A exemplo de várias cidades do interior da
paraíba que ainda hoje preservam os seus açudes sejam pequenos ou grandes, como
seus patrimônios hídricos e como fontes de reservas de água das chuvas caídas
nos períodos do inverno, para atender à população mais carente nas suas
diversas modalidades de serviços, Esperanca-PB, também teve o seu "Mais
que Centenário" e inesquecível AÇUDE BANABUYÉ…!
Com o seu remanso de espelho d'água em local
privilegiado e de declive, recebia nos períodos chuvosos, por gravidade, toda a
água da chuva caída na cidade e que escorria via meio fio das calçadas e das
ruas, indo aumentar o seu volume até o sangramento.
Havia dois sangradouros:
No primeiro, que ficava logo em seguida à Rua
de Baixo, sentido Rua do Açude, a água descia pelo pequeno sítio onde havia um
bananal que pertencia à família dos "Amânsio"…, (Mãe de Adelina, Babá
e outros), e descia como uma enxurrada rumo aos sítios que levavam à comunidade
do São Tomé de Baixo.
O segundo, que ficava do outro lado do espelho
d'água, situava-se exatamente no espaço vazio entre a antiga Rua do Açude e o
início da rua da Beleza dos Campos.
Ali, o sangramento acontecia via manilha
soterrada, descia pelo sítio do Sr. Elísio Brandão e prosseguia rumo às
comunidades do "Quebra Pé" e de Lagoa Verde.
O Açude contribuiu por demais com o
ecossistema local, pois ali havia vida, a exemplo de répteis, peixes,
Quelônios e até muçuns, além de aves noturnas ( as galinhas d'água ou paturis)
que sobrevoavam nas noites de lua, o espelho cintilante das águas.
Lembro que entre as imediações do "Tanque
Novo", onde havia um cata-vento e o Açude "Banabuyé", já
perto do anoitecer, ficávamos eu e outro colega tentando acertar com balinheira
as cabeças dos tracajás que vinham à tona para respirar…!
Diariamente, pela manhã, viam-se pequenos
rebanhos de gado de vacaria (como a existente no quintal de Silvestre Batista)
que tinha como sócio Sindulfo Alcoforado e até tropas de jumentos pertencentes
a Izaias Nogueira (Gago), Cícero Galdino, Zé Burra Feia ou Zé dos Burros, birem
beber água para matar a sede.
Famílias de baixo poder aquisitivo também
buscavam água para gastos.
Esperança sempre foi carente de água e hoje
ninguém tem mais essa opção do Banabuyé…
Ali, também eram os locais preferidos dos
casais enamorados tirarem suas fotos, bem como famílias, amigos e amigas da
época, para recordação, haja vista no fundo das fotos aparecerem, do outro
lado, as pequeninas casinhas de taipa quase à beira d'água, inclusive parte da
cidade mostrando a igreja matriz.
Era o Cartão Postal predileto da época…!
Não vou entrar no mérito de incriminar o
gestor ou gestores que tiveram a péssima ideia ou apoiaram esse crime
ecológico…
A exemplo de Campina Grande com o Açude Novo,
se o nosso BANABUYÉ tivesse sido cuidado e tratado a contento pelos gestores
municipais, hoje, poderia, além do manancial de água com vidas aquáticas em
consonância com a natureza, poderia ser também um ambiente de prática, de
esportes e de caminhadas sobre um calçadão no entorno do seu remanso.
Seria o nobre "Point" do "LÍRIO
VERDR DA BORBOREMA", terra de Silvino Olavo, O SOL!
Nunca entendi o porquê do povo da boa terra
ter aceito em silêncio e pacificamente tamanha barbaridade!
Que pena não é minha gente?!
Pedro Dias
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