Por Martinho Júnior
Dr. José
Régis, conhecido por sua carreira exemplar e por sua postura firme no exercício
da magistratura, carregava também a fama de ser alvo de críticas por parte de
pessoas ligadas ao PT, aos socialistas e a ideologias de esquerda. Ele tinha
plena consciência desse fato e, em conversas mais descontraídas, fazia questão
de justificar sua atuação com uma simplicidade contundente:
“Juiz
apenas segue o que diz a lei. Se a lei na época dissesse que era para absolver
o pessoal, da mesma maneira eu cumpriria.
Essa
declaração que desmistificava qualquer percepção de parcialidade política,
evidenciava sua fidelidade aos princípios do direito e à imparcialidade que a
função exige. Para Dr. José Régis, a lei era soberana, e sua aplicação deveria
transcender ideologias ou convicções pessoais.
O apelido
jocoso de “o juiz que julgava os comunistas”, embora polêmico, nunca refletiu
sua verdadeira conduta, mas sim a interpretação de um cenário político
polarizado em que o papel do magistrado é, muitas vezes, incompreendido. Sua
trajetória deixa um exemplo claro de que a justiça, para ser legítima, deve ser
guiada pela lei, e não por preferências políticas ou pressões externas.
Dr. José
Régis, com sua vasta experiência jurídica e intelectual, era também conhecido
por suas opiniões claras e, muitas vezes, polêmicas. Certo dia, comentou que
tinha plena consciência de que pessoas ligadas ao PT, aos socialistas e, em
geral, às ideologias de esquerda, não nutriam uma boa impressão dele. Contudo,
ele fazia questão de justificar-se de forma direta e lógica, alinhada ao rigor
de sua profissão:
“Juiz
apenas segue o que diz a lei. Se a lei na época dissesse que era para absolver
o pessoal, eu seguiria da mesma maneira.”
Essa
resposta, firme e desprovida de ideologia, exemplifica o compromisso inabalável
de Dr. José Régis com a imparcialidade e a justiça, características que
marcaram sua trajetória. Para ele, a aplicação da lei estava acima de qualquer
inclinação política, reforçando sua postura de que um juiz deveria ser, antes
de tudo, um guardião das normas e não das opiniões. Esse posicionamento, ao
mesmo tempo admirado e criticado, refletia sua convicção de que o direito, para
ser justo, deve ser aplicado com equilíbrio e isenção.
Dr. José
Régis, mesmo com toda sua erudição e trajetória exemplar, era também conhecido
por sua espontaneidade e senso de humor afiado, que por vezes surpreendia quem
estava à sua volta. Um episódio que até hoje rende risadas entre os que o
conheceram envolve seu irmão, Gigi, uma figura igualmente querida e bastante
ligada ao espiritismo. Gigi, que trabalhou na prefeitura durante a gestão de
Luiz Martins de Oliveira, buscava sempre ajudar o irmão, inclusive quando este
enfrentava problemas de saúde, defendia a tese que o problema de seu irmão
seria espiritual.
Numa dessas
ocasiões, preocupado com o bem-estar de Dr. José Régis, Gigi providenciou uma
consulta especial com um “médico”, conforme descreveu, sob a ótica espírita.
Animado com a ideia, Gigi explicou ao irmão que aquele profissional poderia
auxiliá-lo na melhoria de sua saúde. Contudo, ao iniciar a consulta, Dr. José
Régis, com sua sinceridade característica, olhou para o convidado e disparou,
sem cerimônia: “Ué, meu irmão disse que ia trazer um médico, me trouxe um
macumbeiro!”
A frase,
que desconcertou o “médico” e deixou Gigi sem palavras por um instante, acabou
se tornando uma das muitas histórias divertidas que cercam a memória de Dr.
José Régis. Esse episódio, além de arrancar boas risadas, reflete a
personalidade espirituosa e irreverente do doutor, que sabia transformar até
momentos de tensão em situações memoráveis.
Martinho
Júnior*
(*) Martinho Júnior é Historiador e
Corretor de Imóveis. Enviado via WhatsApp em 02/12/2024.
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