadista
do
Direito à razão
Célebre
memorialista
que nos
brinda com sua narração
Agora
vejo que ainda exista
Quem do
passado faça vocação.
Rau Ferreira
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.