O Centro Artístico Operário Beneficente de Esperança – CAOBE foi fundado em 16 de março de 1954. Ao longo de mais de meio século proporcionou lazer e descontração a toda sociedade esperancense.
A sua primeira sede social
foi em uma garagem alugada na antiga Praça da Bandeira (Praça José Pessoa
Filho) onde hoje se situa o Batalhão da Polícia Militar. O sodalício foi
idealizado por comerciantes, na sua maioria sapateiros, liderados por Antônio
Roque dos Santos (Michelo).
Escreve o Dr. João Batista
Bastos, ex-Procurador Jurídico Municipal, que:
“o CAOBE nasceu com o objetivo de ser um centro
de acolhimento, de lazer, com cunho educativo, onde os filhos e as famílias dos
operários, sapateiros, pudessem ter um ambiente, de encontro e de vida social”
(Revivendo Esperança).
No local funcionava uma
escola para os filhos dos operários, sendo professoras as Sra. Noca e Dilma;
com a mudança para a nova sede, a escola foi transferida. A professora Glória
Ferreira ensinou para jovens e adultos em um anexo do clube após essa mudança.
O Clube teve boa aceitação
na cidade. Muitas foram as adesões e o espaço ficou pequeno. Assim a diretoria
resolveu construir a sua sede própria.
O terreno havia sido
adquirido em 28 de dezembro de 1960 pela quantia de Cr$ 10.000,00 (dez mil
cruzeiros) medindo 60 x 68 metros em virtude de compra feita a Mário Rodrigues da
Costa que transmitiu o imóvel pertencente a Samuel Rodrigues de Farias e sua
esposa Mariêta Limeira Rodrigues.
Pelo que se sabe, as obras para
a construção da sede social do clube se iniciaram naquele mesmo ano (1960).
Os esforços foram recompensados e com a colaboração dos sócios e dos poderes públicos da época, o clube conseguiu inaugurar a sua sede própria (1966) ao lado da Praça da Cultura.
O Clube CAOBE foi palco dos antigos e tradicionais carnavais de Esperança, um dos melhores da região, regados a “pó de arroz” e “lança perfumes”.
Também se apresentaram famosos como
Núbia Lafayete, José Augusto, Antônio Marcos, Nelson Gonçalves, Noite Ilustrada
e Altemar Dutra. Muitos dançaram ao som de Renato & seus Blue Caps, Fevers
e da Banda Feras, agenciados por Leosildo Honorato dos Santos.
Citemos, ainda, alguns
eventos que eram promovidos nas suas dependências tais como: apuração das
eleições, Festa do Milho, Festivais de Viola, as matinés, os bailes de
carnavais, os assustados, Eleição de Miss Esperancense e Festivais de Chopp.
Lembro-me ainda que funcionava uma sala de jogos, principalmente dominó e carteado que meu pai à época quando fazia parte da diretoria costumava frequentar.
No passado este clube foi
dirigido por Dogival Belarmino Costa, Elisiário Costa e Otávio Alexandre. E recentemente,
seus administradores foram: Givanildo Cristovam, Luiz Alexandre, Gildo Roque
dos Santos e Carlos Pessoa. Foram secretários Manoel Araújo Silva e Elzo Dias
Costa (Beinha).
O Clube foi declarado de Utilidade
Publica pela Lei nº 3.314, de 14 de maio de 1965.
Rau Ferreira
Referências:
- BASTOS, João Batista. Blog Revivendo Esperança. Disponível em: https://revivendoesperancapb.blogspot.com/2013/01/fatos-e-fotos-que-fizeram-historia-de.html,
acesso em 20/05/2024.
- BRASIL, Evaldo da Costa. Esperança Reeditadas. Disponível em: https://www.xn--esperanareeditada-gsb.com/2016/10/documentos-carteira-social-csid.html,
acesso em 20/05/2024.
Infelizmente essa história acabou há pelo menos 15 anos. Restava um prédio em decomposição feito um corpo moribundo. Ele infelizmente não deixou herdeiros. Seus operários fundadores não repassaram o ideal a ponto de se adaptar em propósitos, de modo a ser parte de nossas vidas, como era em sua origem. Há quem diga que se morre aos 30 anos, anos depois alguém lembra de enterrar. Nesse momento, demolir, apagar da paisagem ou até mesmo, da história.
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