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O Açude Banabuyé, por Pedro Dias



A exemplo de várias cidades do interior da paraíba que ainda hoje preservam os seus açudes sejam pequenos ou grandes, como seus patrimônios hídricos e como fontes de reservas de água das chuvas caídas nos períodos do inverno, para atender à população mais carente nas suas diversas modalidades de serviços, Esperanca-PB, também teve o seu "Mais que Centenário" e inesquecível AÇUDE BANABUYÉ…!

Com o seu remanso de espelho d'água em local privilegiado e de declive, recebia nos períodos chuvosos, por gravidade, toda a água da chuva caída na cidade e que escorria via meio fio das calçadas e das ruas, indo aumentar o seu volume até o sangramento.

Havia dois sangradouros: 

No primeiro, que ficava logo em seguida à Rua de Baixo, sentido Rua do Açude, a água descia pelo pequeno sítio onde havia um bananal que pertencia à família dos "Amânsio"…, (Mãe de Adelina, Babá e outros), e descia como uma enxurrada rumo aos sítios que levavam à comunidade do São Tomé de Baixo.

O segundo, que ficava do outro lado do espelho d'água, situava-se exatamente no espaço vazio entre a antiga Rua do Açude e o início da rua da Beleza dos Campos.

Ali, o sangramento acontecia via manilha soterrada, descia pelo sítio do Sr. Elísio Brandão e prosseguia rumo às comunidades do "Quebra Pé" e de Lagoa Verde.

O Açude contribuiu por demais com o ecossistema local, pois ali havia vida, a exemplo de répteis, peixes, Quelônios e até muçuns, além de aves noturnas ( as galinhas d'água ou paturis) que sobrevoavam nas noites de lua, o espelho cintilante das águas.  

Lembro que entre as imediações do "Tanque Novo", onde havia um cata-vento e o Açude "Banabuyé", já perto do anoitecer, ficávamos eu e outro colega tentando acertar com balinheira as cabeças dos tracajás que vinham à tona para respirar…!

Diariamente, pela manhã, viam-se pequenos rebanhos de gado de vacaria (como a existente no quintal de Silvestre Batista) que tinha como sócio Sindulfo Alcoforado e até tropas de jumentos pertencentes a Izaias Nogueira (Gago), Cícero Galdino, Zé Burra Feia ou Zé dos Burros, birem beber água para matar a sede.

Famílias de baixo poder aquisitivo também buscavam água para gastos.

Esperança sempre foi carente de água e hoje ninguém tem mais essa opção do Banabuyé…

Ali, também eram os locais preferidos dos casais enamorados tirarem suas fotos, bem como famílias, amigos e amigas da época, para recordação, haja vista no fundo das fotos aparecerem, do outro lado, as pequeninas casinhas de taipa quase à beira d'água, inclusive parte da cidade mostrando a igreja matriz.

Era o Cartão Postal predileto da época…!

Não vou entrar no mérito de incriminar o gestor ou gestores que tiveram a péssima ideia ou apoiaram esse crime ecológico…

A exemplo de Campina Grande com o Açude Novo, se o nosso BANABUYÉ tivesse sido cuidado e tratado a contento pelos gestores municipais, hoje, poderia, além do manancial de água com vidas aquáticas em consonância com a natureza, poderia ser também um ambiente de prática, de esportes e de caminhadas sobre um calçadão no entorno do seu remanso. 

Seria o nobre "Point" do "LÍRIO VERDR DA BORBOREMA", terra de Silvino Olavo, O SOL!

Nunca entendi o porquê do povo da boa terra ter aceito em silêncio e pacificamente tamanha barbaridade!

Que pena não é minha gente?!

 

Pedro Dias

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