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Sol: Retorno à Parahyba

Ao concluir seus estudos na Capital do Brasil (Rio de Janeiro), Silvino Olavo retorna à Paraíba em 1925 com um Diploma de Direito, uma tese (Estética do Direito) e um livro de poesias publicados (Cysnes). Tinha a “alma povoada de sonhos e os ouvidos ressonantes de harmonias novas”, escreveu o poeta em uma de suas publicações [1].
Em razão de sua habilitação, assume em março de 1926 o cargo de Promotor de Justiça da Capital e posteriormente passa a integrar o Conselho Penitenciário, ao qual eram atribuídas as funções de emitir pareceres sobre a liberdade condicional dos apenados.
A dita comissão havia sido criada por força de lei federal e estava instalada desde maio de 1926, sendo constituída por “autoridades, advogados e médicos de reputação firmada em nosso meio” (Gov. João Suassuna, Mensagem à AL: 1927, p. 58).
Além do nosso ilustre poeta, faziam parte deste Conselho: Dr. Guilherme da Silveira, advogado; José Américo de Almeida, Consultor Jurídico do Estado; Adhemar Vidal, Procurador da República; Irineu Joffily, advogado; os médicos Newton Lacerda e Joaquim de Sá e Benevides; e o Diretor da Cadeia Dr. Arthur Urano.
Silvino Olavo à época ocupava uma vaga em substituição ao Dr. Manuel Paiva, Procurador Geral do Estado.
Ainda na Capital paraibana chefia a redação de “O Jornal” a pedido do Dr. José Galdêncio, e contribui para a revista “Era Nova” além de colaborar com o periódico “A Província”, do Rio de Janeiro.
Em Esperança, inicia um levane em prol de nossa emancipação declamando o seu imponente discurso na casa de Manoel Rodrigues: “Esperança – Lírio Verde da Borborema”.

Rau Ferreira

[1] Citado por João de Deus Maurício in: A vida Dramática de Silvino Olavo, p. 39.
 
Referência:
-       Mensagem à Assembléia Legislativa da Parahyba do Norte, Governo João Suassuna, Imprensa Oficial: 1927, p. 58/59;
-       Pequena Biografia do Poeta Silvino Olavo, por Roberto Cardoso - Jornalista. Cisnes/ Sombra Iluminada – 2a Edição: 1985, p. 3/5;
-       A vida dramática de Silvino Olavo, autoria de João de Deus Maurício, João Pessoa/PB, Unigraf: 1992, p. 13/14;

-       Badiva: poesias inéditas de Silvino Olavo, Marinaldo Francisco de Oliveira (Org.), Esperança/PB, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1997 - p. 27.

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