A Matriz de N. S. do Bom Conselho tem origem na Capela de igual nome
construída no mesmo lugar onde este templo se encontra assentado. A principal
reforma que modernizou a sua arquitetura teve início em 08 de novembro de 1939, por
iniciativa do Monsenhor João Honório de Melo, que retirou as antigas torres, deixando
apenas uma central com aproximadamente 14 metros.
Concluído os trabalhos, foi reinaugurada em 14 de abril de 1940. Na
oportunidade, foram concedidas as bênçãos e entronização do salão superior da
efigie da Sagrada Família. No livro de tombo, há o seguinte registro:
“A referida parte nova é um complemento a
nossa Igreja Matriz que se compõe de um pavimento térreo, onde funcionam
sacristia, secretaria e sala de alfaias, e um andar superior de um só salão,
destinado as reuniões das associações religiosas e a sede da ação Católica”
(Livro Tombo I: 14/04/40).
Ao
longo desses anos, passou por reformas, contudo as mais recentes têm
mostrado algumas peculiaridades. Os retoques no reboco da parte externa
deixaram evidentes achados históricos que estavam encobertos por camadas de
cimento.
Despercebida pela maioria dos transeuntes que passeiam por aquele adro,
os detalhes foram perceptíveis ao olhar criterioso do Dr. Cláudio Germano dos Santos Oliveira, sócio do IHGE – Instituto
Histórico e Geográfico de Esperança, Professor da UFPB, Mestre e Doutorando
pela UFCG em espaço e urbanismo.
“Achei uma oportunidade única de vermos alguns
padrões antigos que foram encobertos pelo reboco das antigas intervenções.
Observei pedras bem recortadas e encaixadas; pedras inclusive que não se
parecem com as que se encontram na região”, comentou o confrade.
As observações do Dr. Cláudio podem ser assim resumidas:
Tipos de tijolos e pedras nas antigas fundações; janelas que parecem ter
sido mais compridas; janelas onde antes eram portas; e tubos mais largos, mais
finos e de coloração diferentes. Isso pode indicar as reformas em distintos
períodos.
Detalhe em foco da pedra antiga que parece ser a base nas paredes.
Na parte da frente registro do que era uma entrada que foi fechada e um
revestimento, espécie de bloco de barro que aparenta ser antigo e mole.
Muitos detalhes nas janelas, que pareciam serem maiores e às vezes portas
de entradas que foram sobrepostas nas sucessivas construções. Há um padrão em
uma das entradas que não se repete na antiga reforma.
De fato, desde a década de 40 a igreja sofreu diversas reformas, mas nada que
alterasse as suas características. Em seu interior existia um imponente altar
no melhor estilo barroco, com diversas imagens, destruído após o Concílio
Vaticano II.
Devemos louvar a iniciativa do Padre João Paulo Victor, sempre preocupado em preservar a arquitetura de nossa Matriz, acrescendo apenas em formosura.
A
pintura que a igreja ganhou recentemente, nos transporta aos mais belos templos
da antiguidade, tornando aquele ambiente mais agradável e propício à meditação,
elevando os espíritos ao que há de mais sagrado.
Rau Ferreira
Parabéns Rau pela interessante observação. Parabéns ao atual pároco pelos trabalhos realizados na Matriz.
ResponderExcluirUma excelente redação do nosso historiador, sem desconhecer a riqueza de detalhes aos descrever o assunto. Parabéns ao nosso escritor Rau.
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