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A Morte do Besouro, poema de Raimudo Viturino

Quem não conhece Raimundo Viturino? Talvez este pseudo historiador que vos escreve; mas a vida nos prega peças para ensinar que os gênios são simples e simplesmente nos honram com seu conhecimento.
Não fosse ele o filho de “Moleque”, um dos co-fundadores do “Jornal Estudantil” que surgiu despretencioso no Colégio Estadual e se transformou na saga editorial do “Novo Tempo”. O menino humilde que sabia demais e até ensinava em aulas de reforço os filhos dos ricos. Não fosse um dos primeiros colocados no concurso da Caixa Econômica e o destacado funcionário do Banco Real; e aquele nosso conterrâneo que desbravou a grande São Paulo em busca de novos horizontes, apenas um poema seria suficiente para classificá-lo como um dos grandes intelectuais de Esperança: “A Morte do Besouro”.
É difícil para mim, poeta estreante, descrever as suas estrofes de rara beleza que denotam um potencial ainda adormecido. A sua obra – saibam! - brilha como o SOL.
Quando o conheci, em momento de grata satisfação, lhe propus de sopetão a Antologia Poética que a cidade tanto espera, ao lado de nomes como Evaldo Brasil, Karl Marx Valentim, Claudionor e Adriano Vital Pereira. Contudo segundo reza o Eclesiaste, há um tempo para tudo...
Por hora, me dou por satisfeito pois Raimundo me autorizou publicar neste site este seu soneto e a lembrança deste momento não se apagará.

A MORTE DO BESOURO*

Desditoso besouro que baila
Embalado pela cantiga do rio
Entre flores e ramos deleitava
Das delícias do bosque, o vadio.

Êis que se encontra pousado
Próximo ao rio entumescido
Quando pelo vento é arrastado
E na correnteza vai desprotegido.

Na torrente vai desesperado
Em tentativa de salvação descomunal
Pobre inseto desventurado.

Vai aflito ao olhar do matagal
Que chora o infortúnio do animal
Pelo rio insensível devorado.

Raimundo Viturino

* Poema publicado na edição Nº 20 do Jornal “Novo Tempo”, Ano IV. Esperança/PB, ago/set de 1995, p. 2.

Rau Ferreira

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Anselmo Costa

O Pod.: Ir.: Anselmo Costa é filho do ilustre desportista José Ramalho da Costa e d. Maria da Guia Costa. Casado com a Sra. Meire Lúcia de Faria Costa, tem três filhos (Rodolfo, Renê e Rainer) e dois netos gêmeos (Guilherme e Gustavo). Nasceu em Esperança no dia 08 de Fevereiro de 1950 e se dedicou ao ramo de Clínica Odontológica em Brasília/DF, onde reside desde 1976. Na maçonaria, teve sua iniciação junto a ARLS Mutirão Nº 11 – GLMDF - em 13 de dezembro de 1986, sendo elevado em 9 de outubro do ano seguinte e exaltado em 17 de junho de 1988. Sua instalação ocorreu em 19 de maio de 2000, tendo exercido o cargo de V.'. M.'. daquela oficina por duas vezes, no período de 2000/2001 e 2009/2011. É membro do S.C.G.33 do R.E.A.A. DA M.R.F.B,.desde 1993, e da Academia Paraibana de Letras Maçônicas, tendo atuado como Juiz do Conselho de Justiça do GLMDF (2002/2005) Idealizou e fundou o Capítulo Mutirão Social Nº 775 da Ordem DeMolay.Or.'. do Guará-DF e Associação Brasil