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A produção literária jornalística de Silvino Olavo.

Encerramos semana passada a nossa pesquisa sobre "A produção literária jornalística de Silvino Olavo". Artigos publicados no suplemento “Arte e Literatura” do Jornal “A União”, órgão oficial do Governo do Estado da Paraíba no período de 1926 à 1932.
Nos dispusemos a escrever este trabalho, que nada tem se científico, tão somente é o resgate histórico das publicações de Silvino Olavo a partir de 1926, ano em que ele iniciou a sua saga literária participando ativamente na redação do Jornal “A União”, órgão oficial do Governo do Estado. Não registramos assim, as nossas impressoes. Estas ficam a cargo do leitor.

Silvino Olavo retorna do Rio em 1925, com um livro publicado “Cysnes” e um diploma de Bacharel em Direito. Consagrado poeta, uni-se aos intelectuais de sua época e inicia a sua produção literária, escrevendo para vários periódicos. Era o chamado “Grupo dos Novos”, que tinha expressões como Amarílio de Albuquerque, Eudes Barros, Américo Falcão e Peryllo D'Oliveira.
A convite do dr. José Gaudêncio, vem a chefiar a redação d' “O Jornal”. Mas participa igualmente das publicações da revista “Era Nova” (1921-1926) e atua como correspondente de “A Província”, do Rio de Janeiro.
Em “A União”, escreve para o Suplemento “Arte e Literatura” dos domingos, ao lado de figuras como Carlos Dias, Fernandes, Paulo de Magalhães, Nelson Lustosa Cabral, Tito Silva, Matias Freire, José Américo de Almeida, o esperancense Samuel Vital Duarte e Orris Barbosa Soares.
Assim é que encontramos Silvino comentando alguns livros, a exemplo de “A Bagaceira”, obra maior de José Américo de Almeida. Outras vezes nos deparamos com suas idéias sobre “Política e Democracia” e seus conceitos de habeas corpus em “Vamos acertar os relógios”. Por fim, temos os textos biográficos de "João do Rio" e Peryllo D'Oliveira, seu colega de redação (“Criadores e Criaturas”).
Em nossas buscas encontramos várias notícias publicadas, que nos informam a cerca de seu cotidiano. Aqui, relacionamos algumas em um capítulo especial, denominado “Notícias afins”.
A nossa pesquisa se estendeu até 1932, mas o último achado foi “Títulos e Capítulos” (1931). Nessa época, os internamentos na Colônio Juliano Moreira se tornaram mais frequentes, razão pela qual foi interditado, tendo sua esposa assumido a curatela.
Mesmo assim, Silvino prefaciou alguns livro e escreveu a sua grande musa “Badiva”.
Acreditamos então, havermos cumprido o nosso objetivo entregando aos usuários da biblioteca municipal mais uma ferramenta de pesquisa para os seus trabalhos escolares; e ao público em geral, que passam a conhecer a intelectual genialidade de Silvino Olavo através de suas publicações na imprensa paraibana.

Rau Ferreira

Fonte:
- Pequena Biografia do Poeta Silvino Olavo, por Roberto Cardoso - Jornalista. Cisnes/ Sombra Iluminada – 2a Edição, 1985 – p. 3/5;
- A vida dramática de Silvino Olavo, autoria de João de Deus Maurício, João Pessoa/PB, Unigraf, 1992;
- Badiva: poesias inéditas de Silvino Olavo, Marinaldo Francisco de Oliveira (Org.), Espeança/PB, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, 1997 - p. 26/28.
- Jornal “A União”, suplemento “Arte e Literatura”, Estado da Paraíba, período de 1926/1932.

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