Pular para o conteúdo principal

José Andrade de Melo: Dados biográficos

José Andrade de Melo foi um importante cidadão na sociedade esperancense. Casado com a Sra. Severina Augusta Sobral, pai de dois filhos: João Andrade de Melo e Maria Creuza de Andrade Melo.
José Andrade exercia a profissão de farmacêutico em nosso município, sendo proprietário da Farmácia Oswaldo Cruz. Em seus anúncios, a farmácia apresentava um sortimento completo de produtos químicos e farmacêuticos, com uma seção luxuosa de pastas, dentrificiais, sabonetes, talcos e loções. Esta firma estava situada na rua Solon de Lucena, 26. Seus maiores fornecedores eram: E. Martins & Cia (Recife), Costa Tavares (Recife), Tavares & Companhia (Campina Grande) e Mario & Companhia (Campina Grande).
A título de curiosidade, relacionamos algumas das mercadorias comercializadas na Farmácia Oswaldo Cruz: Xarope S. João; Peitoral Lima; Talú composto; Hipofosfito de cálcio; Rouqyayról; Merck Efetomina; Iodoferran; Easton R. Leite; Temablastina; Xarope de Mulungú; Xarope Mata-mata; Angioxil; Bi-iodourado Fontoura; Xaropes de Inhame, Salsa caróba, sabugueiro; Elixir Nogueira; Tônico Bayer; Buco vacina; Salsaparrilha; Licor de cacau; Óleo de fígado de bacalhau; Reguladores das marcas Pedrosa, Hildeberto, Maciel, Nazareno e Fontoura; Vermicida, Vermifugo; Aguardente alemã; Acetato de chumbo.
Ele também era sócio da tipografia d’O Tempo, que editava o jornal homônimo, e era responsável pela sua direção. A redação funcionava na própria oficina, na rua Solon de Lucena, da qual era gerente Teófilo Almeida.
A tipografia do jornal era bem aparelhada e atendia inclusive as necessidades do nosso comércio. Além do jornal, fornecia aquela oficina faturas, cartões de visita, talões de recibo e notas promissórias.
Na época, a sua cota de participação nesta sociedade estava avaliada em 1 conto de réis (1:000$000).
O cidadão José Andrade de Melo faleceu no dia 22 de abril de 1939. Em sua homenagem, uma das principais ruas da cidade tem a sua denominação.

Rau Ferreira


Referências:
- O TEMPO, Jornal. Ed. Typ. O Tempo. Esperança/PB: 1934.
- CARVALHO, Tancredo de. Memórias de um brejeiro. Ed. S. N.: 1975, p. 119;
- LEAL, José. A Imprensa na Paraíba. 2ª Ed. A União: 1962.
- Autos do Inventário por falecimento de José Andrade Melo, instaurado de ofício pelo Adjunto de Promotor Teotônio Cerqueira Rocha, autuado em 25/05/1939. Caixa A-1942. Arquivo Judicial. Comarca de Esperança. Esperança/PB: 1939.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A minha infância, por Glória Ferreira

Nasci numa fazenda (Cabeço), casa boa, curral ao lado; lembro-me de ao levantar - eu e minha irmã Marizé -, ficávamos no paredão do curral olhando o meu pai e o vaqueiro Zacarias tirar o leite das vacas. Depois de beber o leite tomávamos banho na Lagoa de Nana. Ao lado tinham treze tanques, lembro de alguns: tanque da chave, do café etc. E uma cachoeira formada pelo rio do Cabeço, sempre bonito, que nas cheias tomava-se banho. A caieira onde brincávamos, perto de casa, também tinha um tanque onde eu, Chico e Marizé costumávamos tomar banho, perto de uma baraúna. O roçado quando o inverno era bom garantia a fartura. Tudo era a vontade, muito leite, queijo, milho, tudo em quantidade. Minha mãe criava muito peru, galinha, porco, cabra, ovelha. Quanto fazia uma festa matava um boi, bode para os moradores. Havia muitos umbuzeiros. Subia no galho mais alto, fazia apostas com os meninos. Andava de cabalo, de burro. Marizé andava numa vaca (Negrinha) que era muito mansinha. Quando ...

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Z...

Esperança, por Maria Violeta Silva Pessoa

  Por Maria Violeta da Silva Pessoa O texto a seguir me foi encaminhado pelo Professor Ângelo Emílio da Silva Pessoa, que guarda com muito carinho a publicação, escrita pela Sra. Maria Violeta. É o próprio neto – Ângelo Emílio – quem escreve uns poucos dados biográfico sobre a esperancense: “ Maria Violeta da Silva Pessoa (Professora), nascida em Esperança, em 18/07/1930 e falecida em João Pessoa, em 25/10/2019. Era filha de Joaquim Virgolino da Silva (Comerciante e político) e Maria Emília Christo da Silva (Professora). Casou com o comerciante Jayme Pessoa (1924-2014), se radicando em João Pessoa, onde teve 5 filhos (Maria de Fátima, Joaquim Neto, Jayme Filho, Ângelo Emílio e Salvina Helena). Após à aposentadoria, tornou-se Comerciante e Artesã. Nos anos 90 publicou uma série de artigos e crônicas na imprensa paraibana, parte das quais abordando a sua memória dos tempos de infância e juventude em e Esperança ” (via WhatsApp em 17/01/2025). Devido a importância histór...

Luiz Pichaco

Por esses dias publiquei um texto de Maria Violeta Pessoa que me foi enviado por seu neto Ângelo Emílio. A cronista se esmerou por escrever as suas memórias, de um tempo em que o nosso município “ onde o amanhecer era uma festa e o anoitecer uma esperança ”. Lembrou de muitas figuras do passado, de Pichaco e seu tabuleiro: “vendia guloseimas” – escreve – “tinha uma voz bonita e cantava nas festas da igreja, outro era proprietário de um carro de aluguel. Família numerosa, voz de ébano.”. Pedro Dias fez o seguinte comentário: imagino que o Pichaco em referência era o pai dos “Pichacos” que conheci. Honório, Adauto (o doido), Zé Luís da sorda e Pedro Pichaco (o mandrião). Lembrei-me do livro de João Thomas Pereira (Memórias de uma infância) onde há um capítulo inteiro dedicado aos “Pichacos”. Vamos aos fatos! Luiz era um retirante. Veio do Sertão carregado de filhos, rapazes e garotinhas de tenra idade. Aportou em Esperança, como muitos que fugiam das agruras da seca. Tratou de co...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...